• Refine Query
  • Source
  • Publication year
  • to
  • Language
  • 1
  • Tagged with
  • 1
  • 1
  • 1
  • 1
  • 1
  • 1
  • 1
  • 1
  • 1
  • 1
  • 1
  • 1
  • 1
  • 1
  • 1
  • About
  • The Global ETD Search service is a free service for researchers to find electronic theses and dissertations. This service is provided by the Networked Digital Library of Theses and Dissertations.
    Our metadata is collected from universities around the world. If you manage a university/consortium/country archive and want to be added, details can be found on the NDLTD website.
1

Do medo de morrer ao medo no viver: um estudo sobre o sequestro relâmpago e suas vítimas.

Azevedo, Letícia Rodrigues de 14 May 2015 (has links)
Submitted by Maria Creuza Silva (mariakreuza@yahoo.com.br) on 2015-08-04T18:24:33Z No. of bitstreams: 1 TESE Leticia Azevedo. 2015.pdf: 1407474 bytes, checksum: 007588f254324a55b93e9fc4c9df645a (MD5) / Approved for entry into archive by Maria Creuza Silva (mariakreuza@yahoo.com.br) on 2015-08-04T18:24:48Z (GMT) No. of bitstreams: 1 TESE Leticia Azevedo. 2015.pdf: 1407474 bytes, checksum: 007588f254324a55b93e9fc4c9df645a (MD5) / Made available in DSpace on 2015-08-04T18:24:48Z (GMT). No. of bitstreams: 1 TESE Leticia Azevedo. 2015.pdf: 1407474 bytes, checksum: 007588f254324a55b93e9fc4c9df645a (MD5) / O presente trabalho busca conhecer a experiência de vitimização e repercussões do sequestro relâmpago, procurando uma compreensão sobre as interações que permeiam o evento vitimógenoe suas características como delito. Para cumprir o desafio, estudamos o fenômeno a partir de quatro objetivos específicos: caracterizar os eventos de sequestro relâmpago; analisar as vitimizações secundárias; compreender a influência do sequestro relâmpagono curso de vida e saúde das vítimas; e conhecer as repercussões nos familiares das vítimas.O estudo possui um desenho metodológico qualitativo, com entrevistas individuais, guiadas por roteirossemi-estruturados. Participaram da pesquisa 35 vítimas, quatro familiares e quatro ofensores cujas entrevistas geraram dados posteriormente triangulados com reportagens de jornais e observações de campo realizadas na delegacia e na penitenciária. O sequestro relâmpago manifesta-se, ainda na década de 1990, como uma modalidade de violência criminal cujas vítimas são submetidas a um enquadramento coercitivo e mantidas reféns dentro do veículo. Firma-se como um delito moldado pela realidade das cidades cada vez mais ajustadas à sociedade do consumo, e seus objetivos são em grande parte instrumentais, voltados à aquisição material e financeira. Os episódios são geridos majoritariamente por ameaças à integridade física, mas podem ser compostos por violências mais expressivas, particularmente as sexuais, denotando mais um mecanismo de reprodução da violência de gênero. Ofensores e vítimas desenvolvem um contrato coercitivo-cooperativo que rege suas expectativas e atitudes, propondo uma transação na qual há conversão dos bens obtidos em garantia de integridade física das vítimas. A maioria das vítimas coopera, aderindo ao contrato e negociando seus termos. Elas “trabalham a mente” dos ofensores e tentam criar empatia. O não cumprimento do contrato pelos ofensores ou a ausência de um que assegure minimamente a intenção instrumental do delito pode implicar em tentativa de reação e fuga por parte da vítima. Após a vitimização, o ex-refém geralmente percorre um itinerário de reparação e cuidados que começa pela delegacia de polícia e pode ou não prosseguir por outros órgãos públicos ou empresas – judiciário, seguradora do veículo, estabelecimento onde ocorreu a captura, etc. Raramente se recorre a serviços de saúde pois não há o “dano ao corpo”. Nestes espaços, é recorrente a exposição a vitimizações secundárias. As vítimas engajam-se em mecanismos de enfrentamento como resposta à vitimização. Elas engendram defesas e criam seus próprios “manuais de segurança” para protegerem a si e aqueles com quem compartilham laços afetivos. Familiares e amigos são fundamentais na co-construção de novos sentidos e ressignificação da experiência. As crenças religiosas e a necessidade de se retomar as obrigações da vida, como o trabalho e o cuidado com a família também mobilizam ao enfrentamento contínuo da vitimização. Nesse processo, os próprios familiares sofrem vitimização indireta, apresentando,muitas vezes, repercussões semelhantes às da vítima direta e ansiedade atrelada à possibilidade de perda do familiar sequestrado. Isto os impulsiona a reconfigurar a própria concepção de mundo e relação com o ente amado, pois a vida fica “marcada”.

Page generated in 0.0861 seconds