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Dinâmica e características funcionais de comunidades arbóreas no Sudoeste da Amazônia : avaliando os impactos de uma grande hidrelétricaMoser, Pamela 29 March 2018 (has links)
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Ecologia, 2018. / Energia Sustentável do Brasil (ESBR); Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). / Os impactos provocados pela ação antrópica ameaçam constantemente as florestas, como as
hidrelétricas na região Amazônica. O alagamento causado por esse tipo de empreendimento, gera
considerável impacto ambiental, pela inundação de extensas áreas e modificação das condições
ambientais no seu entorno. No âmbito do Programa de Conservação da Flora da Usina
Hidrelétrica - UHE-Jirau, no Sudoeste da Amazônia, executado pela Embrapa Cenargen, foram
realizados inventários bienais para monitoramento da flora, antes (2011-2013) e após (2015-
2017) o enchimento do reservatório da UHE. Com o enchimento do reservatório as cotas do rio
Madeira aumentaram em média 4,2 m na cheia e 5,2 m na seca, o que inundou extensas áreas de
vegetação nativa. Para avaliar o impacto do alagamento na vegetação arbórea, bem como a
sucessão florestal inicial nas áreas impactadas, foram amostrados 15.222 indivíduos,
pertencentes a 1.075 espécies. As Florestas de Várzea foram as mais atingidas pelo alagamento,
com taxas de mortalidade entre 66% e 100%, seguida pela Floresta de Terra Firme, com
mortalidade entre 12% e 100% após o enchimento do reservatório, enquanto as Campinaranas
foram menos afetadas pelo alagamento, com taxa de mortalidade entre 8% e 17%. A mortalidade
foi associada como o número de dias que as parcelas permaneceram inundadas. A regeneração
foi influenciada pelos ciclos sazonais de inundações artificiais. Em 2015, logo após o
enchimento do reservatório, houve recrutamento principalmente de Cecropia spp. e Muntingia
calabura L, em 2017 foi registrado destacado aumento na riqueza de regenerantes (42 espécies).
No entanto, áreas localizadas no remanso do reservatório não apresentaram regeneração, mesmo
quatro anos após o início da operação da hidrelétrica. Diante das diferenças encontradas na
tolerância das espécies ao alagamento as Campinaranas foram utilizadas para entender porque
algumas espécies sobreviveram ao alagamento enquanto outras sucumbiram. Foram avaliadas as
características funcionais de folha, madeira, raízes finas, vasos de xilema e estômatos das 33
espécies mais abundantes. A densidade de estômatos e a densidade de tecido das raízes e foram
os principais preditores da mortalidade associada ao alagamento. Mudanças na composição
funcional das comunidades que sobreviveram ao alagamento foram direcionais e selecionaram
indivíduos com maior densidade de tecido das raízes, densidade da madeira, conteúdo de matéria
seca foliar, altura da planta, área de vasos de xilema, densidade de estômatos e menor tamanho
de estômatos. Conclui-se que o alagamento oriundo do enchimento do reservatório da UHE
causam perdas de habitats, elevada mortalidade de árvores, dificultam a regeneração da
vegetação e alteram a composição funcional da vegetação na Amazônia. A vegetação arbórea na Amazônia é vulnerável a alagamento por longos períodos. Com a crescente construção de
hidrelétricas e cenários de mudanças globais, que causam aumento de eventos extremos, o
alagamento se tornam cada vez mais frequente ameaçando a floresta que tem alta diversidade. / The impacts caused by anthropic action constantly threaten forests, such as hydroelectric dams in
the Amazon region. The flooding caused by this type of undertaking generates considerable
environmental impact, by flooding of extensive areas and modification of environmental
conditions in their surroundings. Under the project “Plant Conservation Program of the UHE
Jirau (RO)", in the Southwest of the Amazon, executed by Embrapa Cenargen, biennial
inventories were carried out to monitor the flora, before (2011-2013) and after (2015-2017) the
filling of the reservoir of the UHE. With the filling of the reservoir the quotas of the Madeira
river increased in average 4.2 m in the flood and 5.2 m in the dry, which flooded extensive areas
of native vegetation. To evaluate the impact of flooding on tree vegetation, as well as the initial
forest succession in the impacted areas, 15,222 individuals belonging to 1,075 species were
sampled. The Vázea Forests were the most affected by flooding (mortality rate between 66% and
100%), followed by Terra Firme Forests (mortality between 12% and 100%), while
Campinaranas were less affected by flooding. (mortality between 8% and 17%). Mortality was
associated as the number of days the plots remained flooded. Regeneration was influenced by the
seasonal cycles of artificial flooding. In 2015, soon after the filling of the reservoir, there was
recruitment mainly of Cecropia spp. and Muntingia calabura L, in 2017 was recorded
remarkable increase in species richness (42 species). However, areas located in the backwater of
the reservoir did not present regeneration, even four years after the start of hydroelectric
operation. Faced with the differences found in tolerance of species to flooding, Campinaranas
were used to understand why some species survived flooding while others succumbed. The
functional characteristics of leaf, wood, fine roots, xylem vessels and stomata of the 33 most
abundant species were evaluated. The stomata density and root tissue density were the main
predictors of mortality associated with flooding. Changes in the functional composition of the
communities that survived flooding were directional and selected individuals with higher root
tissue density, wood density, leaf dry matter content, plant height, xylem vessel area, stomata
density and smaller size of stomata. It is concluded that flooding from the UHE reservoir filling
causes habitat loss, high tree mortality, difficult vegetation regeneration and alter the functional
composition of vegetation in the Amazon. The arboreal vegetation in the Amazon is vulnerable
to flooding for long periods. With growing hydroelectric dams and global change scenarios, that
cause extreme events to increase, flooding becomes increasingly frequent threatening the forest
that has high diversity.
