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A suplementação pré-natal com naringina altera a homeostase redox e função mitocondrial cerebral da prole de ratas WistarSantos, Bernardo Gindri dos January 2018 (has links)
Diversos trabalhos vêm demonstrando que a suplementação com naringina é capaz de promover a neuroproteção em modelos de doenças neurodegenerativas induzidos em animais, principalmente através da regulação da homeostase redox e função mitocondrial. Embora a naringina possa ser considerada como uma possível abordagem terapêutica nesses modelos, ainda se desconhecem os efeitos que essa suplementação pode ter quando realizada durante a gestação no desenvolvimento fetal. Dessa forma, nós buscamos avaliar o efeito da suplementação com naringina durante a gestação sobre a homeostase redox e a função mitocondrial no encéfalo de filhotes fêmeas, além de investigar parâmetros de desenvolvimento pós-natal e memória nos filhotes machos nascidos de ratas que foram suplementadas. Assim, ratas Wistar prenhas foram divididas em dois grupos: (1) controle e (2) naringina, que foi administrada na dose de 100 mg/kg/dia por via oral durante toda a prenhez. Após o nascimento, as filhotes fêmeas foram eutanasiados nos dias pós-natais 1, 7 e 21, e córtex pré-frontal, hipocampo, corpo estriado e cerebelo foram coletados para análises bioquímicas. Os filhotes machos tiveram seu desenvolvimento pós-natal avaliado durante as duas primeiras semanas depois do nascimento, entre os dias pós-natais 2 e 15, além de serem submetidos a testes comportamentais no dia pós-natal 21. Nossos resultados demonstraram que a suplementação com naringina durante a gestação alterou a homeostase redox e a função mitocondrial no encéfalo das fêmeas de uma forma específica em cada estrutura e que essas alterações também foram dependentes da idade avaliada, já que a maior intensidade de efeitos foi observada nos dias pós-natais 1 e 7, e reduziram-se progressivamente até o dia pós-natal 21, exceto no cerebelo, que manteve um número elevado de alterações até essa idade, demonstrando ser mais susceptível aos efeitos do consumo materno de naringina durante a gestação. Os filhotes machos não apresentaram alterações significativas tanto em seu desenvolvimento durante as duas primeiras semanas após o nascimento quanto no desempenho nos testes comportamentais para avaliação da função mnemônica no dia pós-natal 21. Dessa forma, concluímos que a suplementação com naringina durante a gestação pode ser prejudicial ao desenvolvimento do sistema nervoso central em relação à homeostase redox e à função mitocondrial, especialmente no cerebelo, visto que essa suplementação foi capaz de desencadear diversas alterações bioquímicas. Se nossos dados puderem ser extrapolados para a clínica, sugerimos atenção ao consumo e suplementação com polifenóis durante o período gestacional, considerando os possíveis efeitos deletérios sobre o cérebro em desenvolvimento. / Several studies have been demonstrating that naringin supplementation promotes neuroprotection when used in animal models of neurodegenerative diseases, especially by regulating redox homeostasis and mitochondrial function. However, despite naringin use as a potential therapeutic approach in those models, there is no data concerning the effects of naringin supplementation during pregnancy on fetal development. Thereby, we sought to evaluate the effects of maternal naringin supplementation during pregnancy on redox homeostasis and mitochondrial function in female pups’ brain, as well as on postnatal development and memory of male pups. Thus, pregnant Wistar rats were divided into two groups: (1) control and (2) naringin, which was supplemented by oral gavage in a dose of 100 mg/kg/day during entire pregnancy. After birth, female pups were euthanized on postnatal days 1, 7 and 21, and prefrontal cortex, hippocampus, striatum, and cerebellum were dissected for biochemical essays. Male pups were used to asses postnatal development during the first two weeks after birth, between postnatal days 2 and 15, and were submitted to behavioral test on postnatal day 21. Our results demonstrated that naringin supplementation during pregnancy altered redox homeostasis and mitochondrial function in brain of female pups in a structure specific manner, and that these alterations were also time-dependent, since most alterations were found on postnatal days 1 and 7, and progressively declined until postnatal day 21, except the cerebellum, which demonstrated an increased number of alterations until the last age, suggesting a higher susceptibility of this brain structure to the programming effects triggered by maternal naringin supplementation during gestation. Moreover, male pups did not demonstrate any significant alteration during postnatal development on the first two weeks after birth or on behavioral tests on postnatal day 21. Thereby, maternal naringin supplementation during pregnancy might be detrimental to the central nervous system development when considering redox homeostasis and mitochondrial function, especially on cerebellum, since naringin supplementation triggered several biochemical alterations. Whether our data could be considered for clinical purposes, we suggest attention to polyphenol consumption and supplementation during pregnancy, considering the high impact on brain metabolism during development.
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