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Importância das frutíferas nativas para famílias agricultoras na Cantuquiriguaçu, PR

Schreiner, Camila Traesel 11 March 2016 (has links)
Submitted by Maria Rosa Moraes Maximiano (maria.maximiano@uffs.edu.br) on 2017-07-04T13:08:54Z No. of bitstreams: 1 SCHREINER.pdf: 1498670 bytes, checksum: 7529a629fb8dd5818f0a8d042a2b58cc (MD5) / Approved for entry into archive by Diego dos Santos Borba (dborba@uffs.edu.br) on 2017-07-04T13:50:54Z (GMT) No. of bitstreams: 1 SCHREINER.pdf: 1498670 bytes, checksum: 7529a629fb8dd5818f0a8d042a2b58cc (MD5) / Made available in DSpace on 2017-07-04T13:50:54Z (GMT). No. of bitstreams: 1 SCHREINER.pdf: 1498670 bytes, checksum: 7529a629fb8dd5818f0a8d042a2b58cc (MD5) Previous issue date: 2016-03-11 / A biodiversidade brasileira é uma das mais expressivas da biosfera terrestre e possui importante papel ao prover diversos produtos e serviços ambientais. Dentre esses produtos, merecem destaque as frutas nativas, que têm sido historicamente negligenciadas. A floresta ombrófila mista no estado do Paraná (PR) possui uma importante diversidade de frutas nativas, as quais apresentam ótimo potencial socioeconômico e cultural, ainda pouco conhecido e explorado. O reconhecimento e a valorização do conhecimento popular acerca das frutas nativas é uma estratégia essencial para a conservação e valorização dessas espécies. Nesse sentido, o estudo aqui apresentado teve como objetivo analisar o conhecimento acumulado e a percepção de famílias agricultoras do núcleo “Luta Camponesa” da Rede Ecovida de Agroecologia acerca das frutíferas nativas da região Cantuquiriguaçu, PR. Identificou-se as frutas nativas conhecidas, quais estão presentes nos lotes, os usos e comercialização das frutas nativas, bem como as formas de manejo e propagação realizadas com essas espécies. A pesquisa foi realizada com 17 famílias agricultoras dos municípios de Rio Bonito do Iguaçu, Laranjeiras do Sul, Palmital e Santa Maria do Oeste. Foi confeccionado um catálogo de imagens com 57 espécies de frutas nativas com potencial alimentício identificado na bibliografia. A partir de então, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com visitas aos lotes das famílias selecionadas. Foi constatado que as famílias conhecem em média 41 espécies de frutíferas nativas. Destas, 23 são conhecidas por todas as famílias entrevistadas. Cada lote possui, em média, 29 espécies de frutas nativas. As famílias fazem o uso de, em média, 18 frutas nativas. As espécies mais utilizadas, por ordem de importância, são: a Eugenia uniflora L. (pitanga), a Rubus sellowii Cham. & Schltdl. (amora-preta), a Campomanesia xanthocarpa (Cambess.) O.Berg (guavirova), a Annona neosalicifolia H.Rainer (ariticum-amarelo), a Eugenia involucrata DC. (cereja), a Eugenia pyriformis Cambess. (uvaia), a Inga vera Willd. (ingá-amarelo), a Allophilus edulis (A.St.-Hil. et al.) Hieron. ex Niederl. (vacum), a Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze (pinhão) e a Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman (coquinho). A principal forma de uso das frutas nativas é a forma in natura, mas também foram identificados diversos outros usos pontuais das mesmas, principalmente na forma de sucos e geleias, bem como experiências iniciais de comercialização nas feiras e na “Agroindústria Coperjunho”. A maioria das frutas nativas ocorre de forma espontânea nos lotes, nos quais o manejo ainda é inscipiente. Portanto, existe uma importante diversidade de frutas nativas nos lotes das famílias entrevistadas, contudo, esse é um potencial ainda pouco explorado. Foi constatada a importância das frutíferas nativas na memória biocultural dessas famílias, as quais demonstram interesse em aumentar o consumo e comercialização dessas frutas. Por fim, compreende-se a importância da agroecologia na valorização e conservação das frutíferas nativas e fortalecimento da agricultura familiar na região, além de considerar os potenciais naturais intrínsecos na região para construção de políticas de desenvolvimento territorial. / Brazil's biodiversity is one of the most expressive of the terrestrial biosphere and has an important role in providing various products and environmental services. Among these products, should be highlighted native fruits, which have been historically neglected. The mixed ombrophilous forest in the state of Paraná (PR) has an important diversity of native fruits, which represent a socio-economic and cultural potential, still little known and exploited. Recognition and appreciation of popular knowledge about native fruits is an essential strategy for the conservation and enhancement of these species. In that sense, the study here presented aims to analyze the accumulated knowledge and perception of farming families core "Luta Camponesa" of Ecovida Agroecology Network about the native fruit of Cantuquiriguaçu region, PR. It was identified the known native fruits, which are present in the lots, the uses and commercialization of native fruits and forms of management and propagation performed with these species. The research was conducted with 17 farming families of "Rio Bonito do Iguaçu", "Laranjeiras do Sul", "Palmital" and "Santa Maria do Oeste" municipalities. An image catalog with 57 species of native fruits with alimentary potential identified in the literature was made. From then on, semi-structured interviews were held with visits to lots of the selected families. It has been verified that families know on average 41 species of native fruits. Of these, 23 are known to all the families interviewed. Each lot has, on average, 29 species of native fruits. The families make use of, on average, 18 native fruits. The species most utilized, in order of importance, are: the Eugenia uniflora L. (“pitanga”), the Rubus sellowii Cham. & Schltdl. (“amora-preta”), the Campomanesia xanthocarpa (Cambess.) O.Berg (“guavirova”), the Annona neosalicifolia H.Rainer (“ariticum-amarelo”), the Eugenia involucrata DC. (“cereja”), the Eugenia pyriformis Cambess. (“uvaia”), the Inga vera Willd. (“ingá-amarelo”), the Allophilus edulis (A.St.-Hil. et al.) Hieron. ex Niederl. (“vacum”), the Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze (“pinhão”) and the Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman (“coquinho”). The main form of use of native fruit is fresh form, but were also identified several other specific uses from the same, primarily in the form of juices and jellies and initial marketing experience in fairs and "Agroindústria Coperjunho". Most of the native fruit occurs spontaneously in batches, in which the management is still incipient. Therefore, there is an important diversity of native fruits in lots of families interviewed, however, this is still a little tapped potential. It was verified the importance of fruit trees native in biocultural memory of these families, which demonstrated interest in increasing the consumption and commercialization of these fruits. Lastly, we understand the importance of agroecology in the recovery and conservation of fruit trees native and strengthening of family farming in the region, in addition to considering the intrinsic natural potential in the region for the construction of territorial development policies.

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