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Padrões de distribuição de pequenos mamíferos não voadores na Mata Atlântica

Alves, Kamila Souza 28 February 2013 (has links)
Made available in DSpace on 2016-08-29T15:09:20Z (GMT). No. of bitstreams: 1 tese_6338_Dissertac?ao_Kamila_Alves_2013_correção_vf.pdf: 1173813 bytes, checksum: 51e075a7c563d7266d5ef77d97d7274c (MD5) Previous issue date: 2013-02-28 / CAPES / Apesar de ser um dos biomas mais ameaçados do mundo, a Mata Atlântica ainda assim apresenta alta diversidade e endemismo de espécies. Entretanto, apesar da excepcional diversidade, a fauna é pouco conhecida, especialmente no que tange aos grupos mais diversificados, como por exemplo, as ordens Rodentia e Didelphimorphia. A falta de conhecimento taxonômica, chamada de déficit Lineano, está igualmente relacionada aos fatores que atuam afetando a distribuição geográfica da fauna ao longo desse bioma tão heterogêneo, fato conhecido como déficit Wallaceano. Os estudos realizados visando entender os processos que geram os padrões de distribuição das espécies na Mata Atlântica se atêm principalmente ao cunho altitudinal. Contudo, esses estudos apresentam limitações, na medida em que são realizados em escalas espaciais menores e não contemplando a Mata Atlântica no seu todo. Nesse trabalho, objetivou-se entender os fatores ambientais que afetam a distribuição das espécies de pequenos mamíferos não voadores no bioma Mata Atlântica do Brasil. A macroecologia foi aplicada como a ferramenta já que se baseia em grandes espaciais para caracterizar e explicar os padrões estatísticos de distribuição, abundância e diversidade. O trabalho foi realizado tanto em nível de gênero quanto em nível de espécie. Quando comparados os resultados das duas análises, não se encontrou um padrão claro nos resultados em relação ao nível de gênero. Pode-se atribuir esse resultado ao conceito de conservadorismo de nicho, que prediz que os gêneros moldaram sua distribuição atual por outros fatores, que não aos fatores ambientais. Enquanto que esses mesmos estudos indicam que em relação às espécies, os fatores ambientais são os principais influenciadores na distribuição geográfica dos organismos. Os resultados desse estudo apontaram a sazonalidade da temperatura como o fator que mais influenciou na distribuição geográfica de pequenos mamíferos não voadores na Mata Atlântica. Esse resultado é distinto dos demais encontrados em literatura, que apontam a altitude como principal modelador da distribuição geográfica das espécies no bioma considerado. Outro resultado encontrado discorre sobre a alta concentração de espécies de pequenos mamíferos não voadores em regiões de Floresta Ombrófila Densa, quando comparadas às demais ecorregiões. Esse indício corrobora a sazonalidade de temperatura como principal moldador da distribuição das espécies, já que nessas localidades há uma menor sazonalidade, justificando assim a alta riqueza faunística nessas fitofisionomias. / The Atlantic Forest, one of the most endangered ecosystems in the world, presents high species diversity and endemism. Despite its exceptional diversity, the fauna is still poorly known, especially concerning the most diversified groups, like Rodentia e Didelphimorphia. The lack of knowledge on taxonomy, known as the Linnaen Shortfall, is equally related to the factors that affect the distributional range of species occurring in this very heterogeneous biome, a fact defined as Wallacean Shortfall. Most studies aiming to understand the processes generating the distributional patterns of mammal species in the Atlantic Forest are concentrated on the effects of altitude. However, these studies are limited in scope, since they cover a minor scale, not contemplating the Atlantic Forest as a whole. In this work, we investigated the environmental factors that affect the nonvolant mammal species distribution in the Atlantic Forest of Brazil. The ideal framework to convey this endeavor was Macroecology, the subfield of ecology that deals with the study of relationships between organisms and their environment at large spatial scales to characterize and explain statistical patterns of abundance, distribution and diversity. The research was carried out at two taxonomic levels: genus and species. No general pattern was found when the analysis was conducted at the genus level, a result that can be attributed to niche conservatism, since this principle predicts that, in general, genera achieved their present distribution to factors other than the environmental ones, while at a species level the environmental cues are the main factors regulating the distribution patterns. The results pointed out that temperature seasonality was the main factor affecting the distributional pattern of non-volant small mammals in the Atlantic Forest. This result differs from the literature, a which indicate altitude as a major factor shaping distributional patterns of non-volant mammals in this biome. At last, we call attention on the high number of species recorded in the Dense Ombrophilous Forest, when compared to others ecoregions. This is another clue that reinforce the influence of seasonality on species iv distribution in the Atlantic Forest, since temperatures are more uniform, in these localities reflecting higher faunal richness in these phytophysionogmies.

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