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Abundância, distribuição espacial, uso de hábitat e conservação do Piru-piru Haematopus palliatus (Aves: Haematopodidae) no litoral norte e médio do Rio Grande do Sul, BrasilSanabria, José Antônio Fazio January 2012 (has links)
O Piru-piru Haematopus palliatus é uma ave limícola especialista em ambientes costeiro-marinhos e que apresenta representativas populações no Rio Grande do Sul. A espécie vem despertando preocupações conservacionistas em muitos sítios onde ocorre, o que faz informações das populações do Rio Grande do Sul importantes na avaliação de sua situação regional. Censos nas praias do litoral norte e médio do Rio Grande do Sul foram realizados em maio de 2010 (156 km entre o farol de Mostardas e Tramandaí) e em 2011 (215 km entre a barra da Lagoa do Peixe) resultaram na contagem de 1902 e 2605 indivíduos respectivamente, números estes superiores ao encontrado na metade sul do estado. Comparações com censos realizados na mesma época na década de 1980 sugerem que a população que inverna na área pode ter aumentado mais de cinco vezes. As densidades nas praias do litoral norte foram 2.1 e 3.7 vezes menores com relação ao observado no litoral médio, provavelmente devido a maior urbanização da primeira, na qual 82.2 e 93.8% das aves observadas encontrava-se em praias paralelas a remanescentes de dunas em 2010 e 2011, respectivamente. As praias ao norte da Lagoa do Peixe apresentam abundâncias da espécie que as credenciam a serem incluídas como sítio da Rede Hemisférica para Conservação de Aves limícolas, pois representam mais de 1% da estimativa populacional global. O litoral norte do Rio Grande do Sul é a porção da sua costa mais alterada pela urbanização, com remanescentes de campos de dunas sendo atualmente pequenos e fragmentados. A importância desses locais para o Piru-piru, um especialista de ambientes costeiro marinhos, foi então avaliada em quatro dos maiores remanescentes de campos de dunas da região, Magistério, Cabras, Imara e Capão Novo, cujas praias paralelas às dunas têm comprimento de 3, 6, 1 e 2 km, respectivamente, durante as temporadas reprodutivas 2010/11 e 2011/12. Censos semanais realizados entre setembro de 2010 e fevereiro de 2011 demonstraram que as densidades médias nas praias paralelas aos remanescentes de Magistério, Cabras e Imara foram 49, 16 e 5.2 vezes maiores, respectivamente, do que o observado em praias urbanizadas. Nestas as densidades de distúrbios humanos foram sempre superiores, marcadamente nos meses de verão (densidades até 28 vezes maiores), o que provavelmente levou a ausência da espécie na maioria das praias urbanizadas. Na praia urbanizada de Capão Novo, a densidade média de Piru-pirus foi mais elevada na primavera com relação a respectiva praia paralela a fragmento, fato provavelmente relacionado a menor densidade de distúrbios nesse período do ano. As praias foram utilizadas principalmente para alimentação e descanso, não sendo encontradas evidências de reprodução, as quais ocorreram em todos os fragmentos em novembro de 2011. Nessas áreas, a densidade média de pares reprodutores é superior ao encontrado em dunas não fragmentadas ao sul do litoral norte (p<0.05), o que indicar que essas áreas são importantes refúgios para populações reprodutoras da espécie. O remanecente de Cabras, localizado entre Cidreira e Tramandaí, é a maior área de dunas do litoral norte, é onde o Piru-piru foi encontrado em maior número (pico de 265 indivíduos), e suportou mais da metade pares reprodutivos registrados no litoral norte, sendo uma área que merece atenção conservacionista. Os fragmentos são provavelmente as únicas áreas que permitem ao Piru-Piru completar seu ciclo de vida no litoral norte, sendo sua preservação uma eficiente estratégia de conservação à espécie.
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Abundância, distribuição espacial, uso de hábitat e conservação do Piru-piru Haematopus palliatus (Aves: Haematopodidae) no litoral norte e médio do Rio Grande do Sul, BrasilSanabria, José Antônio Fazio January 2012 (has links)
O Piru-piru Haematopus palliatus é uma ave limícola especialista em ambientes costeiro-marinhos e que apresenta representativas populações no Rio Grande do Sul. A espécie vem despertando preocupações conservacionistas em muitos sítios onde ocorre, o que faz informações das populações do Rio Grande do Sul importantes na avaliação de sua situação regional. Censos nas praias do litoral norte e médio do Rio Grande do Sul foram realizados em maio de 2010 (156 km entre o farol de Mostardas e Tramandaí) e em 2011 (215 km entre a barra da Lagoa do Peixe) resultaram na contagem de 1902 e 2605 indivíduos respectivamente, números estes superiores ao encontrado na metade sul do estado. Comparações com censos realizados na mesma época na década de 1980 sugerem que a população que inverna na área pode ter aumentado mais de cinco vezes. As densidades nas praias do litoral norte foram 2.1 e 3.7 vezes menores com relação ao observado no litoral médio, provavelmente devido a maior urbanização da primeira, na qual 82.2 e 93.8% das aves observadas encontrava-se em praias paralelas a remanescentes de dunas em 2010 e 2011, respectivamente. As praias ao norte da Lagoa do Peixe apresentam abundâncias da espécie que as credenciam a serem incluídas como sítio da Rede Hemisférica para Conservação de Aves limícolas, pois representam mais de 1% da estimativa populacional global. O litoral norte do Rio Grande do Sul é a porção da sua costa mais alterada pela urbanização, com remanescentes de campos de dunas sendo atualmente pequenos e fragmentados. A importância desses locais para o Piru-piru, um especialista de ambientes costeiro marinhos, foi então avaliada