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Ecologia de Megacerus baeri (PIC, 1934) e Megacerus reticulatus (Sharp, 1885) (Coleoptera : Bruchidae) em duas espécies de convolvulaceae (Ipomoea imperati e Ipomoea pes-caprae) nas dunas da Praia da Joaquina, Florianópolis, SC

Scherer, Karla Zanenga January 2004 (has links)
Aspectos da ecologia dos bruquídeos Megacerus baeri (Pic, 1934) e M. reticulatus (Sharp, 1885) foram analisados em suas plantas hospedeiras Ipomoea imperati (Vahl) Grisebach e I. pes-caprae (L.) R. Brown, em área de restinga, no sul do Brasil. A distribuição do recurso e a fenologia das plantas hospedeiras, os padrões de oviposição, a sobrevivência das larvas e dos adultos, o tempo de desenvolvimento, as taxas de predação e as flutuações populacionais destas duas espécies de bruquídeos foram descritas e quantificadas. Os esforços regulares de amostragem foram concentrados em duas áreas fixas, uma para cada espécie de Ipomoea, na praia da Joaquina, Ilha de Santa Catarina, 27o 10’ S e 48o 35’ W. O registro sistemático das informações foi iniciado em agosto de 1999, seguindo até julho de 2001, englobando dois ciclos reprodutivos, tanto das plantas hospedeiras, quanto dos bruquídeos. No local de estudo, os ovos de M. baeri podem ser observados em frutos e sementes de I. imperati e I. pes-caprae, enquanto que os ovos de M. reticulatus ocorrem apenas em frutos de I. pescaprae. No total foram realizadas 109 saídas de campo perfazendo 316 horas de observação direta. As observações foram realizadas em 21 quadrados, para cada área de Ipomoea, que foram mantidos ao longo de todo estudo. I. imperati e I. pes-caprae apresentaram padrão altamente sazonal para quase todas as fenofases. A atividade reprodutiva, para ambas as espécies de plantas, coincidiu com o aumento da temperatura e do fotoperíodo. A duração dos eventos fenológicos foi diferente, sendo mais longa para I. imperati (8 a 12 meses), que para I. pes-caprae (4 a 7 meses). Houve associação significativa entre a presença de ovos de M. baeri e M. reticulatus e as fenosfases de frutos das duas espécies de Convolvulaceae, assim como foi significativa a relação entre a ocorrência relativa de ovos e o tamanho dos frutos. A relação significativa entre o número médio de ovos por fruto e o tamanho do fruto sugerem que as fêmeas possam discriminar o fruto pelo tamanho quando colocam os ovos. Durante a postura, M. baeri utilizou principalmente o ápice da cápsula dos frutos de I. imperati e a semente dos frutos de I. pes-caprae, enquanto M. reticulatus utilizou principalmente o estilete de I. pescaprae. Em laboratório, 39 fêmeas de M. baeri colocaram 443 ovos em sementes das duas espécies de Convolvulaceae, mas apenas 18,06 % chegaram ao estágio adulto, indicando elevado grau de mortalidade na fase de ovo ou de larva. Os ovos foram depositados primeiro nas sementes de I. pes-caprae, mesmo aquelas nascidas de I. imperati. A longevidade média dos adultos, em laboratório, foi de 17,9 ± 4,8 dias para machos e 20,7 ± 7,4 dias para fêmeas. O tempo médio de desenvolvimento, em condições naturais, não diferiu entre os sexos e nem entre as espécies de Megacerus, assim como o tempo de desenvolvimento de M. baeri também não diferiu entre as espécies de Ipomoea. Em I. pes-caprae a abundância dos adultos de M. baeri foi duas vezes maior e o número de ovos 4,5 vezes maior que os de M. reticulatus. Ambas as espécies de Megacerus utilizaram principalmente frutos em estágio de amadurecimento para a colocação dos ovos e os picos foram registrados sempre no verão. A predação de 13 % dos frutos I. pes-caprae (n= 333) pelas duas espécies de Megacerus e pela mariposa Ephestia kuhniella (Pyralidae), inviabilizou 4,24 % das sementes (n= 1107). A abundância de adultos e ovos foi afetada, respectivamente, pela disponibilidade das flores e dos frutos de I. pes-caprae, ao longo dos dois ciclos reprodutivos em que foram acompanhados. Em I. imperati, a abundância dos adultos de M. baeri foi sempre baixa e o número de ovos foi 1,9 vezes maior no primeiro ciclo reprodutivo que no segundo. As fêmeas utilizaram mais a fenofase de frutos em amadurecimento para a colocação dos ovos e ocorreram dois picos, um no verão e outro no outono. A predação por M. baeri afetou 73% dos frutos (n=333) de I. imperati e inviabilizou 67,6% das sementes (n=274). M. baeri utilizou sementes com maior tamanho médio quando comparado à média das sementes não predadas. A abundância dos adultos, embora pequena, foi afetada pela disponibilidade das flores de I. imperati, nos dois ciclos reprodutivos, assim como a abundância dos ovos foi afetada pela disponibilidade das diferentes fenofases de frutos.
