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A concordância verbal de terceira pessoa do plural no português popular do brasil: um panorama sociolingüístico de três comunidades do interior do Estado da Bahia.Silva, Jorge Augusto Alves da January 2005 (has links)
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Previous issue date: 2005 / A presente tese estuda a concordância verbal na terceira pessoa do plural no português popular brasileiro tomando como corpus de análise a realidade lingüística de três comunidades, duas rurais (Cinzento e Morrinhos) e uma urbana (Poções) do interior do estado da Bahia. Em nosso estudo, consideramos que a concordância verbal apresenta-se como uma regra variável, demonstrando, contudo, fortes tendências à aquisição de padrões que conduzam à aplicação da regra de concordância, aproximando-se cada vez mais da norma culta urbana. Mormente, procuramos discutir o conceito de língua popular, apresentando-lhe as características e indicando os elementos históricos, sociais e lingüísticos de sua origem, formação e da mudança que ora se observa na tendência de progressivo recrudescimento do uso das marcas de flexão indicativas de concordância entre o sujeito e o núcleo do predicado.As três comunidades, embora estejam localizadas no interior do estado da Bahia e na mesma microrregião, apresentam níveis diferenciados de urbanização que se refletem nos usos lingüísticos de seus membros. O estudo quantitativo por nós empreendido apresentou dados que nos levam a concluir que a concordância verbal (a solidariedade entre o sujeito e o verbo na estrutura oracional) tende a ser mais freqüente em contextos lingüísticos em que a diferença entre o singular e o plural é mais perceptível, além de estruturas em que o sujeito antepõe-se ao núcleo do predicado. Os dados, ainda, demonstram que a fala do documentador pode influenciar a ocorrência da concordância na fala dos informantes. Além disso, observamos que os elementos constituintes do sintagma nominal sujeito podem levar à aplicação da regra de concordância. Do ponto de vista dos fatores extralingüísticos, os dados revelam que os homens tendem a fazer mais concordância do que as mulheres e os mais jovens e os adultos, em freqüência semelhante, tendem a efetuar mais concordâncias do que os idosos de suas comunidades. O nosso estudo mostra que o nível de escolarização, mesmo precário, pode favorecer o contato com outros grupos sociais e inserir na fala do informante um novo padrão mais próximo do português culto. Além do mais, o nosso estudo revelou que o contato com os meios de comunicação, especialmente televisão e rádio, é um elemento propagador da norma de prestígio e tende a influenciar os indivíduos na aplicação da regra de concordância. Demonstramos, ainda, que o estágio de urbanização pode favorecer o processo de aquisição de um padrão lingüístico tendente a apresentar progressivamente a ocorrência da concordância entre o sujeito e o predicado. O presente estudo revela, ainda, uma situação de continuum em que características da língua culta começam a ser adquiridas pelas camadas populares a depender do nível ou do acesso ao letramento e aos benefícios da urbanização. / Salvador
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