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Vidas despedaçadas impactos socioambientais da construção da usina hidrelétrica de Balbina (AM), Amazônia CentralRodrigues, Renan Albuquerque 25 March 2013 (has links)
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Previous issue date: 2013-03-25 / Não Informada / Sustainable development is a global necessity. Regarding the Amazon, there is much to discuss and improve the scope of projects for large hydroelectric plants, built for a generating energy, but because involve forced displacement of populations due to the dams of the rivers, often have large social conflicts created as occurred historically, from projects and military government agencies, in the 1960, 1970 and 1980 in Brazil. One of Amazonian dams that showed great potential for the generation of these conflicts was Balbina. Located in Presidente Figueiredo, in the Central Amazon, the Balbina dam had completed its construction in 1987, flooding an area of 2.400 km2 of forest, reaching about 3.000 families living downstream of the dam. The objective of this study is to analyze social impacts after nearly 25 years of operation of the dam began in 1989. The impacts were analyzed based on: i) participant observation, in which the social context is described, and ii) study and inferential analysis of lifestyles, through analytic ethnography. At around Balbina were interpreted results indicating disaffiliation territorial biases and emotional, fragmentation of belonging, weakening of social relations and demotion of practical actions for the formation of organized groups in the region. How coping and mitigating actions, we chose to highlight: i) suspension and cancellation, immediately, via action by Public Ministry and Procon, of all debts pertaining to electricity bills that have been imputed to those affected by dams, ii ) reorganization of the economy within the living environments to address food insecurity and lack of income, iii) implementation of a model of trade with use aggregate of social currency to those affected by the dam and iv) the orientation of production according to the population diversity upstream and downstream of the dam. / O desenvolvimento sustentável é uma necessidade global. No que tange à Amazônia, há muito o que se debater e melhorar no âmbito dos projetos para grandes centrais hidrelétricas, construídas para a geração energética, mas que, dado implicarem deslocamentos forçados de populações por causa das barragens dos rios, amiúde tem criado amplos conflitos sociais em épocas atuais, tal como ocorreu historicamente, a partir de projetos de organismos e governos militares, nas décadas de 1960, 1970 e 1980 no Brasil. Uma das represas amazônicas que apresentou grande potencial para a geração desses conflitos foi Balbina. Localizada em Presidente Figueiredo, na Amazônia Central, a represa de Balbina teve finalizada sua construção em 1987, alagando uma área de 2.400 km2 de floresta, atingindo cerca de 3 mil famílias que viviam a jusante e montante da usina. O objetivo do presente trabalho foi analisar impactos sociais após duas décadas e meia de operação da hidrelétrica, iniciada em 1989. Os impactos foram analisados a partir de: i) observação participante, em que o contexto social é descrito; e ii) estudo e análise inferencial dos modos de vida, por meio da etnografia analítica. No entorno de Balbina, foram interpretados resultados de vieses de desfiliação territorial e afetiva, fragmentação de pertencimento, enfraquecimento de relações sociais e rebaixamento de ações práticas para a formação de grupos organizados na região. Como ações de enfrentamento e mitigadoras, optou-se por destacar: i) suspensão e cancelamento imediado, via ação
judicial, dos passivos financeiros que tenham sido imputadas aos atingidos pela UHE Balbina, ii) reorganização da economia dentro dos ambientes de vivência para enfrentar a insegurança alimentar
e a falta de renda, iii) implantação de um modelo de comércio agregador com uso de moeda social para os atingidos pela barragem e iv) a orientação da produção segundo a diversidade populacional a montante e jusante da represa.
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