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A utilização da abordagem holística em administração: um estudo interpretativo das práticas gerenciais das empresas integrantes da Bolsa de Valores, mercadorias e futuros de São Paulo - BM&FBovespa - Brasil / Using the holistic approach in management: a interpretives study of managerial practices of \'novo mercado\' members of securities, commodities and futures exchange of San Pablo - BM&FBovespa - BrazilMarins, Crounel 10 April 2015 (has links)
Esta tese teve como objetivos identificar indícios de uma abordagem holística nas práticas gerenciais das empresas, contribuir para a construção de um modelo com características holísticas para orientar o delineamento de práticas gerenciais, e classificar as empresas pesquisadas quanto ao estágio de institucionalização da utilização de elementos da abordagem holística em suas práticas. O holismo, já conhecido na Antiguidade, teve um significado moderno dado pelo pensador e estadista sul-africano J. C. Smuts, através da obra Holism and Evolution, de 1926. Para ele, holismo é um fator que orienta a evolução de todo o Universo, com a formação de estruturas que só podem ser devidamente tratadas como totalidades, numa sequência que começa com a matéria e a vida, passando pela personalidade humana, até chegar às organizações supra-individuais e aos sistemas de valores humanos. Epistemologicamente, o holismo é contraposto ao reducionismo, quer seja nas Ciências Naturais (atomismo), quanto nas Ciências Sociais (individualismo). Após Smuts, vários autores trataram do holismo, com diferentes propósitos, entre eles Quine (1951), Weil (1991), Esfeld (2001) e Descombes (2014). Em relação à Administração, Savory (1999), aborda o holismo com foco na questão ambiental. No Brasil, Almada et al (2004), Aligleri et al (2008), Cunha e Corrêa (2010), entre outros, com focos em atividades administrativas diversas, fizeram considerações que remetem à visão holística por parte da gestão, que consiste em enxergar totalidades, dentre as quais a própria empresa é uma delas, bem como as conexões que ligam estas totalidades. A pesquisa, qualitativa, exploratória e descritiva, utilizou a abordagem interpretativista, pela qual o pesquisador busca compreender uma realidade, que possui aspectos objetivos e subjetivos. As 20 empresas pesquisadas foram retiradas de amostra aleatória entre as empresas pertencentes do Novo Mercado da BM&FBovespa, que possuem requisitos mais rígidos quanto às práticas de Governança Corporativa. Os dados foram retirados dos relatórios anuais de atuação e de outros documentos disponibilizados nos sites das empresas, sendo constituídos por informações gerais, mais as práticas gerenciais orientadas para a sustentabilidade e a responsabilidade social corporativa. A Teoria da Institucionalização forneceu critérios para classificar as empresas nos vários estágios de institucionalização do uso de elementos da abordagem holísticas em suas práticas. Para esta classificação, foi necessário construir um primeiro modelo, ou protótipo, para avaliação holística, visto não ser encontrado, nas teorias analisadas, modelo que pudesse ser utilizado. Este protótipo, o primeiro resultado da pesquisa, foi elaborado contrastando princípios holísticos, deduzidos da obra de Smuts, com a Teoria dos Sistemas, Teoria da Complexidade e Cibernética, mais a Teoria dos Stakeholders. Feitas as análises das práticas e as considerações finais para as empresas, observou-se uma alocação com grande homogeneidade pelos estágios citados, permitindo que se coloque como hipótese a ser testada em futuros estudos, que as empresas apresentam, no seu conjunto, uma trajetória de evolução no que concerne à visão holística de suas atividades e atuações na sociedade. Também foram observados mecanismos de evolução diferenciados e fatores limitantes para esta evolução. Finalmente, foi possível apresentar, através de deduções baseadas nos dados e nas teorias, também como hipótese a ser testada, que as empresas podem alcançar ganhos em diversas dimensões, ao utilizar uma abordagem holística nas suas práticas. Este estudo ajuda a cobrir uma lacuna importante das teorias administrativas modernas, qual seja, lidar com um mundo complexo, com ferramentais racionais, sem destruir o que caracteriza esta complexidade, a natureza holística da realidade. / This thesis aimed to identify evidence of a holistic approach in the managerial practices of companies, contribute to the construction of a model with holistic characteristics to guide the design of managerial practices, and classify companies in regards to the the institutionalization stage of the use of elements of holistic approach in their practices. Holism has ancient roots, but its modern meaning was defined by South African thinker and statesman J.C. Smuts, in his book Holism and Evolution, published in 1926. Smuts considers holism as a factor that guides the evolution of the entire universe, with the formation of structures that can only be properly treated as wholes , in a sequence which starts with matter and life, continues through human personality, and finally reaches supra-individual organizations and human value systems. In epistemological