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Efeito do fenótipo cintura hipertrigliceridêmica sobre hiperuricemia em homens não diabéticos provenientes de região em transição nutricionalFerreira da Silva Araújo, Tiago 31 January 2011 (has links)
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Previous issue date: 2011 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / O tipo de obesidade mais relacionado com doenças cardiovasculares ateroscleróticas
(DCVA) é denominado de obesidade abdominal (OA), típica do sexo masculino e de alta
prevalência em países em transição nutricional. O tecido adiposo abdominal é
metabolicamente mais ativo e pode ocasionar hipertrigliceridemia (HTG). Quando ocorre a
presença destes dois distúrbios em um mesmo indivíduo, denomina-se de fenótipo cintura
hipertrigliceridêmica, que pode estar relacionado a anormalidades metabólicas que
contribuem no processo fisiopatológico de DCVA, como, por exemplo, a hiperuricemia.
Então, foram objetivos deste estudo avaliar os efeitos isolado e associado de obesidade
abdominal e hipertrigliceridemia sobre hiperuricemia, além de obter pontos de corte de
circunferência abdominal e de triglicerídios apropriados para a sua identificação, na
população masculina não diabética da Região Nordeste do Brasil, uma das últimas que se
encontra em transição nutricional no país. Análises bioquímicas de níveis séricos de ácido
úrico, triglicerídios, colesterol total, HDL-colesterol, LDL-colesterol, VLDL-colesterol,
glicemia e insulinemia foram realizadas em amostras de 3.620 indivíduos. Circunferência
abdominal, índice de massa corpórea e níveis pressóricos foram aferidos. OA, HTG e o
fenótipo cintura hipertrigliceridêmica foram investigados de acordo com Lemieux et al.
(2000) e segundo os pontos de corte encontrados na população deste estudo. Modelo
Homeostático de Acesso à Resistência Insulínica (HOMA-RI) foi determinado. A presença
de tabagismo, etilismo e sedentarismo também foi investigada em todos os indivíduos.
Escore de Risco de Framingham (ERF) foi determinado e utilizado para identificação de
alto risco de infarto do miocárdio e morte em 10 anos. Prevalências, testes de regressão
logística, com ajuste para variáveis de confusão, e de correlação foram analisados. Curvas
ROC (do inglês, Receiver Operating Characteristics Curve) foram construídas para a
determinação dos pontos de corte mais adequados. O nível de significância (p) adotado foi
inferior a 0,05. A prevalência de OA foi de 58%; de HTG, 27,1%; do fenótipo cintura
hipertrigliceridêmica, 22,1%; e de hiperuricemia, 11,1%. Foi encontrada uma associação
de 3,7 e 2,8 vezes, respectivamente, de OA isolada e HTG isolada com hiperuricemia
(p<0,0001), enquanto que o fenótipo cintura hipertrigliceridêmica apresentou razão de
chance igual a 4,3 (p<0,0001). Os melhores pontos de corte para predizer hiperuricemia
foram 91 cm de circunferência abdominal e 1,73 mmol/L de triglicerídios e as áreas sob a
curva (AUC) foram, respectivamente, iguais a 0,715 (p=0,0001) e 0,719 (p=0,0002). A
nova razão de chance de obesidade abdominal para hiperuricemia, com o ponto de corte de
91cm, aumentou para 4,9; a de hipertrigliceridemia aumentou para 5,8; e a nova razão de
chance de cintura hipertrigliceridêmica foi igual a 7,3. Hiperuricemia apresentou uma
razão de chance de 3,5 (p<0,0001) para alto risco de infarto do miocárdio e morte em 10
anos. Os resultados sugerem que esses distúrbios são de alta prevalência na população
masculina do Nordeste do Brasil e que estão fortemente associados entre si, principalmente
quando se adota pontos de corte de maior sensibilidade e especificidade. O aumento
significativo da relação entre HTG e hiperuricemia pareceu ser o fator causal principal para
a elevação da contribuição do fenótipo cintura hipertrigliceridêmica
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