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A gramatica das formas possessivas no portugues do Brasil

Muller, Ana Lucia de Paula 20 May 1997 (has links)
Orientador: Rodolfo Ilari / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-07-22T08:45:44Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Muller_AnaLuciadePaula_D.pdf: 4507404 bytes, checksum: 3661de9c5c27201aa534e2f816918774 (MD5) Previous issue date: 1997 / Resumo: Esta tese examina a sintaxe e a semântica das formas possessivas no português brasileiro, tratando das seguintes questões: (i) a relação anafórica entre as formas possessivas seu/dele e seus antecedentes; (ii) a relação entre o pronome possessivo e os argumentos genitivos de um sintagma nominal; (iii) as diferentes funções sintáticas e semânticas do pronome possessivo conforme sua posição no sintagma nominal. Este trabalho estabelece que o possessivo de terceira pessoa - seu - é uma anáfora, no sentido de que não é capaz de funcionar como um dêitico, i. e., não possui independência referencial. Seu comporta-se como uma variável no sentido da lógica e, por essa razão, seus antecedentes são, na maioria dos casos, sintagmas quantificados ou sintagmas genéricos cuja interpretação pode ser traduzida por um quantificador universal. Dele, ao contrário, é um pronome que recupera antecedentes referenciais. A tese demonstra a existência de argumentos genitivos de um núcleo nominal - constituintes sintáticos caracterizados por serem introduzidos por de, aceitarem paráfrase com cujo, por não permitirem a substituição por um pronome oblíquo e, finalmente, por serem os únicos constituintes pronominálizáveis por um pronome possessivo. Demonstra-se também a existência de uma hierarqui~ estrutural. entre esses argumentos (do argumento mais "externo" ao mais "interno"): possuidor> agente/experienciador > tema. Essa hierarquia é respeitada quando do estabelecimento da interpretação de um pronome possessiv() anteposto: o pronome é sempre interpretado como o argumento mais "externo"! Existe, portanto, uma relação estrutural entre o pronome possessivo anteposto e os argumentos genitivos de um núcleo nominal. Finalmente, o papel delimitador/determinante do pronome possessivo anteposto ao núcleo nominal é contrastado ao papel predicativo/atributivo do pronome posposto. O pronome possessivo anteposto é analisado como um argumento do núcleo nominal ocupando uma posição de especificado r com escopo sobre o núcleo nominal, seus argumentos e adjuntos. Já o pronome posposto é analisado como um predicado do núcleo, ocupando uma posição de adjunto do nome-núcleo / Abstract: This thesis examines the syntax and semantics of possessive forms in Brazilian Portuguese focussing on the following questions: (I) the anaporic relation between the possessive forms seu/dele and their antecedents; (ii) the relation between the possessive pronoun and the genitive arguments of a nominal phrase; (iii) the different syntactic and semantic functions of the possessive pronoun according to its position in the nominal phrase. The thesis claims that the 3rd person possessive - seu - is an anaphor in the sense that it is not capable of behaving like a deictic, that is, it has no referential independence. Seu behaves as a variable, in the logical sense and, for this reason, takes quantified phrases or generics with a universal quantifier interpretation as antecedents. Dele, on the other hand, is a pronoun which takes referential antecedents. The thesis argues tor the existence of genitive arguments of a noun phrase - syntactic constituents that may be characterized by being introduced by de, being paraphrasable by cujo, not accepting substitution by a pronoun and, finally, by being the only constituents which can be pronominalized by a possessive pronoun. Genitive arguments obey a structural hierarchy (from the most "external" to the most "internal): possessive > agent/experiencer > theme. This hierarchy is obeyed by an anteposed possessive pronoun: this pronoun is always interpreted as the most external argument. There is, therefore, a structural relation between the anteposed possessive pronoun and the genitive arguments of a nominal head. Finally, the delimitative/determiner role of the anteposed possessive pronoun is contrasted with the predicative/attributive role of the postposea pronoun. The anteposed pronoun is analysed asan argument of the nominal head in a specifier position having scope over the nominal phrase. The postposed pronoun is analysed as a predicate in adjunction to the nominal head / Doutorado / Doutor em Linguística

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