terms, holism opposes reductionism, be it in Natural Sciences (atomism), and in Social Sciences (individualism). After Smuts, several authors explored holism, such as Quine (1951), Weil (1991), Esfeld (2001) and Descombes (2014). In regards to Administration, Savory (1999) approaches holism with particular focus on environmental issues. In Brazil, Almada et al (2004), Aligleri et al (2008), Cunha e Corrêa (2010), among others, with focus in different administrative activities, have made allusions which explore holistic approaches in management, such as viewing the companies as totalities, as well as the connections between those totalities. This qualitative, exploratory and descriptive research utilized an interpretative approach, which helped the researcher understand a reality which contains objective as well as subjective aspects. Twenty companies were researched, chosen randomly among companies within the Novo Mercado segment of the BM&F Bovespa (São Paulo Stock Exchange), which has strict corporate rules. Data was collected in the companies\' annual reports and other documents available in the companies\' websites. Information collected was not restricted to general data about the companies, but also included managerial practices, sustainability and corporate and social responsibility. The Theory of Institutionalization provided criteria to classify companies, in various stages of institutionalization, in regards to the use of holistic approach in their practices. In order to obtain this classification, it was necessary to build a model, or prototype for holistic evaluation, as no such model had been found in previous studies. This prototype, the first result of the research, was built through comparisons between holistic principles, taken from the work of Smuts, with the Theory of Systems, the Theory of Cybernetics and Complexity, and the Theory of Stakeholders. After careful analysis of the companies\' practices, the research suggests that future studies should include an evaluation of the companies\' holistic approach of their activities and social endeavors. Also observed were different evolution mechanisms and factors that could limit this evolution. Finally, it was possible to present, based on deductions on data and theories, a hypothesis to be tested that companies can benefit by utilizing holistic approach in their practices. This study fills an important void in modern business theories, helping companies deal with a complex world using rational tools, which do not harm the complexity of the holistic nature of reality.
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A utilização da abordagem holística em administração: um estudo interpretativo das práticas gerenciais das empresas integrantes da Bolsa de Valores, mercadorias e futuros de São Paulo - BM&FBovespa - Brasil / Using the holistic approach in management: a interpretives study of managerial practices of \'novo mercado\' members of securities, commodities and futures exchange of San Pablo - BM&FBovespa - BrazilCrounel Marins 10 April 2015 (has links)
Esta tese teve como objetivos identificar indícios de uma abordagem holística nas práticas gerenciais das empresas, contribuir para a construção de um modelo com características holísticas para orientar o delineamento de práticas gerenciais, e classificar as empresas pesquisadas quanto ao estágio de institucionalização da utilização de elementos da abordagem holística em suas práticas. O holismo, já conhecido na Antiguidade, teve um significado moderno dado pelo pensador e estadista sul-africano J. C. Smuts, através da obra Holism and Evolution, de 1926. Para ele, holismo é um fator que orienta a evolução de todo o Universo, com a formação de estruturas que só podem ser devidamente tratadas como totalidades, numa sequência que começa com a matéria e a vida, passando pela personalidade humana, até chegar às organizações supra-individuais e aos sistemas de valores humanos. Epistemologicamente, o holismo é contraposto ao reducionismo, quer seja nas Ciências Naturais (atomismo), quanto nas Ciências Sociais (individualismo). Após Smuts, vários autores trataram do holismo, com diferentes propósitos, entre eles Quine (1951), Weil (1991), Esfeld (2001) e Descombes (2014). Em relação à Administração, Savory (1999), aborda o holismo com foco na questão ambiental. No Brasil, Almada et al (2004), Aligleri et al (2008), Cunha e Corrêa (2010), entre outros, com focos em atividades administrativas diversas, fizeram considerações que remetem à visão holística por parte da gestão, que consiste em enxergar totalidades, dentre as quais a própria empresa é uma delas, bem como as conexões que ligam estas totalidades. A pesquisa, qualitativa, exploratória e descritiva, utilizou a abordagem interpretativista, pela qual o pesquisador busca compreender uma realidade, que possui aspectos objetivos e subjetivos. As 20 empresas pesquisadas foram retiradas de amostra aleatória entre as empresas pertencentes do Novo Mercado da BM&FBovespa, que possuem requisitos mais rígidos quanto às práticas de Governança Corporativa. Os dados foram retirados dos relatórios anuais de atuação e de outros documentos disponibilizados nos sites