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Translocação bacteriana em ratos com oclusão intestinal : efeito do nivel da oclusão e da isquemiaZeni Neto, Clementino January 1994 (has links)
Orientador: Antonio Carlos Ligocki Campos / Tese (doutorado) - Universidade Federal do Parana, Setor de Ciencias da Saude, Programa de Pós-Graduação em Clínica Cirúrgica / Resumo: O objetivo do presente estudo foi investigar a ocorrência de translocação bacteriana em ratos submetidos a oclusão intestinal do íleo terminal e do sigmóide, com e sem isquemia e com isquemia isolada do íleo terminal. Foram utilizados 48 ratos Wistar machos, divididos em seis grupos, com 8 ratos cada um. Os ratos foram acondicionados no ambiente de pesquisa por, pelo menos, 7 dias antes do início do experimento, e receberam ração para ratos e água ad libitum. Foi utilizada anestesia inalatória com éter comercial em todos os procedimentos cirúrgicos. Os ratos do grupo OI foram submetidos a oclusão do íleo terminal. No grupo OIA os ratos foram submetidos a oclusão do íleo em alça, com isquemia. No grupo OS, realizou-se oclusão do sigmóide distai. Nos ratos do grupo OSA foi feita oclusão do sigmóide em alça, com isquemia. No grupo isquemia, foi feita ligadura dos vasos da arcada mesentérica do íleo terminal. Os ratos do grupo controle foram submetidos a laparotomia com manipulação das alças intestinais. Após a cirurgia, os ratos foram acondicionados individualmente em gaiolas metabólicas e tiveram livre acesso a água. Todos os ratos foram sacrificados 24 horas após a operação. Para tanto, sob anestesia, eram novamente submetidos a laparotomia. Retiravam-se 5 ml de sangue da veia cava inferior para determinação da glicemia, contagem leucocitária e realização de hemocultura. Em seguida eram retirados o linfonodo, baço, fígado e intestino delgado separadamente, nesta sequência e sob estritas condições de assepsia e com jogos separados de pinças e tesouras. Obtinham-se amostras destes órgãos, as quais eram colocadas em placas de Petri previamente pesadas para determinação do peso, e enviadas para estudo microbiológico. Um fragmento de jejuno era enviado para estudo histopatológico, o mesmo acontecendo com a área da oclusão. Nos ratos do grupo OS, OSA e do grupo controle, eram também enviadas amostras de ceco para estudo microbiológico. Nenhum rato morreu durante o período de estudo. A exceção do grupo controle, havia importante distensão do íleo terminal em todos os ratos, sendo mais acentuada nos grupo OI e OIA. Nos ratos dos grupos OS e OSA, havia também importante distensão dos colons. Nos ratos do grupo isquemia havia distensão do intestino delgado e bloqueio sobre a área desvascularizada. Não ocorreu perfuração intestinal em nenhum rato. Histologicamente, observou-se, no jejuno, sinais de sofrimento neuronal focal. A nível do íleo, observou-se infiltrado inflamatório mono e polimorfonuclear intenso, alargamento das vilosidades e área de edema com necrose junto à área da ligadura. Nos grupos com isquemia, havia edema e necrose da parede intestinal nas áreas isquêmicas, tanto no íleo, quanto no sigmóide. As culturas de jejuno não apresentaram diferença significativa entre os grupos, o mesmo ocorrendo com as culturas do íleo e do ceco. Ocorreu translocação bacteriana em 33 % dos ratos de grupo OI, em 100 % no grupo OIA, em 50 % no grupo OS, em 50 % no grupo OSA, em 100 % no grupo Isquemia e em 50 % nos ratos do grupo Controle. Ocorreu translocação bacteriana em 28,12% das culturas dos órgãos dos ratos do grupo OI, 78,12% das culturas do grupo OIA, 28,12% das culturas do grupo OS, 34% das culturas do grupo OSA, 69% das culturas do grupo Isquemia e em 28,12% das culturas do grupo controle. Houve diferença significativa entre os grupos, com índices significativamente maiores de translocação nos ratos dos grupos OLA e Isquemia. O número de bactérias translocadas foi significativamente maior nestes mesmos grupos. Conclui-se que ocorre translocação bacteriana em ratos com oclusão intestinal do íleo terminal e do sigmóide a níveis semelhantes à laparotomia simples com manipulação das alças intestinais. Entretanto, a presença de isquemia do intestino delgado é um fator que aumenta significativamente o índice de translocação bacteriana em ratos, o mesmo não ocorrendo com isquemia do sigmóide. / Abstract: The aim of the present study was to investigate the occurrence of bacterial translocation in rats subjected to intestinal occlusion with or without ischemia of the terminal ileum and sigmoid or with ischemia only of the terminal ileum. Forty-eight male Wistar rats were used, divided into six groups of eight rats each. The rats were kept in the environment conditions for at least seven days before the beginning of the experiment, with free access to rat chow and water. Ether anesthesia was used for all surgical procedures. Rats of group 01 were subjected to occlusion of the terminal ileum. In the group OLA, the rats were subjected to loop occlusion of the terminal ileum, with ischemia. In the group OS, the occlusion was in the sigmoid, while in the group OSA a loop occlusion was performed in the sigmoid, with ischemia. In the group ischemia the mesenteric vessels of the distal ileum were ligated. Control rats were subjected to sham laparotomy with bowel manipulation. After the operation, the rats were kept in individual metabolic cages and had free access to water. All rats were killed 24 hours after the operation. Under ether anesthesia and with strictly aseptic technique the abdomen was opened and 5 ml of blood was withdrawn from the inferior vena cava for the determination of the blood glucose level, leukocyte count and hemoculture. The mesenteric lymph node, spleen, liver and small bowel were removed separately. Samples of these organs were obtained, weighed and used for microbiologic and histologic studies. In groups OS,OSA and in control rats samples of the cecum were also sent for microbiologic studies. All rats survived the experiment. Except for control rats in all other groups marked intestinal dilatation was observed, and it was greater in groups 01 and OIA. In the rats of groups OS and OSA the colon was dilated. In the group ischemia, the bowel was dilated and there were adhesions over the necrotic area. Bowel perforation did not occur in any rat. Histologic studies demonstrated focal intestinal neuronal degeneration. The ileum exhibited intense mono and polimorphonuclear infiltrate, enlargement of villi, edema and necrosis of the bowel wall in the ischemic areas, both in the ileum and sigmoid. Jejunum, ileum and cecum cultures did not differ significantly among the groups. Bacterial translocation occurred in 33 % of the rats of group 01, 100 % in group OIA, 50% in group OS, 50 % in group OSA, 100 % in group ischemia and 50 % in control rats. Bacterial translocation to the organs studied occured in 28.12% of the rats of group OI, 78.12% in group OIA, 28.12% in group OS, 34% in group OSA, 69% in group ischemia and in 28,12% in control rats. These differences were significantly higher in groups OIA and ischemia as compared to all other groups. The number of translocated bacteria was also higher in these groups. It is concluded that the incidence of bacterial translocation in rats subjected to occlusion of the distal ileum and sigmoid is similar to that observed with laparotomy and bowel manipulation. However, the presence of ischemia of the distal ileum, results in significantly greater incidence of bacterial translocation in rats, although ischemia of the sigmoid did not result in an increased translocation rate. x
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