Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, da Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC, para obtenção do título de Doutora em Ciências da Saúde. / A infecção materna durante a gravidez resulta em alterações agudas ou duradouras no contexto do desenvolvimento, estrutura e função do sistema nervoso central (SNC) do feto. Em modelos experimentais a administração de lipopolissacarídeo (LPS) é bem caracterizado e amplamente aceito como uma infecção bacteriana, sendo esta uma proteína altamente imunogênica que provoca uma resposta inflamatória no hospedeiro. O objetivo do estudo foi investigar os efeitos da injeção de LPS no 15º dia gestacional em ratas Wistar, em seus fetos e também avaliar as alterações comportamentais na prole exposta a diferentes doses de cetamina (CET) na vida adulta. Foram utilizadas ratas Wistar prenhas no 15º dia gestacional e o LPS ou solução salina tamponada com fosfato (PBS) (grupo controle) foi administrado por via intraperitoneal. Seis, 12 e 24 h após a injeção, as ratas foram submetidas a cirurgia para retirada das estruturas avaliadas. Os níveis de IL-1β, IL-2, IL-5, IFN-γ, GM-CSF, IL-4, IL-6, IL-18, MIP-3a, TNF-α, IL-7, IL-10, MIP-1a e EPO foram aumentados no cérebro dos fetos. No líquido amniótico os níveis de TBARS aumentaram em 12 e 24 h, grupamentos carbonil aumentaram em 12 h, a atividade da CAT aumentou somente em 12 h e a SOD aumentou em todos os tempos avaliados. No cérebro dos fetos os níveis de TBARS e grupamentos carbonil aumentaram somente em 24 h, a atividade da SOD e CAT somente em 12 h. Houve um aumento na expressão de metaloproteinases de matriz 2 e 9 (MMPs 2 e 9) no líquido amniótico e cérebro dos fetos que foram expostos à injeção de LPS. No hipocampo e córtex cerebral das ratas houve disfunção na integridade da barreira hematoencefálica (BHE) em 6, 12 e 24 h. Na barreira placentária (BP) a disfunção ocorreu em 6 h e em 6 e 24 h no cérebro dos fetos. Neste trabalho a prole adulta também foi avaliada, foram injetadas com LPS e PBS e divididas nos seguintes grupos: controle/salina, controle/CET 5 mg/kg, controle/CET 15 mg/kg, controle/CET 25 mg/kg, LPS/salina, LPS/CET 5 mg/kg, LPS/CET 15 mg/kg e LPS/CET 25 mg/kg. A CET foi administrada 1 vez ao dia durante 7 dias (53º ao 59º dia de vida). No teste comportamental de habituação ao campo aberto e reconhecimento de objetos novos, os animais do grupo controle expostos a 15 e 25 mg/kg de CET apresentaram dano de memória de habituação e reconhecimento e todos os animais do grupo LPS expostos ou não a CET apresentaram comprometimento de memória. Na atividade locomotora tanto os animais do grupo controle quanto LPS que receberam tratamento com 25 mg/kg de CET apresentaram hiperlocomoção em comparação com o grupo controle/salina. No teste de inibição de pré-pulso (IPP) do reflexo de sobressalto os animais do grupo controle/CET 25 mg/kg apresentaram IPP em 70 e 75 dB. Os animais LPS/CET 25 mg/kg apresentaram IPP em todas as intensidades analisadas. Houve um aumento dos níveis de BDNF e NGF no hipocampo de animais expostos ao LPS e que receberam 15 e 25 mg/kg de CET. Assim, a ativação imune materna (AIM) provocou alterações imunoquímicas e a CET intensificou déficits comportamentais em animais expostos ao LPS no período pré-natal.

