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Fluxo de CO2 e CH4 em uma lagoa tropical (Pantanal, Brasil) com gradiente de turbidezCarvalho, Felipe Rust de 26 May 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015-05-26 / Ecossistemas de água doce (rios, lagos e reservatórios) desempenham
um papel essencial na ciclagem de carbono nos continentes. Esses ambientes
são fontes significantes de gases de efeito estufa (GEE) para a atmosfera,
principalmente de gás carbônico (CO2) e metano (CH4). Apesar do aumento do
número de estimativas, a dinâmica e o controle das emissões naturais de GEE
em ambientes aquáticos ainda é pouco estudada, especialmente nos trópicos.
O objetivo geral da dissertação foi estimar os fluxos de CO2 e CH4 em uma
lagoa tropical rasa com gradiente de turbidez. O trabalho foi realizado na lagoa
Sinhá Mariana (MT), uma lagoa pantaneira com a ocorrência de duas regiões
hidrológicas distintas; a lagoa é ligada ao rio Mutum de águas claras, pobre em
material em suspensão, e baixa turbidez e ao rio Cuiabá de águas túrbidas,
que apresenta alta taxa de material em suspensão. Duas coletas foram
realizadas no ambiente, caracterizando os períodos hidrológicos de águas altas
e águas baixas. A variação temporal, espacial e o pulso de inundação
mostraram serem fatores importantes no fluxo de CO2, que variou de -4,95
mmol m-2 d-1 a 282 mmol m-2 d-1 nos períodos amostrados e diferenças
significativas foram observadas entre um período e outro, com maiores
emissões no período de águas altas (142 ± 40 mmol m-2 d-1) e menores nas
águas baixas (2,3 ± 11,5 mmol m-2 d-1). Além disso, os fluxos de CO2 foram
significantemente m/aiores nas proximidades do rio Mutum e menores na
região túrbida e intermediária da lagoa, em ambos os períodos.
Diferentemente, o fluxo total de CH4, embora estimado apenas nas águas altas,
registrou os maiores valores médios na região de maior turbidez da lagoa (10,9
± 6,9 mmol m-2 d-1), seguido pela região intermediária (5,1 ± 3,9 mmol m-2 d-1) e
pela região influenciada pela água clara (2,5 ± 1,4 mmol m-2 d-1). A ebulição
foi o principal processo de emissão de CH4, responsável por 78% do fluxo total.
O gradiente de turbidez registrado ao longo da lagoa pareceu ter sido um fator
determinante na dinâmica do fluxo tanto de CO2 quanto do CH4. Os dados
deste trabalho reforçam a necessidade da amostragem espacial dos fluxos de
CH4 e CO2 em lagos tropical, além de reforçar que estes fluxos podem ser
controlados principalmente pela turbidez e pelo pulso de inundação (CO2). / Freshwater ecosystems (lakes, rivers and reservoirs) play an essential
role in carbon cycling in the continents. These environments are significant
sources of greenhouse gases (GHG), especially carbon dioxide (CO2) and
methane (CH4), to the atmosphere. Despite the increase in the number of
estimates, the natural GHG emissions dynamics in aquatic environments is still
poorly studied, especially in the tropics. The general aim of this work was to
estimate the CO2 and CH4 fluxes in a shallow tropical lake with turbidity
gradient. The work was conducted in the Sinhá Mariana lake (MT), a wetland
lake with the occurrence of two distinct hydrological regions; the lake is
connected to the Mutum river (clear water), poor in suspended material with low
turbidity, and connected to the Cuiabá River (turbid waters), which features high
rate of suspension material. Samples were taken for characterizing the
hydrological periods of high and low water. The temporal, spatial variation and
the flood pulse shoed to be important factors affecting the CO2 flux, which
ranged from -4.95 mmol m-2 d-1 to 282 mmol m-2 d-1. Significant differences
were observed from one period to another, with higher emissions during high
waters (142 ± 40 mmol m-2 d-1) and lower in the low water (2.3 ± 11.5 mmol m-2
d-1). In addition, the CO2 flux was significantly higher near the Mutum river and
lower in the turbid region, in both periods. The total CH4 flux, although estimated
only in high waters, showed the highest mean rates in the higher turbidity region
of the lake (10.9 ± 6.9 mmol m-2 d-1), followed by the intermediate region (5.1 ±
3.9 mmol m-2 d-1) and the area influenced by clear water (2.5 ± 1.4 mmol m-2
d-1). The ebullition flux was the main CH4 emission pathway, responsible for
78% of the total flux. The turbidity gradient observed along the lake appeared to
have been a determining factor in the flux dynamics of both CO2 and CH4. This
study data reinforce the need for spatial sampling of CH4 and CO2 fluxes in
tropical lakes, in addition to reinforcing that these fluxes can be controlled by
turbidity and by the flood pulse (CO2).
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