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Ecologia de Megacerus baeri (PIC, 1934) e Megacerus reticulatus (Sharp, 1885) (Coleoptera : Bruchidae) em duas espécies de convolvulaceae (Ipomoea imperati e Ipomoea pes-caprae) nas dunas da Praia da Joaquina, Florianópolis, SC

Scherer, Karla Zanenga January 2004 (has links)
Aspectos da ecologia dos bruquídeos Megacerus baeri (Pic, 1934) e M. reticulatus (Sharp, 1885) foram analisados em suas plantas hospedeiras Ipomoea imperati (Vahl) Grisebach e I. pes-caprae (L.) R. Brown, em área de restinga, no sul do Brasil. A distribuição do recurso e a fenologia das plantas hospedeiras, os padrões de oviposição, a sobrevivência das larvas e dos adultos, o tempo de desenvolvimento, as taxas de predação e as flutuações populacionais destas duas espécies de bruquídeos foram descritas e quantificadas. Os esforços regulares de amostragem foram concentrados em duas áreas fixas, uma para cada espécie de Ipomoea, na praia da Joaquina, Ilha de Santa Catarina, 27o 10’ S e 48o 35’ W. O registro sistemático das informações foi iniciado em agosto de 1999, seguindo até julho de 2001, englobando dois ciclos reprodutivos, tanto das plantas hospedeiras, quanto dos bruquídeos. No local de estudo, os ovos de M. baeri podem ser observados em frutos e sementes de I. imperati e I. pes-caprae, enquanto que os ovos de M. reticulatus ocorrem apenas em frutos de I. pescaprae. No total foram realizadas 109 saídas de campo perfazendo 316 horas de observação direta. As observações foram realizadas em 21 quadrados, para cada área de Ipomoea, que foram mantidos ao longo de todo estudo. I. imperati e I. pes-caprae apresentaram padrão altamente sazonal para quase todas as fenofases. A atividade reprodutiva, para ambas as espécies de plantas, coincidiu com o aumento da temperatura e do fotoperíodo. A duração dos eventos fenológicos foi diferente, sendo mais longa para I. imperati (8 a 12 meses), que para I. pes-caprae (4 a 7 meses). Houve associação significativa entre a presença de ovos de M. baeri e M. reticulatus e as fenosfases de frutos das duas espécies de Convolvulaceae, assim como foi significativa a relação entre a ocorrência relativa de ovos e o tamanho dos frutos. A relação significativa entre o número médio de ovos por fruto e o tamanho do fruto sugerem que as fêmeas possam discriminar o fruto pelo tamanho quando colocam os ovos. Durante a postura, M. baeri utilizou principalmente o ápice da cápsula dos frutos de I. imperati e a semente dos frutos de I. pes-caprae, enquanto M. reticulatus utilizou principalmente o estilete de I. pescaprae. Em laboratório, 39 fêmeas de M. baeri colocaram 443 ovos em sementes das duas espécies de Convolvulaceae, mas apenas 18,06 % chegaram ao estágio adulto, indicando elevado grau de mortalidade na fase de ovo ou de larva. Os ovos foram depositados primeiro nas sementes de I. pes-caprae, mesmo aquelas nascidas de I. imperati. A longevidade média dos adultos, em laboratório, foi de 17,9 ± 4,8 dias para machos e 20,7 ± 7,4 dias para fêmeas. O tempo médio de desenvolvimento, em condições naturais, não diferiu entre os sexos e nem entre as espécies de Megacerus, assim como o tempo de desenvolvimento de M. baeri também não diferiu entre as espécies de Ipomoea. Em I. pes-caprae a abundância dos adultos de M. baeri foi duas vezes maior e o número de ovos 4,5 vezes maior que os de M. reticulatus. Ambas as espécies de Megacerus utilizaram principalmente frutos em estágio de amadurecimento para a colocação dos ovos e os picos foram registrados sempre no verão. A predação de 13 % dos frutos I. pes-caprae (n= 333) pelas duas espécies de Megacerus e pela mariposa Ephestia kuhniella (Pyralidae), inviabilizou 4,24 % das sementes (n= 1107). A abundância de adultos e ovos foi afetada, respectivamente, pela disponibilidade das flores e dos frutos de I. pes-caprae, ao longo dos dois ciclos reprodutivos em que foram acompanhados. Em I. imperati, a abundância dos adultos de M. baeri foi sempre baixa e o número de ovos foi 1,9 vezes maior no primeiro ciclo reprodutivo que no segundo. As fêmeas utilizaram mais a fenofase de frutos em amadurecimento para a colocação dos ovos e ocorreram dois picos, um no verão e outro no outono. A predação por M. baeri afetou 73% dos frutos (n=333) de I. imperati e inviabilizou 67,6% das sementes (n=274). M. baeri utilizou sementes com maior tamanho médio quando comparado à média das sementes não predadas. A abundância dos adultos, embora pequena, foi afetada pela disponibilidade das flores de I. imperati, nos dois ciclos reprodutivos, assim como a abundância dos ovos foi afetada pela disponibilidade das diferentes fenofases de frutos.
