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Taxonomia de Glomeromycota: revisão morfológica, chaves dicotômicas e descrição de novos táxonsTomio Goto, Bruno 31 January 2009 (has links)
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Previous issue date: 2009 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / A taxonomia dos fungos micorrízicos arbusculares (FMA) vem sofrendo grandes alterações
durante os últimos 20 anos e isso é facilmente evidenciado pelas mudanças na classificação
desses fungos que deixaram de ser meros representantes da família Endogonaceae, passando
para Ordem Glomales, ainda dentro dos Zygomycetes, e finalmente culminando no filo
Glomeromycota onde foram definitivamente segregados dos Zygomycota. Todas essas
alterações na classificação estão relacionadas às mudanças na interpretação agregada aos
caracteres relacionados exclusivamente aos glomerosporos onde toda a taxonomia
morfológica está embasada e também aos dados moleculares. Essas mudanças têm sido
incorporadas à taxonomia do grupo, com as descrições de novas famílias, gêneros e espécies
que incluíram evidências morfológicas adicionais já dentro do novo filo. Apesar dessas
alterações recentes, nenhuma análise morfológica detalhada foi realizada desde a proposta do
filo Glomeromycota, o que torna a taxonomia do grupo mais frágil considerando que a maior
parte das propostas de novas famílias e gêneros estão baseadas quase que exclusivamente em
dados moleculares. Por essa razão, o objetivo deste trabalho foi revisar os caracteres
morfológicos com base em evidências disponíveis na literatura assim como nas espécies
herborizadas, mantidas em coleções de germosplasma e principalmente em esporos de campo
onde a maior parte das espécies tem sido descritas com intuito de fornecer análises detalhadas
desses caracteres usados para a identificação, incorporar à taxonomia do grupo novas
abordagens morfológicas e elaborar chaves para facilitar a identificação de gêneros e espécies
de Glomeromycota. Para isso, todas as descrições de espécies foram analisadas desde a
descrição de Glomus macrocarpum e Gl. microcarpum em 1844. Além disso, glomerosporos
provenientes de coleções de cultura viva (EMBRAPA, UFPE, UFRRJ) e herborizadas (FL
Herbarium, FH, Universidad de Havanna, Universidad de Buenos Aires e material da coleção
pessoal do prof. Fritz Oehl) foram avaliadas. A principal fonte de dados foram os
glomerosporos provenientes de amostras de campo de diversos ecossistemas brasileiros e
alguns da América Latina. Glomerosporos provenientes de amostras de campo foram
extraídos do solo por peneiramento úmido seguido de centrifugação em água e sacarose a
40%. Após a extração os glomerosporos foram separados por cor e tamanho e montados entre
lamina e lamínula com PVLG e PVLG + Reagente de Melzer (1:1 v/v) para posterior análise
em microscópio composto. Culturas armadilhas com solo nativo e Sorghum bicolor (L.)
foram mantidas por três meses em média para captura das espécies de FMA. No total foram
avaliadas 106 espécies de FMA pertencentes a todos os gêneros exceto Otospora, incluindo
cinco novas espécies para a ciência, abrangendo todos os modos de desenvolvimento
encontrado no filo Glomeromycota. Os caracteres morfológicos avaliados foram: cor, forma,
tamanho dos esporocarpos, perídio e plexo central (cor, tamanho e forma); cor, tamanho,
forma e modo de desenvolvimento dos glomerosporos; espessura, tipo e estrutura da parede,
reação ao Melzer ou a resina (PVLG) e as estruturas especializadas de germinação (orbs e
placas germinativas). Conclui-se que o único caráter morfológico compartilhado entre todos
os representantes do filo Glomeromycota é a estrutura da parede, sendo assim os caracteres
morfológicos considerados primários (mais úteis para a identificação das espécies de FMA)
são: estrutura da parede, tipo de camada e ornamentação enquanto cor, forma, tamanho e
reação ao Melzer ou resina são considerados secundários para a identificação de espécies
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