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Gramáticas brasileiras contemporâneas do português: linhas de continuidade e movimentos de ruptura com o paradigma tradicional de gramatização

SILVA, Francisco Eduardo Vieira da 08 May 2015 (has links)
Submitted by Haroudo Xavier Filho (haroudo.xavierfo@ufpe.br) on 2016-03-03T19:23:06Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 1232 bytes, checksum: 66e71c371cc565284e70f40736c94386 (MD5) TESE - Francisco Eduardo Vieira da Silva.pdf: 4405768 bytes, checksum: 385440802182d9e4d4b5f3926886e2fb (MD5) / Made available in DSpace on 2016-03-03T19:23:07Z (GMT). No. of bitstreams: 2 license_rdf: 1232 bytes, checksum: 66e71c371cc565284e70f40736c94386 (MD5) TESE - Francisco Eduardo Vieira da Silva.pdf: 4405768 bytes, checksum: 385440802182d9e4d4b5f3926886e2fb (MD5) Previous issue date: 2015-05-08 / Esta tese analisa as gramáticas brasileiras contemporâneas do português (GBCP), em particular Azeredo (2008), Perini (2010) e Bagno (2012). O trabalho se situa no campo da Linguística Aplicada, entendida como prática social, reflexiva, crítica e indisciplinar (MOITA LOPES, 2008b; ROJO, 2008). Parte-se da defesa de que: o paradigma tradicional de gramatização (PTG) é o modelo responsável por nortear, há mais de dois mil anos, a elaboração de gramáticas no Ocidente; o novo conjunto de compromissos dos estudos linguísticos brasileiros com a gramatização de nossa língua ocasiona deslizes ou mesmo rupturas epistemológicas com esse paradigma. Diante disso, o objetivo geral da pesquisa consiste em caracterizar essa recente transição de paradigmas encabeçada pelas GBCP, em se tratando das linhas de continuidade e dos movimentos de ruptura envolvidos. A fim de construir e caracterizar a noção de PTG no contexto da historiografia linguístico-gramatical, é feito um apanhado histórico sobre as primeiras reflexões na cultura ocidental acerca da gramática, o consequente surgimento da doutrina gramatical greco-romana na Antiguidade e o processo de gramatização dos vernáculos europeus modernos no Renascimento. Já com o propósito de entender como se instituiu, como se desenvolveu e no que resultou o PTG no contexto luso-brasileiro, resgata-se a história das gramáticas do português de natureza prescritivo-normativa, produzidas em Portugal desde o século XVI e no Brasil a partir do século XIX, e reflete-se sobre a noção de “norma-padrão” como consequência da gramatização tradicional. Quatro categorias de análise dão o norte da investigação das GBCP: (a) demandas e propósitos sociais; (b) concepções teóricas e configurações metodológicas; (c) arcabouço descritivo, categorial e conceitual; e (d) língua gramatizada. Os resultados atestam que as GBCP oscilam entre movimentos de ruptura e linhas de continuidade no tangente às quatro categorias. Essas obras, cada uma a seu modo: atentam-se a outras funções sociais, diferentes dos propósitos genéricos das gramáticas tradicionais; deslocam-se do que socialmente se costuma esperar de um livro de gramática; reconhecem a insuficiência teóricometodológica da doutrina gramatical, mas não apresentam um paradigma que a substitua; apresentam tanto pontos de subversão descritiva em relação à tradição gramatical lusobrasileira, quanto continuidade terminológico-conceitual com o PTG, a despeito de teorias linguísticas e novos critérios de categorização delineados; avançam a caminho do reconhecimento, da valorização e da legitimação de aspectos genuinamente brasileiros nos nossos usos comuns falados e escritos, embora efetuem um recorte na língua, a fim de gramatizá-la e, consequentemente, homogeneizá-la, tal qual a construção de qualquer normapadrão. Em suma, as GBCP não correspondem exatamente a um novo paradigma de gramatização em vigor, mas sim ao esgarçamento do PTG e ao surgimento de novas frentes de gramatização ainda embrionárias, que buscam atender, na medida do possível, às demandas da virada linguística. Deve-se frisar que os pontos fortes e fracos dessas novas gramáticas nem sempre correspondem, respectivamente, aos seus conjuntos de rupturas e continuidades. / Esta tesis analiza las gramáticas brasileñas contemporáneas del portugués (GBCP), en particular Azeredo (2008), Perini (2010) e Bagno (2012). La investigación abarca la Lingüística Aplicada, comprendida como práctica social, reflexiva, crítica e indisciplinar (MOITA LOPES, 2008b; ROJO, 2008). Se parte de la defensa de que: el paradigma tradicional de gramatización (PTG) es el tipo responsable por guiar, hace más de dos mil años, la elaboración de gramáticas en el Occidente; el nuevo conjunto de compromisos de los estudios lingüísticos brasileños con la gramatización de nuestra lengua causa deslices o hasta mismo rupturas epistemológicas con ese paradigma. Delante de eso, el objetivo general de la investigación es caracterizar esa reciente transición de paradigmas empezadas por las GBCP, en lo que trata de las líneas de continuidad y de los movimientos de ruptura envueltos. Con la finalidad de construir y caracterizar la noción de PTG en el contexto de la historiografía lingüístico-gramatical, es concebida una búsqueda histórica acerca de las primeras reflexiones en la cultura occidental sobre la gramática, el consecuente aparecimiento de la doctrina gramatical greco-romana en la Antigüedad y el proceso de gramatización de los vernáculos europeos modernos en el Renacimiento. Ya con el propósito de comprender como se estableció, como se desarrolló y en el que resultó el PTG en el contexto luso-brasileño, se examina la historia de las gramáticas del portugués de tipo prescriptivo-normativo, producidas en Portugal desde el siglo XVI y en Brasil a partir del siglo XIX, y reflejase acerca de la noción de “norma estándar” como consecuencia de la gramatización tradicional. Cuatro categorías de análisis guían la investigación de las GBCP: (a) demandas y propósitos sociales; (b) concepciones teóricas y configuraciones metodológicas; (c) estructura descriptiva, categorial y conceptual; y (d) lengua gramatizada. Los resultados exhiben que las GBCP oscilan entre movimientos de ruptura y líneas de continuidad en relación a las cuatro categorías. Esas obras, cada una a su manera: atentan otras funciones sociales, diferentemente de los propósitos generales de las gramáticas tradicionales; se alejan de lo que socialmente se suele esperar de un libro de gramática; reconocen la insuficiencia teórico-metodológica de la doctrina gramatical, pero no presentan un paradigma que la sustituya; presentan tanto puntos de subversión descriptiva en relación a la tradición gramatical luso-brasileña, cuanto continuidad terminológico-conceptual con el PTG, a despecho de teorías lingüísticas y nuevos criterios de categorización delineados; avanzan al camino del reconocimiento, de la valorización y de la legitimación de los aspectos auténticamente brasileños en los nuestros usos comunes hablados y escritos, aunque hagan un recorte en la lengua, para gramatizarla y, consecuentemente, homogeneizarla, tal cual la construcción de cualquier norma estándar. En resumen, las GBCP no corresponden exactamente a un nuevo paradigma de gramatización en vigor, pero a una deshilachación del PTG y al surgimiento de nuevas frentes de gramatización aún embrionarias, que buscan atender, en la medida de lo posible, a las demandas de la virada lingüística. Se debe destacar que los puntos fuertes y flojos de esas nuevas gramáticas ni siempre corresponden, respectivamente, a sus conjuntos de rupturas y continuidades.

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