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Configurações familiares de idosos que vivem com HIV/Aids

Lima Neta, Maria Irene Ferreira 17 March 2017 (has links)
Submitted by Filipe dos Santos (fsantos@pucsp.br) on 2017-03-24T11:45:58Z No. of bitstreams: 1 Maria Irene Ferreira Lima Neta.pdf: 6047924 bytes, checksum: 46e5ed53c0d01c2fb4b2c1eaf521b0d8 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-03-24T11:45:58Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Maria Irene Ferreira Lima Neta.pdf: 6047924 bytes, checksum: 46e5ed53c0d01c2fb4b2c1eaf521b0d8 (MD5) Previous issue date: 2017-03-17 / Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq / Talking about family today means encountering several historically and socially changed issues regarding this institution. These changes, which are both structural and functional, have taken place over its existence, which dates from thousands of years ago. In relation to family, there must be taken into consideration the experiences lived and the affectional bonds formed by an individual within the familial relationship. In this aspect, familial relationships may be constructive or destructive or, in some families, both constructive and destructive. These family patterns must be taken into consideration when discussing and studying families. We observe that all changes in families are influenced by social, legal and work-related events, in addition to health and illness factors. Slightly over three decades ago, society learned of a new disease which is sexually transmissible through the human immunodeficiency virus (HIV). This disease is the cause of changes, not only to the lives of persons living with HIV, but also to the lives of their relatives as they learn of the lived experiences of a seropositive family member. Since an HIV diagnosis is associated with strong prejudice and, in many cases, reveals a person’s sexual practices and/or betrayal by a spouse or partner, few people disclose their HIV seropositive status to their families. Among those who do, there are criteria for telling one family member and not telling another one. Therefore, studies show that an HIV diagnosis causes changes in family functioning and in the relationships between family members. At times, these relationships become so deteriorated that what is considered as family, family experiences and family patterns changes in a different manner for each family member. With the increase in the number of elderly seropositive persons and considering that they are the oldest representatives and the depositaries of family traditions, the objective of our study was to unveil the family structures of elderly people living with HIV. We worked with both extended and nuclear families. The study was carried out at the Outpatient Clinic for Infection-Contagious and Parasitic Diseases of the Federal University of Sao Paulo, state of Sao Paulo. Participants were 37 elderly people (24 men and 13 women) aged between 60 and 82 years, in addition to 19 family members aged between 17 and 79 years. All participants signed the Free and Informed Consent Form, and individually provided responses, which were audio-recorded, to questions about familial relationships, sexuality, the influence of HIV on familial relationships, and secrecy. Finally, family-of-origin and currentfamily genograms were built. Results show that the family structures of elderly people living with HIV are the constructive ones, with behaviors of care, shelter and union, whereas destructive family structures are those of isolation, prejudice and discrimination. In most cases, gender is represented by unequal gender practices, where the hegemonic roles are those of caregivers for women and providers for men. For most participants, HIV plays a secondary role in familial relationships, since other family issues prove to be of greater importance than living with the virus, and the condition does not interfere with familial relationships. For those families where HIV is a determining factor, this causes family members to live under constant alert and limits familial relationships. Secrecy is protective when it safeguards familial relationships and shields family members against prejudice. It is destructive when it causes suffering to those family members who know, and when it limits their behaviors. Our conclusion is that for both groups, i.e. families and participants without family members, family structures involve constructive patterns with care, shelter and union, where HIV plays a secondary role in familial relationships and secrecy has a protective function. In turn, also for both groups, destructive family patterns are formed with isolation, prejudice and discrimination, where HIV is a determining factor and secrecy plays a destructive role / Falar de família atualmente é se deparar com várias questões modificadas histórica e socialmente com relação a esta instituição. Tais modificações, tanto estruturais quanto funcionais, ocorreram ao longo de sua existência, há milhares de anos. Com relação à família, devem-se levar em consideração as vivências e vínculos protagonizados pelo indivíduo nesta relação. Neste aspecto, pode haver relações de construtividade, de destrutividade ou ainda famílias que possuem ambas as características. São padrões familiares que devem ser levados em consideração ao se falar de família e ao estudá-la. Notamos que todas as mudanças na família sofrem influência de acontecimentos sociais, jurídicos, profissionais, bem como de saúde e doença. Há pouco mais de três décadas, a sociedade tomou conhecimento de uma nova doença sexualmente transmissível por meio do vírus da imunodeficiência humana (HIV). Esta é causadora de alterações não apenas na vida de quem vive com HIV, mas também na de familiares que tomam conhecimento da vivência de um familiar soropositivo. Sendo uma doença que carrega grandes preconceitos e por seu diagnóstico, em muitos casos, revelar a traição de um dos membros do casal e/ou práticas sexuais, são poucas as pessoas que falam para a família sobre sua soropositividade do HIV. Dentre as que falam, há critérios para contar a um familiar e não contar a outro; desta forma, estudos mostram que este diagnóstico provoca uma mudança no funcionamento familiar, bem como na relação existente entre seus membros. E estas relações por vezes ficam tão desqualificadas que o que se assume como família, vivência e padrões familiares se modificam de forma diferenciada para cada um. Com o aumento do número de idosos soropositivos, e sendo estes os representantes mais antigos da família, depositários das tradições familiares, objetivamos desvendar as formas constitutivas de família de pessoas idosas vivendo com HIV. Trabalhamos tanto com a família extensa quanto com a família nuclear. Este trabalho foi realizado no Ambulatório de Moléstias Infectocontagiosas e Parasitárias da Universidade Federal de São Paulo/SP. Participaram 37 idosos, sendo 24 homens e 13 mulheres, com idades entre 60 e 82 anos, e 19 familiares, na faixa etária de 17 a 79 anos. Todos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e, de forma individual e gravada, responderam a questões sobre relações familiares, sexualidade, HIV nas relações familiares e segredo. Por fim, foi feito o genograma da família de origem e da atual. Os resultados mostram que as formas constitutivas de família para a vida com HIV são as construtivas com comportamentos de cuidado, acolhimento e união, enquanto as formas destrutivas de família são as isoladas, preconceituosas e discriminatórias. Para a maioria, a sexualidade é representada por práticas sexuais de desigualdade em que os papéis hegemônicos são de cuidadora para a mulher e de provedor para o homem. O HIV nas relações familiares torna-se coadjuvante para a maioria, pois os demais problemas familiares mostram-se maiores que a vida com o vírus, e este não interfere nas relações familiares. Já para as famílias em que o HIV é determinante, assim se configura por viver em alerta constante e por limitar as relações familiares. O segredo se torna protetor quando preserva as relações familiares e protege do preconceito. E é destruidor quando gera sofrimento aos familiares que sabem, e quando limita seus comportamentos. Concluímos que as formas constitutivas de família para ambos os grupos, famílias e participantes sem familiares, foram os padrões de construtividade com cuidado, acolhimento e união, tendo o HIV nas relações familiares como coadjuvante e o segredo como protetivo. Enquanto os padrões familiares de destrutividade, também para ambos os grupos, se configuram com isolamento, preconceito e discriminação, tendo o HIV nas relações familiares como determinante e o segredo como destruidor

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