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Um jacarandá em Santiago : o radicalismo político no Chile pela trajetória militante de Nilton Rosa da Silva (1971-1973)

Brum, Mauricio Marques January 2016 (has links)
Esta dissertação tem como objetivo central reconstituir a trajetória do poeta brasileiro Nilton Rosa da Silva, enfocando seu período como exilado político no Chile, entre 1971 e 1973. Em Santiago, Nilton da Silva estudou castelhano no Instituto Pedagógico da Universidade do Chile, publicou o livro de poesias Hombre América, e passou a militar na Frente de Estudiantes Revolucionarios (FER), um dos grupos estudantis do Movimiento de Izquierda Revolucionaria (MIR). O jovem brasileiro seria morto aos 24 anos de idade, em junho de 1973 (três meses antes do golpe de Estado liderado por Augusto Pinochet), por membros da Frente Nacionalista Patria y Libertad, milícia de ultradireita que lutava pela derrubada do presidente Salvador Allende. Defendendo a revolução armada para colocar o Chile no caminho do socialismo, mesmo durante o governo democrático da Unidad Popular (UP), o MIR era visto com reservas por setores moderados da esquerda. Ao mesmo tempo, porém, a organização procurava – desde fora – radicalizar os partidos da UP. A partir da análise da vida de Nilton da Silva, e das repercussões da sua morte, é possível discutir as disputas entre as estratégias “rupturista” e “sistêmica” da esquerda chilena durante o governo Allende, as possibilidades de acordo que se desenharam entre esses setores, e as maneiras como o MIR procurou conquistar esferas mais amplas para sua retórica em favor da necessidade de pegar em armas. Os usos políticos do assassinato de Nilton da Silva estão relacionados a essa busca: através da análise das apropriações do episódio, apreende-se o uso imediato que o MIR fez de sua morte, tentando construir o jovem militante como um mártir revolucionário em um período de crescente temor frente a um golpe reacionário. Discute-se, ademais, a forma como a vida e a morte de Nilton da Silva seriam eventualmente ressignificada nas décadas seguintes, passando a incluí-lo em uma narrativa mais ampla, ao lado de outras vítimas das ditaduras brasileira e chilena. / This thesis aims to recreate the trajectory of the Brazilian poet Nilton Rosa da Silva, focusing on his time as a political exile in Chile, from 1971 to 1973. In Santiago, Silva studied Spanish at the Pedagogical Institute of the University of Chile, published his poetry book Hombre América, and became a member of the Revolutionary Students Front (FER), one of Revolutionary Left Movement’s (MIR) groups in the student movement. The young Brazilian was killed at the age of 24 in June 1973 (three months prior to the coup led by Augusto Pinochet), by members of the Fatherland and Liberty Nationalist Front, a far-right militia that fought to overthrow the president, Salvador Allende. Advocating the need of an armed revolution to place Chile in the path of Socialism, even during the Popular Unity’s (UP) democratic administration, MIR was seen with hesitations by the moderate left. At the same time, however, MIR sought to radicalize the UP parties. By analyzing Nilton da Silva’s life and the impact of his death, it is possible to discuss the disputes between the “rupturist” and “systemic” strategies of the Chilean left during the Allende administration, the chances of agreement between these sectors, and the ways in which MIR sought to conquer wider segments to its rhetoric in favor of the need to take up arms. The political uses of Nilton da Silva’s murder are related to this goal: by examining the appropriation of his death, we are able to see the immediate use that MIR did of this episode, trying to construct the young activist as a revolutionary martyr in a period of growing fear towards a reactionary coup. This work discusses, moreover, how the life and death of Nilton da Silva would eventually be re-signified in the following decades, now being included in a broader narrative, along with other victims of the Brazilian and Chilean dictatorships.
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Um jacarandá em Santiago : o radicalismo político no Chile pela trajetória militante de Nilton Rosa da Silva (1971-1973)

