Orientador: Prof. Dr. Gilberto Maringoni de Oliveira / Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do ABC, Programa de Pós-Graduação em Ciências Humanas e Sociais, 2017. / O Brasil assistiu a várias intervenções militares na esfera da política desde a Proclamação da República. Elas perduraram ao longo do século XX. Essas ações políticas tiveram múltiplos sentidos, ocupando posições que vão da estrema direita à estrema esquerda, com sérias consequências na vida nacional. A presente pesquisa analisará uma dessas ações: a militância comunista que se deu na Casa do Sargento do Brasil e na Casa do Sargento de São Paulo, entre os anos de 1947 a 1952, no auge da Guerra Fria e de forte campanha anticomunista por parte de setores conservadores. Essas duas associações de classe militares localizavam-se, respectivamente, nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo. O trabalho de militância foi encabeçado pelo Setor Militar do PCB (Antimil), um setor deste partido - então na clandestinidade - que atuou entre os anos de 1929 e 1992 no meio militar. No processo reivindicativo, foram trabalhadas demandas históricas dos sargentos por melhores condições de trabalho e cidadania, que lhes foram historicamente negados, assim como questões que foram discutidas na sociedade brasileira após o fim do Estado Novo e nos primeiros anos da década de 1950, como a questão do monopólio estatal da exploração do petróleo nacional e do envio de tropas militares brasileira para Guerra da Coréia (1950-53). Todo esse processo reivindicativo foi severamente reprimido, a partir de 1952, por autoridades civis e militares com os mais variados tipos de abusos e torturas. / Brazil has witnessed several military interventions in the range of politics since the Republic proclaim. They lasted through the twentieth century. These political actions had multiple meanings, driving positions from the extreme right to the left, with serious consequences in the national life. The present research will analyze one of these actions: the communist militancy that took place in the House of the Brazilian Sergeant and in the House of the Sergeant of São Paulo, between the years of 1947 to 1952, at the height of the Cold War and of a strong anticommunist campaign. Both military associations were located, respectively, in the states of Rio de Janeiro and São Paulo. The militancy work was led by the Military Sector of PCB (Antimil), a sector of this party - at the time in illegal situation- that operated among the years of 1929 and 1992. On trat period, the sergeants' historical demands were driven for better working conditions and citizenship, often denied to them, as well as questions that were discussed in Brazilian society after the end of Estado Novo and in the early 1950s, such as State oil monopoly and the sending of Brazilian military troops to the Korean War (1950-53). This whole process of protest was hardly repressed, as of 1952, by civilian and military authorities with the most varied types of abuses and tortures.