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A INSCRIÇÃO PÚBLICA COMO MANIFESTAÇÃO ANTAGÔNICA NO CAMPO INSTITUCIONAL DA ARTE

LOPES, D. K. 15 April 2013 (has links)
Made available in DSpace on 2016-08-26T15:19:02Z (GMT). No. of bitstreams: 1 tese_6408_Dissertação Diego Kern Lopes 2013.pdf: 3418257 bytes, checksum: 9a9b8384bd69d9cc09432d061eb0c854 (MD5) Previous issue date: 2013-04-15 / Este trabalho investiga e reflete sobre a possibilidade de existência da inscrição pública como forma de manifestação poética e política antagônica no campo institucional da arte. A denominação do termo parte da perspectiva da existência de jogos constituídos por discursos/manifestações que ora desempenham um papel hegemônico sendo então escritos, ora desempenham um papel contra-hegemônico sendo então inscritos. Neste sentido, serão apresentados e trabalhados, através de argumentos de autores como Rosalyn Deutsche, Chantal Mouffe, Andrea Fraser, Mion Kwon, Hal Foster, Roland Barthes, Michel Foucault, conceitos e reflexões sobre hegemonia, espaço público, antagonismo, arte pública, autoria, desobediência e critica institucional. A fim de verificar estes apontamentos serão utilizados três casos registrados de possíveis inscrições públicas. O primeiro caso ocorre na estátua do ex-presidente Getúlio Vargas, localizada em praça com o mesmo nome, no centro da cidade Vitória, onde foi inscrita, no pedestal do monumento, a palavra ESTÓRIA. O segundo caso intitula-se ATITUDE DO ARTISTA | ATITUDE DO MUSEU, de Paulo Bruscky e consiste em uma ação onde o artista inscreve no muro do museu de arte do estado de Pernambuco a seguinte frase: a arte não pode ser presa. O terceiro caso refere-se a uma inscrição feita na fachada do Museu de Arte do Espírito Santo onde pode se ler KD A ARTE? (cadê a arte?). Tendo como método submeter os casos aos conceitos, apresentam enquanto manifestação poética e política no espaço público. Argumentaremos que a construção destas inscrições públicas permite o surgimento de dissenso na materialidade discursiva dos espaços públicos. Neste sentido, investigaremos que, a conceitualização da inscrição a partir dos elementos que serão abordados, cria, nesta manifestação, uma identidade negativa com potência de gerar antagonismo no campo institucional da arte. Esta identidade negativa assim como o, consequente, antagonismo, se deve à constatação de que os elementos constituidores da inscrição também apresentam aberturas em suas definições conceituais, como por exemplo, no que se refere à autoria e ao anonimato assim como no que se refere à refletiremos sobre permissão e à desobediência. Destes aspectos, concluiremos que a identidade aberta e negativa da inscrição pública faz com que a identidade do campo institucional da arte também se torne aberta e negativa fazendo com que exista entre ambas uma relação de antagonismo. O trabalho também pontará para o conceito de efemeridade como condição necessária para a existência da inscrição, ressaltando que tal característica não deve estar contida na gênese da manifestação, mas, sim, como resultado de um embate agonístico.

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