Brum, Mauricio Marques January 2016 (has links)
Esta dissertação tem como objetivo central reconstituir a trajetória do poeta brasileiro Nilton Rosa da Silva, enfocando seu período como exilado político no Chile, entre 1971 e 1973. Em Santiago, Nilton da Silva estudou castelhano no Instituto Pedagógico da Universidade do Chile, publicou o livro de poesias Hombre América, e passou a militar na Frente de Estudiantes Revolucionarios (FER), um dos grupos estudantis do Movimiento de Izquierda Revolucionaria (MIR). O jovem brasileiro seria morto aos 24 anos de idade, em junho de 1973 (três meses antes do golpe de Estado liderado por Augusto Pinochet), por membros da Frente Nacionalista Patria y Libertad, milícia de ultradireita que lutava pela derrubada do presidente Salvador Allende. Defendendo a revolução armada para colocar o Chile no caminho do socialismo, mesmo durante o governo democrático da Unidad Popular (UP), o MIR era visto com reservas por setores moderados da esquerda. Ao mesmo tempo, porém, a organização procurava – desde fora – radicalizar os partidos da UP. A partir da análise da vida de Nilton da Silva, e das repercussões da sua morte, é possível discutir as disputas entre as estratégias “rupturista” e “sistêmica” da esquerda chilena durante o governo Allende, as possibilidades de acordo que se desenharam entre esses setores, e as maneiras como o MIR procurou conquistar esferas mais amplas para sua retórica em favor da necessidade de pegar em armas. Os usos políticos do assassinato de Nilton da Silva estão relacionados a essa busca: através da análise das apropriações do episódio, apreende-se o uso imediato que o MIR fez de sua morte, tentando construir o jovem militante como um mártir revolucionário em um período de crescente temor frente a um golpe reacionário. Discute-se, ademais, a forma como a vida e a morte de Nilton da Silva seriam eventualmente ressignificada nas décadas seguintes, passando a incluí-lo em uma narrativa mais ampla, ao lado de outras vítimas das ditaduras brasileira e chilena. / This thesis aims to recreate the trajectory of the Brazilian poet Nilton Rosa da Silva, focusing on his time as a political exile in Chile, from 1971 to 1973. In Santiago, Silva studied Spanish at the Pedagogical Institute of the University of Chile, published his poetry book Hombre América, and became a member of the Revolutionary Students Front (FER), one of Revolutionary Left Movement’s (MIR) groups in the student movement. The young Brazilian was killed at the age of 24 in June 1973 (three months prior to the coup led by Augusto Pinochet), by members of the Fatherland and Liberty Nationalist Front, a far-right militia that fought to overthrow the president, Salvador Allende. Advocating the need of an armed revolution to place Chile in the path of Socialism, even during the Popular Unity’s (UP) democratic administration, MIR was seen with hesitations by the moderate left. At the same time, however, MIR sought to radicalize the UP parties. By analyzing Nilton da Silva’s life and the impact of his death, it is possible to discuss the disputes between the “rupturist” and “systemic” strategies of the Chilean left during the Allende administration, the chances of agreement between these sectors, and the ways in which MIR sought to conquer wider segments to its rhetoric in favor of the need to take up arms. The political uses of Nilton da Silva’s murder are related to this goal: by examining the appropriation of his death, we are able to see the immediate use that MIR did of this episode, trying to construct the young activist as a revolutionary martyr in a period of growing fear towards a reactionary coup. This work discusses, moreover, how the life and death of Nilton da Silva would eventually be re-signified in the following decades, now being included in a broader narrative, along with other victims of the Brazilian and Chilean dictatorships.
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Um jacarandá em Santiago : o radicalismo político no Chile pela trajetória militante de Nilton Rosa da Silva (1971-1973)

Brum, Mauricio Marques January 2016 (has links)
Esta dissertação tem como objetivo central reconstituir a trajetória do poeta brasileiro Nilton Rosa da Silva, enfocando seu período como exilado político no Chile, entre 1971 e 1973. Em Santiago, Nilton da Silva estudou castelhano no Instituto Pedagógico da Universidade do Chile, publicou o livro de poesias Hombre América, e passou a militar na Frente de Estudiantes Revolucionarios (FER), um dos grupos estudantis do Movimiento de Izquierda Revolucionaria (MIR). O jovem brasileiro seria morto aos 24 anos de idade, em junho de 1973 (três meses antes do golpe de Estado liderado por Augusto Pinochet), por membros da Frente Nacionalista Patria y Libertad, milícia de ultradireita que lutava pela derrubada do presidente Salvador Allende. Defendendo a revolução armada para colocar o Chile no caminho do socialismo, mesmo durante o governo democrático da Unidad Popular (UP), o MIR era visto com reservas por setores moderados da esquerda. Ao mesmo tempo, porém, a organização procurava – desde fora – radicalizar os partidos da UP. A partir da análise da vida de Nilton da Silva, e das repercussões da sua morte, é possível discutir as disputas entre as estratégias “rupturista” e “sistêmica” da esquerda chilena durante o governo Allende, as possibilidades de acordo que se desenharam entre esses setores, e as maneiras como o MIR procurou conquistar esferas mais amplas para sua retórica em favor da necessidade de pegar em armas. Os usos políticos do assassinato de Nilton da Silva estão relacionados a essa busca: através da análise das apropriações do episódio, apreende-se o uso imediato que o MIR fez de sua morte, tentando construir o jovem militante como um mártir revolucionário em um período de crescente temor frente a um golpe reacionário. Discute-se, ademais, a forma como a vida e a morte de Nilton da Silva seriam eventualmente ressignificada nas décadas seguintes, passando a incluí-lo em uma narrativa mais ampla, ao lado de outras vítimas das ditaduras brasileira e chilena. / This thesis aims to recreate the trajectory of the Brazilian poet Nilton Rosa da Silva, focusing on his time as a political exile in Chile, from 1971 to 1973. In Santiago, Silva studied Spanish at the Pedagogical Institute of the University of Chile, published his poetry book Hombre América, and became a member of the Revolutionary Students Front (FER), one of Revolutionary Left Movement’s (MIR) groups in the student movement. The young Brazilian was killed at the age of 24 in June 1973 (three months prior to the coup led by Augusto Pinochet), by members of the Fatherland and Liberty Nationalist Front, a far-right militia that fought to overthrow the president, Salvador Allende. Advocating the need of an armed revolution to place Chile in the path of Socialism, even during the Popular Unity’s (UP) democratic administration, MIR was seen with hesitations by the moderate left. At the same time, however, MIR sought to radicalize the UP parties. By analyzing Nilton da Silva’s life and the impact of his death, it is possible to discuss the disputes between the “rupturist” and “systemic” strategies of the Chilean left during the Allende administration, the chances of agreement between these sectors, and the ways in which MIR sought to conquer wider segments to its rhetoric in favor of the need to take up arms. The political uses of Nilton da Silva’s murder are related to this goal: by examining the appropriation of his death, we are able to see the immediate use that MIR did of this episode, trying to construct the young activist as a revolutionary martyr in a period of growing fear towards a reactionary coup. This work discusses, moreover, how the life and death of Nilton da Silva would eventually be re-signified in the following decades, now being included in a broader narrative, along with other victims of the Brazilian and Chilean dictatorships.

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