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“E a bela ainda é fera” - análise discursivo-crítica das performatividades de gênero nas entrevistas da revista Roadie Crew / And the beauty is still a beast”- Critical discourse analysis of the gender performativities on the interviews of Roadie Crew Magazine

Pires, Gracielle Fonseca 19 March 2018 (has links)
Submitted by MARCOS LEANDRO TEIXEIRA DE OLIVEIRA (marcosteixeira@ufv.br) on 2018-08-21T12:47:38Z No. of bitstreams: 1 texto completo.pdf: 1637878 bytes, checksum: f08bd8f667ef7405bacf2d9bb741f23c (MD5) / Made available in DSpace on 2018-08-21T12:47:38Z (GMT). No. of bitstreams: 1 texto completo.pdf: 1637878 bytes, checksum: f08bd8f667ef7405bacf2d9bb741f23c (MD5) Previous issue date: 2018-03-19 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / A mídia especializada no gênero musical metal, especificamente as revistas impressas, está entre as instituições culturais cujas funções, dentre outras, são: promover, criar, articular e circular valores e discursos sobre música. Dessa maneira, possuem papel central na cultura do metal, a qual fazem ser vista e, ao mesmo tempo, ajudam a construir. Além disso, as revistas especializadas em metal fazem parte da crítica, ou recepção especializada em música, um dos pilares para a constituição do Cânone da Música Ocidental (CITRON, 1993). Dadas estas atribuições, torna-se evidente a importância da investigação destas publicações, de maneira que se possa trazer contribuições para a compreensão de mudanças sociais e problemas parcialmente discursivos dentro da cultura do metal. Dentre as questões mais urgentes de discussão no meio, destacam-se as relações de gênero. Em trabalhos pioneiros nos estudos sobre o metal, como o de Walser (1993), já se falava que a cultura produzida por este gênero musical “reproduzia valores patriarcais”. Pesquisas posteriores, como as de Hill (2013, 2016) e Martins (2011) mostraram como as revistas especializadas em metal tendem a reproduzir preconceitos de gênero e fomentar relações assimétricas de poder, excluindo ou objetificando “mulheres” em seu discurso. Recentemente, Clifford-Napoleone (2016) ampliou a abordagem da questão, a partir da discussão da cultura do metal sob o viés queer. Assim, acrescentou maior complexidade às discussões anteriores, problematizando gênero de uma perspectiva não binária, e trazendo novos questionamentos para as pesquisas futuras. Diante deste quadro de novos esforços teóricos para a compreensão das questões de gênero e metal, a presente pesquisa tem como objetivo analisar as performatividades de gênero (BUTLER, 2016 [1990]) realizadas em um corpus de 14 entrevistas da revista Roadie Crew, publicação impressa especializada em metal de alcance nacional. Para tanto, nosso trabalho se alinha aos estudos discursivos críticos de Chouliaraki e Fairclough (1999), Fairclough (2001; 2003), por meio dos quais realizamos uma análise discursiva crítica, textualmente orientada, apoiada nas recorrências encontradas no processamento textual via Antconc e também no Subsistema de Atitude, a partir da teoria da Valoração (WHITE, 2004), bem como conduzimos as análises suportadas em teorias sociais de Thompson (2002), sobre os modos de operação das ideologias, e nos estudos sobre gênero e música (CITRON, 1993; MARTINS, 2011; HILL, 2013, 2016; CLIFFORD- NAPOLEONE, 2015). Nossa proposta de abordagem busca problematizar as contribuições da musicologia feminista, a partir da Teoria Queer, para complexificar o entendimento das relações entre performatividade de gênero e canonização musical no discurso da revista especializada em questão. Por meio das análises linguístico- discursivas, foram verificados elementos potencialmente promotores de iteração da heteronormatividade, tais como os processos relacionais atributivos ligados à beleza, temperamento problemático e representações particulares de feminilidades para os corpos femininos, enquanto processos materiais e relacionais levaram à promoção de excelência, profissionalismo e competência para a produção realizada por corpos masculinos. Desta maneira, verificou-se a presença do discurso musical parcialmente generificado. Percebeu-se, também, o funcionamento da entrevista como uma tecnologia discursiva que se utiliza de dispositivos normatizadores, os quais operam dentro da matriz de inteligibilidade heterossexual. / The media specialized in metal music, specifically the Brazilian metal printed magazines, in this research, are among the cultural institutions that are responsible for the creation of values, articulation of ideologies and for spreading discourses about metal music in the Brazilian metal scenes. Thus, these magazines have a central role in the metal culture, emphasizing its public visibility and at the same time participating on its construction. Moreover, the metal magazines are part of what is called specialized reception in music, one of the main elements of the Western Musical Canon constitution (Citron, 1993). Given that, the importance of investigating those publications as a way to help us understand some of the social changes and partially discursive problems in metal culture becomes clear. The gender relations are one of the most important and urgent issues to be discussed and analyzed in metal media. Some of the first studies on metal have already pointed out that the metal music culture was reproducing patriarchal beliefs (WALSER, 1993). Later investigations, as Hill (2013, 2016) and Martins (2011) showed how the specialized metal magazines tend to produce gender bias and foster gender inequalities as well power imbalance, excluding or reifying “women”. Recently, Clifford-Napoleone (2016) broadened the discussions on metal and gender by presenting a queer perspective. Thereby she added more complexity by arguing gender in metal from a non-binary view, what can lead the upcoming researches to discuss it considering the queer aspects of metal. Based upon these new theoretical efforts, our research aims to analyze the gender performativities (BUTLER, 2016 [1990]) realized at 14 interviews extracted from Roadie Crew, a printed monthly metal magazine produced and distributed in Brazil. For this purpose, our work is aligned with the critical discursive studies of Chouliaraki & Fairclough (1999), Fairclough (2001; 2003), by means of we conduct a critical discourse analysis, text-oriented, underpinned by the recurrences found at textual processing performed by the software Antconc (ANTHONY, 2004) and also through the Subsystem of Attitude, of the Appraisal Theory (WHITE, 2004). The social theories used to support the analyses are Thompson (2002) on the ideologies modes of operation, studies of gender and music (CITRON, 1993), studies about gender and metal, (MARTINS, 2011; SHAAP & BERKERS, 2013; HILL, 2013, 2016; CLIFFORD- NAPOLEONE, 2015) as well gender and queer theory (BUTLER, 2016 [1990]; SCOTT, 1990; CONNEL & MESSERSCHMIDT, 2005; HALBERSTAM, 1998; COLLING, 2011; PRECIADO, 2011). Our approach aims to discuss the contributions from the feminist musicology through a queer perspective, aspiring to widen the comprehension of the relations between gender performativities and music canonization in the magazine discourse. By performing the linguistic-discursive and social analysis, we verified the iterability of the heteronormativity, such as the repetition of the relational processes related to the beauty, bad temper and particular representations of femininity when the interviewed was presented as a straight female, while the material processes and relational processes used to refer to the interviewed musicians presented as straight male lead to the promotion of excellence, professionalism, and expertise on making metal music. Therefore, we could attest the existence of a music discourse partially gendered on the interviews of Roadie Crew. We could also notice the role of the interview as a discursive technology which utilizes gender normalization devices that work within the heterosexual matrix of gender ineligibility.
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La construcción de la identidad metal en Lima

