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Ativação imune materna e vacinação contra Influenza A (H1N1) durante a gestação em ratas wistar e sua relação com o desenvolvimento de transtornos psiquiátricos na prole adultaEvangelista, Tathiane Alves Lima January 2017 (has links)
Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde para a obtenção do título de Mestre em Ciências da Saúde. / A presença de infecção durante a gravidez pode aumentar consideravelmente a incidência de transtornos neurodesenvolvimentais nos filhos, em especial esquizofrenia e autismo, além de ansiedade e depressão. Desde 2005 a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que mulheres grávidas sejam vacinadas contra influenza A. No entanto, a utilização desta vacina durante a gravidez permanece limitada, devido às preocupações sobre o desenvolvimento do feto e os possíveis efeitos teratogênicos, uma vez que a gravidez é um critério de exclusão para a participação em ensaios clínicos com vacinas. Assim, o presente estudo teve como objetivo avaliar os parâmetros comportamentais de déficit olfatório, ansiedade, atividade locomotora e comportamento tipo-depressivo, além dos níveis de neurotrofinas (NTs) na prole adulta de ratas Wistar submetidas à vacinação contra influenza A e comparar esses parâmetros na prole de ratas induzidas a uma infecção com PolyI: C durante a gestação. Utilizaram-se ratas Wistar gestantes, as quais foram divididas em três grupos: 1) grupo controle que recebeu salina; 2) grupo administrado com a vacina contra influenza A (H1N1); 3) grupo PolyI: C, submetido a uma única injeção de PolyI: C; todas administradas no 9º dia de gestação. Após o desmame, os filhotes machos e fêmeas foram agrupados conforme o tratamento materno e, ao completarem 60 dias, ambas as proles foram submetidas aos testes comportamentais: discriminação olfatória, labirinto em cruz elevada, atividade locomotora e splash teste. Após os testes, os animais foram decapitados e suas estruturas cerebrais (córtex frontal, hipocampo, estriado e bulbo olfatório - BO) retiradas para análises dos níveis de fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) e fator de crescimento neuronal (NGF). De modo geral, os resultados apontaram que a ativação imune materna (AIM) por PolyI: C foi capaz de induzir déficit olfatório, um comportamento tipo-depressivo e alterou a atividade locomotora na vida tardia da prole, independentemente do gênero, confirmando que a infecção pré-natal está implicada nos transtornos neurodesenvolvimentais. Em relação aos efeitos da vacina H1N1 na gestação sobre a prole adulta, ao associar os resultados comportamentais e os níveis de NTs, observou-se que a vacina apenas alterou o comportamento tipo-depressivo nos ratos machos. Todavia, o fato dos níveis cerebrais de BDNF e NGF estarem diminuídos nestes animais poderia contribuir na compreensão deste achado
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comportamental, uma vez que a redução das NTs pode comprometer a angiogênese e neurogênese cerebral e, em consequência, influenciar na resposta comportamental dos animais H1N1. Verificou-se ainda que a vacina contra influenza A na gravidez aumentou os níveis de BDNF apenas no córtex frontal de ratas fêmeas, sugerindo que os níveis desta NT foram influenciados pela vacina H1N1 durante a gestação, a qual pode ter exercido um efeito protetor a longo prazo, embora somente neste parâmetro neuroquímico. Por fim, dados da literatura confirmam que vacinação na fase pré-natal induz uma resposta imune protetora em processos neuronais, como a neurogênese, e no comportamento da prole adulta, sugerindo que os possíveis mecanismos de mediação do desenvolvimento do cérebro pós-natal estão relacionados aos fatores neurotróficos, bem como à liberação de citocinas e questões hormonais, as quais devem ser investigadas em pesquisas posteriores.
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