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Entre o ser e o nada : um ensaio de antropologia simétrica sobre os discursos proferidos pelos cientistas e veiculados pela imprensa no processo que levou à aprovação do uso de embriões humanos nas pesquisas com células-tronco embrionárias no BrasilFARIAS, Daniella Rodrigues de 31 January 2009 (has links)
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Previous issue date: 2009 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Neste trabalho buscamos identificar o que talvez pudesse ser considerado por muitos como
razões pouco usuais ou contraditórias para o grande número de conflitos que se agregaram no
entorno da (in)constitucionalidade da utilização de embriões humanos nas pesquisas que
visam a obtenção de linhagens de células-tronco embrionárias no Brasil. Para tanto,
desfizemo-nos de acordos tácitos como o que transformava a Igreja Católica no principal
algoz destes estudos, para nos indagar sobre quais outras entidades poderiam estar envolvidas
com igual força política, em todos estes imbróglios. Nossa suposição era a de que tão
importante quanto os discursos da Igreja Católica no fomento a tais controvérsias se revelaria
o papel desempenhado pelos próprios cientistas brasileiros, quando analisada a comunicação
por eles estabelecida com a população leiga ao longo do processo que levou à aprovação final
pelo Supremo Tribunal Federal do Artigo 5º da Lei de Biossegurança brasileira, em fins de
Maio de 2008. Assim, por intermédio de um vasto banco de dados e o auxílio teórico da
Antropologia Simétrica, pudemos apreender que, de fato, o diálogo entre ciência e sociedade
fora bastante exíguo, muito aquém do que a importância destas pesquisas poderia representar
para a pesquisa e a saúde pública locais e, do mesmo modo, inferior à necessidade de tais
pesquisadores cooptarem a população em prol de seus estudos (o que, certamente, facilitaria a
obtenção de recursos, etc.). Mais do que isso, pudemos entender que subjaz a essa notória
dificuldade de intercâmbio entre cientistas e não cientistas, o demasiado apego às
concepções modernas de ciência e, consequentemente, à manutenção de dualismos
cartesianos tais como: laboratório x sociedade; sujeito x objeto, fato x valor e natureza x
cultura. Por conseguinte, pudemos interpretar que, afora o vitalismo religioso circundante, um
certo vitalismo proveniente do próprio coração da ciência brasileira pode ter sido,
paradoxalmente, a maior fonte para tantas controvérsias
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