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No. of bitstreams: 1 Dissertação -Maria Clara Costa Figueiredo.pdf: 272926 bytes, checksum: 39bc8bcda62e16cb7adca7613b515734 (MD5) Previous issue date: 2010-02-15 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / The genital and urinary system infections, low socioeconomic level and poor or no prenatal care are important risk factors for undesirable obstetric intercurrences, such as preterm labor, premature rupture of membranes, prematurity, low birth weight newborns, fetal suffering or stillbirth. Aiming to identify, among pregnant women population from the FHCGV Obstetric Clinic, those women who present obstetric intercurrences and the possible association of those intercurrences and genital and urinary system infection, it was developed, in 2009 and 2010, a control case study with 109 patients hospitalized for childbirth care or clinical treatment. Of the 109 studied patients, 39 (36%) were considered cases, because they presented those intercurrences, and 70 (64%) were the control cases. Of the 39 cases, 31 (79%) presented genital and urinary tract infections during pregnancy and 08 (21%) did not. Of the 70 control cases, 23 (33%) presented genital and urinary tract infections during pregnancy and 47 (67%) did not, in other words, of all studied pregnant women, 54 (49%) presented infection of the urinary and genital tract during pregnancy and 55 (51%) did not present these infections. In the study, it was observed that genital and urinary tract infections increase in more than 07 times the chance of birth complications and undesirable outcomes for newborns, because of the 109 studied patients, 39 (36%) were considered cases, in other words, they presented obstetric intercurrences and, of those ones, 31 (79%) presented infection during pregnancy (OR=7.91; 95% - IC=3.144 – 19.93; p< 0. 0001). The Chi-squared test applied showed that there is an association between predict and outcome variables, in other words, the presence of genital and urinary tract infections interfere in the pregnancy outcome leading to obstetric intercurrences including premature rupture of membranes, prematurity, low birth weight newborns, fetal suffering or stillbirth. / As infecções do aparelho genital e urinário, o baixo nível socioeconômico e a precária ou nenhuma assistência pré-natal representam fatores de risco importantes para a ocorrência de intercorrências obstétricas indesejáveis como trabalho de parto prematuro, rompimento prematuro de membranas, prematuridade, recém-nascidos de baixo peso, sofrimento fetal ou óbito fetal. Objetivando identificar, dentre a população de grávidas hospitalizadas na Clínica Obstétrica da FHCGV, aquelas que apresentem intercorrências obstétricas e a possível associação dessas intercorrências com a infecção do aparelho genital e urinário desenvolveu-se, entre 2009/2010, um estudo do tipo caso controle com 109 pacientes hospitalizadas para assistência ao parto ou para tratamento clínico. Das 109 pacientes estudadas 39 (36%) foram consideradas os casos, pois apresentaram essas intercorrências e 70 (64%) foram os controles. Dos 39 casos, 31 (79%) apresentaram infecção do aparelho genital e urinário durante a gravidez e 08 (21%) não apresentaram. Dos 70 controles 23 (33%) apresentaram infecção do aparelho genital e urinário durante a gravidez e 47 (67%) não apresentaram, ou seja, do total de grávidas estudadas, 54 (49%) apresentaram infecção do aparelho genital e urinário durante a gravidez e 55 (51%) não apresentaram essas infecções. No estudo foi observado que as infecções do aparelho genital e urinário aumentam em mais de 07 vezes a chance de complicações no parto e resultados indesejáveis para os recém-nascidos, pois das 109 pacientes estudadas 39 (36%) foram consideradas casos, ou seja, que apresentaram intercorrências obstétricas e destas, 31 (79%) apresentaram infecção durante a gravidez (OR=7.91; 95% - IC=3.144 – 19.93; p< 0. 0001). O teste do Qui-quadradro aplicado demonstrou que há associação entre as variáveis preditoras e de desfecho, ou seja, a presença de infecções do aparelho genital e urinário interfere no desfecho da gravidez, levando a intercorrências obstétricas incluindo: rompimento prematuro de membranas, prematuridade, recém-nascido baixo peso, sofrimento fetal ou óbito fetal.