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A literatura de viagem e as cosmogonias indígenas em Stradelli e Nunes PereiraPacheco, Maria Lúcia Tinoco, 99119-3355 10 February 2017 (has links)
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Previous issue date: 2017-02-10 / Lendas e Notas de Viagem, Ermanno Stradelli (1852-1926) and Moronguetá: um
Decameron Indígena, Nunes Pereira (1893-1985) offer a reading of the indigenous
peoples of the Amazon from their mythology. Overall reports of travelers of the
nineteenth and twentieth centuries, these two publications are unique records of
narratives that initially oral, witness memory of indigenous communities and heritages
reveal socially constructed in the experience of those people. Already retaken by
diverse fields of knowledge as anthropology, geography, history, etc., and bringing
contributions from different, yet lacked these works being the object of investigation
in the field of literary studies. This work proposes to think, because, as the collected
cosmogonies and presented these works by men of science, Stradelli and Nunes
Pereira, and inserted into a traveling literature, could be taken into literary
perspective to fill the research gap in within the literary system. Therefore, it started
with three main assumptions: first consider the traveler literature that entered Brazil
and indigenous Amazon in the world's memory as a polarized literature between
fiction and reality; the second would take the cosmogonic text study as a poetic
journey that focused on indigenous cosmogony of the Brazilian Amazon, show some
instances of literary, seeking to present certain resistance of the field and stripping
them at the same time; and the third would consider the work as a writing of the
border, which would allow between the various relationships the intersection between
science and literature, and their foray inside other poetic. The thesis presented here,
which resumed the study of travel literature produced by Stradelli and Nunes Pereira
in clipping these works and whose link is the Amazon, was built by means of tests,
which held dialogues with Merleau-Ponty the imagination of Bachelard and Durand,
besides the revisitation of the literary theories proposed by Bakhtin, Jakobson and
cultural studies, among others. / Lendas e Notas de Viagem de Ermanno Stradelli (1852-1926) e Moronguetá: um
Decameron Indígena, de Nunes Pereira (1893-1985) oferecem uma leitura dos
povos indígenas da Amazônia a partir de sua mitologia. No conjunto de relatos dos
viajantes dos séculos XIX e XX, essas duas publicações são registros únicos de
narrativas que, inicialmente orais, testemunham a memória de comunidades
autóctones, bem como revelam patrimônios socialmente construídos na vivência
daqueles povos. Retomadas já por diversos campos de conhecimento como
antropologia, geografia, história, entre outros, e trazendo contribuições das mais
diversas, ainda faltava a essas obras serem objeto de investigação no campo dos
estudos literários. Esse trabalho se propôs a pensar, pois, como as cosmogonias
coletadas e apresentadas nestas obras pelos homens de ciência, Stradelli e Nunes
Pereira, e inseridas em uma literatura de viajantes, poderiam ser tomadas em
perspectiva literária de modo a preencher a lacuna da investigação no interior do
sistema literário. Para tanto, partiu-se de três pressupostos principais: o primeiro
consideraria a literatura de viajantes que inseriu o Brasil e a Amazônia indígena na
memória do mundo como uma literatura polarizada entre ficção e realidade; o
segundo tomaria o texto cosmogônico em estudo como uma poética de viagem que,
centrada na cosmogonia do indígena da Amazônia brasileira, mostraria algumas
instâncias do literário, procurando apresentar certas resistências do campo e
destituindo-as ao mesmo tempo; e o terceiro analisaria a obra como um escrito de
fronteira, que permitiria entre as várias relações o entrecruzamento entre ciência e
literatura, além de sua incursão no interior de outras poéticas. A tese que ora se
apresenta, que retomou o estudo da literatura de viagem produzida por Stradelli e
Nunes Pereira no recorte destas obras e cujo elo é a Amazônia, foi construída por
meios de ensaios, os quais mantiveram diálogos com a fenomenologia de Merleau-
Ponty, o imaginário de Bachelard e Durand, além da revisitação das teorias literárias
propostas por Bakhtin, Jakobson e os Estudos Culturais, entre outros.
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