Hernández Montoya, Jorge 04 May 2023 (has links)
Desde los años 80 empezó a conformarse en el Perú una escena metalera propia. Esta escena musical se ha hecho cada vez más grande, incluyendo a diferentes generaciones que van adoptando la estética y prácticas propias del género, haciendo de este un grupo con características particulares y distintivas que parecen mantenerse en el tiempo; sin embargo, este movimiento y su idiosincrasia ha sido poco estudiado. Este trabajo busca identificar y entender las diferentes dinámicas y prácticas comunes que acompañan a la escucha del metal, que a través de la investigación pudo conocerse que no se limita simplemente al consumo de los diferentes formatos que la reproducen, sino que implica un esfuerzo por obtener y acumular conocimiento en relación al desarrollo del género y sus exponentes. Se realizó una observación participante en diferentes espacios metal, como tiendas de música metal, bares metaleros, y conciertos underground, así como entrevistas a diferentes personas que frecuentan estos espacios. Es así que pudimos identificar al concierto como el espacio donde se performan las identidades metal, y que es aquí también donde se dan las interacciones que marcan el desarrollo de la apropiación del género por parte de los individuos. Los hallazgos también nos llevan a identificar dinámicas como la transmisión de conocimiento, la expectativa de los metaleros por sus pares, y cierto sectarismo. Dinámicas que, entendidas a través del concepto de identidad, las hacen responsables de esta construcción identitaria y de su persistencia en el tiempo. Asimismo, sobre esta identificación de dinámicas e idiosincrasias, pudimos reconocer también, a través del análisis de la dimensión visual del metal, cómo una violencia normalizada termina delimitando la pertenencia grupal basada en el género.

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