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Biologia e ecologia do camarão dulcícola Macrobrachium surinamicum Holthuis, 1948 (Decapoda: Palaemonidae) no estuário Guajará, Pará, costa norte do BrasilCAVALCANTE, Danielle Viveiros 29 February 2012 (has links)
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Previous issue date: 2012 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / Macrobrachium surinamicum é uma espécie de camarão do Atlântico cuja biologia
ainda é pouco conhecida. Na Amazônia ele é frequentemente capturado como fauna
associada à M. amazonicum, espécie predominantemente dulcícola amplamente
comercializada na região amazônica pela pesca artesanal, atendendo as necessidades
alimentícias e econômicas da comunidade ribeirinha. Com o objetivo de caracterizar a
distribuição espaço-temporal do camarão dulcícola M. surinamicum na Baía do Guajará
e Ilha de Mosqueiro, correlacionando a abundância desta espécie com fatores abióticos
(temperatura e salinidade) e, além disso, investigar a estrutura populacional, as
principais relações biométricas e elucidar alguns aspectos da reprodução desta espécie,
foram realizadas expedições mensais na Baía do Guajará e na Ilha de Mosqueiro de
maio/2006 a abril/2007. As amostragens foram realizadas com utilização de armadilhas
conhecidas localmente como matapis. Um total de 361 camarões foram capturados
sendo a maior abundância em dezembro e a menor em julho de 2006. A maior captura
foi na Ilha de Arapiranga e menor na Ilha de Mosqueiro. A abundância diferiu
significativamente em dezembro/06 e nenhuma variável estudada teve influência
significativa na abundância de M. surinamicum. Os machos foram maiores que as
fêmeas e a proporção sexual total não diferiu significativamente do esperado de 1:1. A
frequência de fêmeas e machos entre locais e meses foi maior em dois períodos do ano,
denotando dois prováveis períodos de recrutamento: um maior de novembro a fevereiro
e outro menor, de abril a maio. As relações entre o comprimento do cefalotórax (CC) e
as demais variáveis indicaram crescimento alométrico positivo. A maturidade sexual de
M. surinamicum ocorreu em tamanhos diferentes para fêmeas e machos, sendo que o
tamanho médio da primeira maturação (L<sub>50</sub>) de fêmeas foi 5,47 mm de CC e de machos
8,85 mm, sendo 6,08 mm para os sexos agrupados. A combinação das maiores
freqüências de estágios maturos, ovígeras e desovadas de fêmeas, com os picos de fator
de condição relativos (Kr) indicam que as desovas são intermitentes, apresentando, no
entanto, um pico desova em janeiro e fevereiro, coincidindo com a maior pluviosidade
na região. A Baía do Guajará, especialmente os locais mais abrigados como a Ilha de
Arapiranga e do Combu, propiciam o desenvolvimento de M. surinamicum, o que indica
que esta espécie tenha preferência para áreas menos antropizadas, se mantendo no
estuário tanto nas etapas juvenis quanto adulta, que todos os estádios de maturação gonadal foram encontrados o que torna a Baía de Guajará e a Ilha de Mosqueiro locais
importantes para a conservação desse crustáceo.
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