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Território da religiosidade: fé, mobilidade e símbolos na construção do espaço sagrado da romaria do senhor do Bonfim em Araguacema, Tocantins. / religiousness territory: faith, mobility and symbols in the construction of the Lord of Bonfim Pilgrimage sacred space in Araguacema, Tocantins.Carvalho, José Rodrigues de 14 March 2014 (has links)
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Previous issue date: 2014-03-14 / This paper aims to study faith experiences and practice; the pilgrims mobility and symbols in
a religious territory, searching to understand their meanings in time and the sacred space
construction at Romaria do Senhor do Bonfim (The Lord of Bonfim Pilgrimage) in
Araguacema, Tocantins. This pilgrimage is what many other authors call the popular catholic
manifestation; a branch of Christianity which means Catholicism in a peculiar way. This
religious modality expresses through pilgrimage, traditions that spatialize in sanctuaries.
Pilgrimages are places of substantiation of religious experiences, in which there are
celebrations for the saints, or to other kind of hierophany, where territoriality and territories
loaded with sacred symbols, result from a group of practices and rites turning the sanctuary
meaningful for the religious being and for cultural geography. We made this research in four
ample intersected moments which were accomplished by approaching with the object. On
them we tried to read the imaginary landscape of the symbolic territories in pilgrims‘ oral
representation. We got closer to them through bibliographical reading on the issue, trying to
place it in Geography epistemological field. The idea was not to make a preconception on
Pilgrimage, but to build up an approximation that could allow us to raise some questions
about its origin, spatialities, relationship and interactions (territorialities) in the formation of a
religious territory and a sacred space, since the symbolic practices of religiosity. The field
work happened by participation observing with thick watching techniques, tapping,
photographic, written and audio notes, conversation and interviews with the pilgrims and the
family who ―owns‖ the saint. The socio-spatial trajectory of this family until there shows the
saga of thousands of expropriated Brazilian people from the land searching for the ―Bandeiras
Verdes‖ (―Green Flags‖). The relationship between the Pilgrims and the Saint Image at the
pilgrimage time highlights the importance of the supernatural and symbolism in their lives.
This relationship, together with their socio-spatial trajectories, leads them to practices and
founding/transforming actions of territorialities and identities in pilgrimages. It is the territory
(symbolic and social) that brings life to the Pilgrimage and turns it into a sacred space for the
believers of ―Senhor do Bonfim‖ (―The Lord of Bonfim‖). The religious territorialities –
producers of otherness relationship – make the pilgrims be a ―religious group‖, with somehow
the same goals. This complicity provides more trustable and safe living relationship. The
religious territories in the sacred space of the pilgrimage are different from refuge, tiny and
patterned territories. The pilgrims‘ territories are the ones of trusting and closeness to
thousands of other pilgrims who seek for solution for their immediate problems and spiritual
transcendence. / O presente trabalho tem por objetivo estudar práticas e experiências da fé que envolve
mobilidades de romeiros e símbolos em um território da religiosidade, buscando compreender
seus significados na construção do tempo e do espaço sagrado na Romaria do Senhor do
Bonfim em Araguacema, Tocantins. Essa Romaria configura-se no que diversos autores
denominam de manifestação do catolicismo popular; uma vertente do cristianismo que
significa a religiosidade de forma peculiar. Essa modalidade de religiosidade expressa por
meio das romarias, tradições que se espacializam nos santuários. Romarias são lugares de
substanciamento das experiências da religiosidade, nelas acontecem os festejos aos santos, ou
a outros tipos de hierofanias, onde territorialidades e territórios, carregados de simbolismo
sagrado, resultam de um conjunto de práticas e ritos tornando os santuários significativos para
o ser religioso e para a geografia cultural. Realizamos a presente pesquisa em quatro amplos
momentos interseccionados. Eles se efetivaram na aproximação com o objeto. Neles
procuramos ler a paisagem imaginária dos territórios simbólicos nas representações orais dos
romeiros. Complementamos a aproximação com leituras bibliográficas sobre o tema,
procurando situá-lo no campo epistemológico da Geografia. A ideia não era formar uma
preconcepção da Romaria, mas sim construir um avizinhamento que nos permitisse levantar
algumas questões referentes à origem, as espacialidades, relações e interações
(territorialidades) na formação do território religioso e do espaço sagrado, a partir das práticas
simbólicas da religiosidade. O trabalho de campo foi realizado na forma de observação
participante, com técnicas de observações densas, escutas, registros escritos, de áudio e
fotográficos, conversas e entrevistas semiestruturadas (total de 63) com os romeiros e com a
Família ―dona‖ do Santo. A trajetória sócioespacial dessa Família até ali, ilustra a saga de
milhares de brasileiros expropriados da terra em busca das ―Bandeiras Verdes.‖ A relação dos
romeiros com a Imagem do Santo no tempo na Romaria evidencia a importância do
sobrenatural e do simbólico em suas vidas. Essa relação, conjugada com suas trajetórias
sócioespaciais os levam às práticas e ações fundadoras e transformadoras de territorialidades e
identidades na Romaria. É o território (simbólico e social) que vivifica a Romaria e o torna
em um espaço sagrado na concepção dos fiéis do Senhor do Bonfim. As territorialidades
religiosidade – produtoras de relações de alteridades - tornam os romeiros em um ―coletivo
religioso‖, com finalidades mais ou menos comuns. Essa cumplicidade proporciona relações
mais confiáveis e seguras de convivialidade. Os territórios religiosos inerentes ao espaço
sagrado da Romaria diferem dos territórios refúgios, minúsculos e padronizados. Os
territórios dos romeiros são os das relações de confiança e intimidade com milhares de outros
romeiros que peregrinam em busca de soluções para seus problemas imediatos e da
transcendência espiritual.
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