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Novas sensibilidades culturais, novos mercados : Representações sobre idosos na imprensa de negócios brasileiraSoulé, Fernanda Veríssimo 22 March 2016 (has links)
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Previous issue date: 2016-03-22 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) / Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) / The aim of this study was to analyze the concepts of old age that have
been spread by the economics and business media in the context of increasing
longevity of the Brazilian population. The analysis of the production of cultural frames
regarding age reveals that a notion generally taken as purely natural is actually a
historical and social construction. Shifts in cultural perceptions of age have changed
the economic space and also contributed to the diffusion of new understandings about
it. Drawing on the Reflexive Sociology of Bourdieu and taking as references works of
Economic Sociology, Sociology of Generations, Gerontology and Anthropology of
Aging, the economic sphere and the markets were taken as social constructions. The
statements produced by the magazines Exame and Pequenas Empresas Grandes
Negócios (Small Companies, Big Businesses - PEGN) between 1990 and 2014 were
analyzed based on the content analysis technique proposed by Bardin (1979). Old age
represented in these magazines intend to sensitize two specific economic characters:
the executive, in the case of Exame, and small business owners in the case of PEGN.
In this sense, it was revealed the themes, terms, ideas, markets, organizations, people,
authors, among other issues, to which they appealed to trigger identities associated
with old age in their audience. First, each magazine was analyzed individually and then
in a more aggregated way. Four ideas dominate the media space analyzed: planning
for retirement; the domination of the economic logic to think about old age; the aging
population and its macro and micro-economic impacts and; aspects related to
boundaries and generational disputes. In general, publications analyzed alternate
between the micro level, where each individual is responsible for his old age, and the
macro level, dealing with the State and demographic changes. Old age is proposed as
a privileged moment of fulfillment of dreams postponed during other phases of life. This
emerging notion clashes with other more negative, that consider old age as a source of
misery or expense, creating barriers to its reframing. Besides, the representations of
generational issue turn out to be limited by orthodoxy, as in the case of the pension
systems for retirement, in which it is reinforced the capitalization logic rather than the
pay-as-you-go one. These ideas promote an individualized conception of old age
instead of proposals that evoke an intergenerational solidarity. / O objetivo desta pesquisa foi analisar as concepções de velhice que
têm sido difundidas pela mídia econômica e de negócios no contexto de aumento da
longevidade da população brasileira. A análise da produção dos enquadramentos
culturais sobre a idade revela que uma noção geralmente tida como meramente
natural é, na verdade, uma construção histórica e social. Assim, transformações nas
percepções culturais sobre a velhice têm modificado o espaço econômico e também
contribuído para a difusão de novos sentidos sobre ela. Baseando-se na Sociologia
Reflexiva de Bourdieu e tomando como referência trabalhos da Sociologia Econômica,
da Sociologia das Gerações, da Gerontologia e da Antropologia do Envelhecimento, a
esfera econômica e os mercados foram abordados como construções sociais.
Enunciados das revistas Exame e Pequenas Empresas Grandes Negócios (PEGN)
produzidos entre 1990 e 2014 e que de alguma forma abordaram a velhice ou os
idosos foram analisados com base na técnica de análise de conteúdo proposta por
Bardin (1979). A velhice representada nessas revistas pretende sensibilizar dois
personagens econômicos específicos: os executivos, no caso da Exame, e os
pequenos empresários, no caso da PEGN. Nesse sentido, foram revelados os temas,
termos, ideias, mercados, organizações, pessoas, autores, dentre outras questões,
aos quais elas recorreram para acionar identidades associadas à velhice em seu
público. Cada revista foi analisada individualmente e, em seguida, de forma agregada.
Quatro ideias dominam o espaço midiático analisado: o planejamento para a
aposentadoria; a lógica econômica para pensar a velhice; o envelhecimento da
população e seus impactos macro e microeconômicos e; aspectos relacionados às
demarcações e disputas geracionais. Em geral, as publicações analisadas se alternam
entre o nível micro, em que cada indivíduo é responsável pela sua velhice, e o nível
macro, tratando do Estado e de mudanças demográficas. Propõe-se a velhice como
um momento privilegiado e de realização de sonhos postergados ao longo da vida.
Essa visão emergente choca-se com outras mais negativas, que concebem a velhice
como fonte de miséria ou despesa, criando barreiras para a sua ressignificação. Além
disso, as representações da questão geracional acabam sendo limitadas pela
ortodoxia, como na questão dos sistemas de previdência para a aposentadoria, em
que se reforça a lógica da capitalização ao invés da lógica da repartição. Assim,
promove-se uma visão individualizada de velhice em detrimento de propostas que
suscitem uma solidariedade intergeracional. / Processo 2014/ 11157- 0)
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