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O comportamento do verbo “poder” no português do BrasilSilva, Elias André da 10 October 2012 (has links)
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Previous issue date: 2012-10-10 / PPGL; CAPES / O Verbo PODER (Vpoder) faz parte da categoria dos verbos auxiliares, mais precisamente
dos auxiliares modais. Todavia, esse verbo não apresenta estrutura semelhante aos demais
que recebem a classificação de modalizadores. Este fato constitui-se o cerne central da
discussão proposta neste trabalho de tese: a determinação de que o Vpoder não atende aos
critérios percebidos nos verbos modais em relação ao seu funcionamento no Português do
Brasil (PB) com a função plena e com a função de auxiliar, de forma específica numa
comparação com seu par modal, o verbo DEVER. Nesse sentido, ele não possui função lexical
dentro do sistema verbal do PB, numa visão mais voltada a uma análise do ponto de vista da
análise tradicional da gramática; ou, numa visão da teoria gerativa, não subcategoriza um
argumento interno, por não atribuir Caso Acusativo. Para montagem do corpus deste estudo
são fontes dos dados o Jornal Folha de S. Paulo, especificamente a seção Tendências e
Debates, números publicados no primeiro semestre de 2008; dados de introspecção
testados com falantes nativos do PB na região Nordeste; notícias publicadas no Jornal
Gazeta de Alagoas; Anúncios publicitários em outdoors de empresas telefônicas e de
faculdades; Revistas de notícias como ÉPOCA, ISTO É e VEJA. Além dessas fontes, foram
utilizadas também “merchandising” em terminais de auto-atendimento da Loja de
Departamento C & A e eventos televisivos. Os argumentos levantados para comprovação de
que o Vpoder não possui uso autônomo (pleno) no PB iniciam-se pela determinação de que,
nas construções complexas introduzidas por esse verbo, ele funciona apenas como auxiliar
do verbo principal (Vp) que aparece mais a sua direita, realizado foneticamente ou elíptico,
ao qual cabe o papel de subcategorizador do argumento interno em forma de SN (Sintagma
Nominal), SP (Sintagma Preposicional) nessas construções. Para essa comprovação foram
aplicados testes propostos por autores como Pontes (1973, precursora dos estudos
envolvendo o Vpoder no Brasil, dos quais alguns foram contestados e outros aplicados; além
desses outros foram propostos, como o teste do apagamento de V (verbo) e/ou de (SV)
Sintagma Verbal. Para os casos em que o Vpoder aparece próximo a expressões de
indeterminação como TUDO, NADA, ISSO, ESSE se defende a ocorrência da elipse de Vp ou
de SP (Sintagma Verbal) com base no que propõe Matos (1996). O último argumento centrase
na comprovação de que a ocorrência isolada do Vpoder no Português do Brasil é
agramatical, ou seja, não faz parte da gramática dessa língua. A sua ocorrência no nível da
superfície dá-se pela verificação de elipse ou suspensão, numa indicação a um tópico dado
anteriormente na frase ou no discurso.
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