em quatro dos maiores remanescentes de campos de dunas da região, Magistério, Cabras, Imara e Capão Novo, cujas praias paralelas às dunas têm comprimento de 3, 6, 1 e 2 km, respectivamente, durante as temporadas reprodutivas 2010/11 e 2011/12. Censos semanais realizados entre setembro de 2010 e fevereiro de 2011 demonstraram que as densidades médias nas praias paralelas aos remanescentes de Magistério, Cabras e Imara foram 49, 16 e 5.2 vezes maiores, respectivamente, do que o observado em praias urbanizadas. Nestas as densidades de distúrbios humanos foram sempre superiores, marcadamente nos meses de verão (densidades até 28 vezes maiores), o que provavelmente levou a ausência da espécie na maioria das praias urbanizadas. Na praia urbanizada de Capão Novo, a densidade média de Piru-pirus foi mais elevada na primavera com relação a respectiva praia paralela a fragmento, fato provavelmente relacionado a menor densidade de distúrbios nesse período do ano. As praias foram utilizadas principalmente para alimentação e descanso, não sendo encontradas evidências de reprodução, as quais ocorreram em todos os fragmentos em novembro de 2011. Nessas áreas, a densidade média de pares reprodutores é superior ao encontrado em dunas não fragmentadas ao sul do litoral norte (p<0.05), o que indicar que essas áreas são importantes refúgios para populações reprodutoras da espécie. O remanecente de Cabras, localizado entre Cidreira e Tramandaí, é a maior área de dunas do litoral norte, é onde o Piru-piru foi encontrado em maior número (pico de 265 indivíduos), e suportou mais da metade pares reprodutivos registrados no litoral norte, sendo uma área que merece atenção conservacionista. Os fragmentos são provavelmente as únicas áreas que permitem ao Piru-Piru completar seu ciclo de vida no litoral norte, sendo sua preservação uma eficiente estratégia de conservação à espécie.
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Abundância, distribuição espacial, uso de hábitat e conservação do Piru-piru Haematopus palliatus (Aves: Haematopodidae) no litoral norte e médio do Rio Grande do Sul, BrasilSanabria, José Antônio Fazio January 2012 (has links)
O Piru-piru Haematopus palliatus é uma ave limícola especialista em ambientes costeiro-marinhos e que apresenta representativas populações no Rio Grande do Sul. A espécie vem despertando preocupações conservacionistas em muitos sítios onde ocorre, o que faz informações das populações do Rio Grande do Sul importantes na avaliação de sua situação regional. Censos nas praias do litoral norte e médio do Rio Grande do Sul foram realizados em maio de 2010 (156 km entre o farol de Mostardas e Tramandaí) e em 2011 (215 km entre a barra da Lagoa do Peixe) resultaram na contagem de 1902 e 2605 indivíduos respectivamente, números estes superiores ao encontrado na metade sul do estado. Comparações com censos realizados na mesma época na década de 1980 sugerem que a população que inverna na área pode ter aumentado mais de cinco vezes. As densidades nas praias do litoral norte foram 2.1 e 3.7 vezes menores com relação ao observado no litoral médio, provavelmente devido a maior urbanização da primeira, na qual 82.2 e 93.8% das aves observadas encontrava-se em praias paralelas a remanescentes de dunas em 2010 e 2011, respectivamente. As praias ao norte da Lagoa do Peixe apresentam abundâncias da espécie que as credenciam a serem incluídas como sítio da Rede Hemisférica para Conservação de Aves limícolas, pois representam mais de 1% da estimativa populacional global. O litoral norte do Rio Grande do Sul é a porção da sua costa mais alterada pela urbanização, com remanescentes de campos de dunas sendo atualmente pequenos e fragmentados. A importância desses locais para o Piru-piru, um especialista de ambientes costeiro marinhos, foi então avaliada em quatro dos maiores remanescentes de campos de dunas da região, Magistério, Cabras, Imara e Capão Novo, cujas praias paralelas às dunas têm comprimento de 3, 6, 1 e 2 km, respectivamente, durante as temporadas reprodutivas 2010/11 e 2011/12. Censos semanais realizados entre setembro de 2010 e fevereiro de 2011 demonstraram que as densidades médias nas praias paralelas aos remanescentes de Magistério, Cabras e Imara foram 49, 16 e 5.2 vezes maiores, respectivamente, do que o observado em praias urbanizadas. Nestas as densidades de distúrbios humanos foram sempre superiores, marcadamente nos meses de verão (densidades até 28 vezes maiores), o que provavelmente levou a ausência da espécie na maioria das praias urbanizadas. Na praia urbanizada de Capão Novo, a densidade média de Piru-pirus foi mais elevada na primavera com relação a respectiva praia paralela a fragmento, fato provavelmente relacionado a menor densidade de distúrbios nesse período do ano. As praias foram utilizadas principalmente para alimentação e descanso, não sendo encontradas evidências de reprodução, as quais ocorreram em todos os fragmentos em novembro de 2011. Nessas áreas, a densidade média de pares reprodutores é superior ao encontrado em dunas não fragmentadas ao sul do litoral norte (p<0.05), o que indicar que essas áreas são importantes refúgios para populações reprodutoras da espécie. O remanecente de Cabras, localizado entre Cidreira e Tramandaí, é a maior área de dunas do litoral norte, é onde o Piru-piru foi encontrado em maior número (pico de 265 indivíduos), e suportou mais da metade pares reprodutivos registrados no litoral norte, sendo uma área que merece atenção conservacionista. Os fragmentos são provavelmente as únicas áreas que permitem ao Piru-Piru completar seu ciclo de vida no litoral norte, sendo sua preservação uma eficiente estratégia de conservação à espécie.
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