das empresas, sendo constituídos por informações gerais, mais as práticas gerenciais orientadas para a sustentabilidade e a responsabilidade social corporativa. A Teoria da Institucionalização forneceu critérios para classificar as empresas nos vários estágios de institucionalização do uso de elementos da abordagem holísticas em suas práticas. Para esta classificação, foi necessário construir um primeiro modelo, ou protótipo, para avaliação holística, visto não ser encontrado, nas teorias analisadas, modelo que pudesse ser utilizado. Este protótipo, o primeiro resultado da pesquisa, foi elaborado contrastando princípios holísticos, deduzidos da obra de Smuts, com a Teoria dos Sistemas, Teoria da Complexidade e Cibernética, mais a Teoria dos Stakeholders. Feitas as análises das práticas e as considerações finais para as empresas, observou-se uma alocação com grande homogeneidade pelos estágios citados, permitindo que se coloque como hipótese a ser testada em futuros estudos, que as empresas apresentam, no seu conjunto, uma trajetória de evolução no que concerne à visão holística de suas atividades e atuações na sociedade. Também foram observados mecanismos de evolução diferenciados e fatores limitantes para esta evolução. Finalmente, foi possível apresentar, através de deduções baseadas nos dados e nas teorias, também como hipótese a ser testada, que as empresas podem alcançar ganhos em diversas dimensões, ao utilizar uma abordagem holística nas suas práticas. Este estudo ajuda a cobrir uma lacuna importante das teorias administrativas modernas, qual seja, lidar com um mundo complexo, com ferramentais racionais, sem destruir o que caracteriza esta complexidade, a natureza holística da realidade. / This thesis aimed to identify evidence of a holistic approach in the managerial practices of companies, contribute to the construction of a model with holistic characteristics to guide the design of managerial practices, and classify companies in regards to the the institutionalization stage of the use of elements of holistic approach in their practices. Holism has ancient roots, but its modern meaning was defined by South African thinker and statesman J.C. Smuts, in his book Holism and Evolution, published in 1926. Smuts considers holism as a factor that guides the evolution of the entire universe, with the formation of structures that can only be properly treated as wholes , in a sequence which starts with matter and life, continues through human personality, and finally reaches supra-individual organizations and human value systems. In epistemological terms, holism opposes reductionism, be it in Natural Sciences (atomism), and in Social Sciences (individualism). After Smuts, several authors explored holism, such as Quine (1951), Weil (1991), Esfeld (2001) and Descombes (2014). In regards to Administration, Savory (1999) approaches holism with particular focus on environmental issues. In Brazil, Almada et al (2004), Aligleri et al (2008), Cunha e Corrêa (2010), among others, with focus in different administrative activities, have made allusions which explore holistic approaches in management, such as viewing the companies as totalities, as well as the connections between those totalities. This qualitative, exploratory and descriptive research utilized an interpretative approach, which helped the researcher understand a reality which contains objective as well as subjective aspects. Twenty companies were researched, chosen randomly among companies within the Novo Mercado segment of the BM&F Bovespa (São Paulo Stock Exchange), which has strict corporate rules. Data was collected in the companies\' annual reports and other documents available in the companies\' websites. Information collected was not restricted to general data about the companies, but also included managerial practices, sustainability and corporate and social responsibility. The Theory of Institutionalization provided criteria to classify companies, in various stages of institutionalization, in regards to the use of holistic approach in their practices. In order to obtain this classification, it was necessary to build a model, or prototype for holistic evaluation, as no such model had been found in previous studies. This prototype, the first result of the research, was built through comparisons between holistic principles, taken from the work of Smuts, with the Theory of Systems, the Theory of Cybernetics and Complexity, and the Theory of Stakeholders. After careful analysis of the companies\' practices, the research suggests that future studies should include an evaluation of the companies\' holistic approach of their activities and social endeavors. Also observed were different evolution mechanisms and factors that could limit this evolution. Finally, it was possible to present, based on deductions on data and theories, a hypothesis to be tested that companies can benefit by utilizing holistic approach in their practices. This study fills an important void in modern business theories, helping companies deal with a complex world using rational tools, which do not harm the complexity of the holistic nature of reality.
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