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Ecologia de Megacerus baeri (PIC, 1934) e Megacerus reticulatus (Sharp, 1885) (Coleoptera : Bruchidae) em duas espécies de convolvulaceae (Ipomoea imperati e Ipomoea pes-caprae) nas dunas da Praia da Joaquina, Florianópolis, SC

Scherer, Karla Zanenga January 2004 (has links)
Aspectos da ecologia dos bruquídeos Megacerus baeri (Pic, 1934) e M. reticulatus (Sharp, 1885) foram analisados em suas plantas hospedeiras Ipomoea imperati (Vahl) Grisebach e I. pes-caprae (L.) R. Brown, em área de restinga, no sul do Brasil. A distribuição do recurso e a fenologia das plantas hospedeiras, os padrões de oviposição, a sobrevivência das larvas e dos adultos, o tempo de desenvolvimento, as taxas de predação e as flutuações populacionais destas duas espécies de bruquídeos foram descritas e quantificadas. Os esforços regulares de amostragem foram concentrados em duas áreas fixas, uma para cada espécie de Ipomoea, na praia da Joaquina, Ilha de Santa Catarina, 27o 10’ S e 48o 35’ W. O registro sistemático das informações foi iniciado em agosto de 1999, seguindo até julho de 2001, englobando dois ciclos reprodutivos, tanto das plantas hospedeiras, quanto dos bruquídeos. No local de estudo, os ovos de M. baeri podem ser observados em frutos e sementes de I. imperati e I. pes-caprae, enquanto que os ovos de M. reticulatus ocorrem apenas em frutos de I. pescaprae. No total foram realizadas 109 saídas de campo perfazendo 316 horas de observação direta. As observações foram realizadas em 21 quadrados, para cada área de Ipomoea, que foram mantidos ao longo de todo estudo. I. imperati e I. pes-caprae apresentaram padrão altamente sazonal para quase todas as fenofases. A atividade reprodutiva, para ambas as espécies de plantas, coincidiu com o aumento da temperatura e do fotoperíodo. A duração dos eventos fenológicos foi diferente, sendo mais longa para I. imperati (8 a 12 meses), que para I. pes-caprae (4 a 7 meses). Houve associação significativa entre a presença de ovos de M. baeri e M. reticulatus e as fenosfases de frutos das duas espécies de Convolvulaceae, assim como foi significativa a relação entre a ocorrência relativa de ovos e o tamanho dos frutos. A relação significativa entre o número médio de ovos por fruto e o tamanho do fruto sugerem que as fêmeas possam discriminar o fruto pelo tamanho quando colocam os ovos. Durante a postura, M. baeri utilizou principalmente o ápice da cápsula dos frutos de I. imperati e a semente dos frutos de I. pes-caprae, enquanto M. reticulatus utilizou principalmente o estilete de I. pescaprae. Em laboratório, 39 fêmeas de M. baeri colocaram 443 ovos em sementes das duas espécies de Convolvulaceae, mas apenas 18,06 % chegaram ao estágio adulto, indicando elevado grau de mortalidade na fase de ovo ou de larva. Os ovos foram depositados primeiro nas sementes de I. pes-caprae, mesmo aquelas nascidas de I. imperati. A longevidade média dos adultos, em laboratório, foi de 17,9 ± 4,8 dias para machos e 20,7 ± 7,4 dias para fêmeas. O tempo médio de desenvolvimento, em condições naturais, não diferiu entre os sexos e nem entre as espécies de Megacerus, assim como o tempo de desenvolvimento de M. baeri também não diferiu entre as espécies de Ipomoea. Em I. pes-caprae a abundância dos adultos de M. baeri foi duas vezes maior e o número de ovos 4,5 vezes maior que os de M. reticulatus. Ambas as espécies de Megacerus utilizaram principalmente frutos em estágio de amadurecimento para a colocação dos ovos e os picos foram registrados sempre no verão. A predação de 13 % dos frutos I. pes-caprae (n= 333) pelas duas espécies de Megacerus e pela mariposa Ephestia kuhniella (Pyralidae), inviabilizou 4,24 % das sementes (n= 1107). A abundância de adultos e ovos foi afetada, respectivamente, pela disponibilidade das flores e dos frutos de I. pes-caprae, ao longo dos dois ciclos reprodutivos em que foram acompanhados. Em I. imperati, a abundância dos adultos de M. baeri foi sempre baixa e o número de ovos foi 1,9 vezes maior no primeiro ciclo reprodutivo que no segundo. As fêmeas utilizaram mais a fenofase de frutos em amadurecimento para a colocação dos ovos e ocorreram dois picos, um no verão e outro no outono. A predação por M. baeri afetou 73% dos frutos (n=333) de I. imperati e inviabilizou 67,6% das sementes (n=274). M. baeri utilizou sementes com maior tamanho médio quando comparado à média das sementes não predadas. A abundância dos adultos, embora pequena, foi afetada pela disponibilidade das flores de I. imperati, nos dois ciclos reprodutivos, assim como a abundância dos ovos foi afetada pela disponibilidade das diferentes fenofases de frutos.

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