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Quando a doença torna a vida um fardo: a trajetória de Humberto de Campos (1928- 1934)AGRA, Giscard Farias 27 February 2014 (has links)
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Previous issue date: 2014-02-27 / Este texto tem por objetivo investigar o papel da doença na reelaboração dos valores
de Humberto de Campos, levando-o a produzir novas imagens de si e do mundo ao
seu redor, e agir socialmente informado por elas. Analisa-se como o elemento
patogênico aparece na escrita do autor tendo papel central na modificação de seu
comportamento e de sua imagem social, sendo compreendido como o ponto de virada
da trajetória de constituição de sua auto-imagem. Maranhense, membro da Academia
Brasileira de Letras, deputado federal, cronista, contista, crítico literário e memorialista,
Humberto de Campos (1886-1934) tornou-se muito conhecido no Brasil na década de
1920, em virtude das polêmicas geradas especialmente pelos textos humorísticos e
galantes que publicava sob o pseudônimo de Conselheiro X.X., sendo alvo de
inúmeras críticas de intelectuais e dos grupos conservadores, que o acusavam de
imoralidade. Na década de 1930, entretanto, a sua imagem de imoral e obsceno foi
dando lugar a uma nova imagem que o representava como um jornalista
espiritualizado, preocupado em oferecer palavras de conforto para todos aqueles que
sofriam, tornando-se, nesse momento, o autor mais lido do Brasil, posição que ainda
continuaria ocupando por anos, mesmo depois da sua morte. A doença, a hipertrofia
da hipófise, diagnosticada em 1928, é compreendida como tendo sido o elemento que
proporcionou essa modificação, levando o autor a produzir uma nova sensibilidade a
partir da qual se relacionou com o mundo e consigo mesmo, e que fez circular
socialmente por meio de seus escritos, nos quais expunha a sua condição patológica.
A doença, portanto, aparece em seus textos – suas crônicas diárias e seus livros
memorialísticos, Memórias, 1886-1900 (1933), Memórias inacabadas (1935, póstumo)
e Diário Secreto (1954, póstumo) –, como o motor da transformação das imagens
pública e privada de Humberto, levando-o a reelaborar tanto o seu presente, quanto o
seu próprio passado.
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