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Desenquadramentos no novíssimo cinema brasileiro : o Fora de Campo como Dobra da Mise-en-Scène nos filmes de André NovaisDiniz, Felipe Maciel Xavier January 2018 (has links)
Esta tese se mostra como um estudo sobre a natureza da relação entre o fora de campo e a mise-en-scène no contexto do Novíssimo Cinema Brasileiro. Tendo como base para um estudo de caso a experiência cinematográfica do diretor mineiro André Novais, nosso intuito foi o de compreender, nos termos de um plano de imanência, os movimentos que amparam as discussões sobre as encenações e seu fora de campo. Para aprofundarmos o pensamento sobre uma dada indissociabilidade entre as instâncias do fora de campo e da mise-en-scène nos filmes de Novais, aplicamos a ideia da dobra, que, atualizada por Deleuze, opera na coexistência entre o dentro e o fora ao problematizar um espaço que se configura indiscernível. A partir daí, investimos na tese dos desenquadramentos, trazida por Deleuze no livro A Imagem Movimento (2009), e suas reverberações em relação às dimensões relativa e absoluta do fora de campo. Torna-se, portanto, necessário aproximar tais aspectos a determinadas concepções formais atreladas aos filmes que estudamos. É então que apostamos em figuras de linguagem, como as metonímias e as dimensões intertextuais e paratextuais, para atestar a presença de um fora de campo relativo, que nos traz exemplos mais concretos e aplicações mais diretas em relação ao espaço fílmico, e refletimos sobre as desnaturalizações e as indecidibilidades para pensar a porção de uma dimensão absoluta do fora de campo, esta mais ligada a uma duração do todo do universo e a um discurso indireto livre. Cabe assinalar que o estudo de caso aplicado à filmografia de André Novais é inserido em um contexto cinematográfico específico: o Novíssimo Cinema Brasileiro. Torna-se, assim, fundamental estabelecermos uma discussão sobre as particularidades de suas concepções estéticas e de mise-en-scène. Na esteira desse movimento, chegamos à compreensão do aspecto documental que invade tal contexto cinematográfico e que é problematizado a partir do deslocamento de um real representado para a sua realização no âmbito simbólico. A partir das teorias lançadas por Bazin, Metz, Badiou e Zizek, chegamos a um real entendido como fantasma, e não como referente. Ao alcançarmos o cerne de uma linguagem aplicada a determinadas formas fílmicas, encontramos a expressão de uma encenação desdramatizada, ligada aos aspectos minimalistas e hiper-reais e à produção de personagens da recusa, enfatizados a partir da incapacidade de adequação às identidades e aos modelos. Tais variáveis nos ajudam a refletir não só sobre as particularidades de uma mise-en-scène, mas também sobre os movimentos disruptivos e desconstrutivos do cinema. / This doctoral thesis studies the nature of the relationship between the out-of-field and the mise-en-scène in the context of the Newest Brazilian Cinema (Novíssimo Cinema Brasileiro). Taking the mineiro director André Novais’ cinematographic experience as foundation for a case study, we aimed to understand, in terms of a plane of immanence, the movements supporting the discussion about staging and its respective out-of-field. In order to deepen our thoughts on a certain inseparability between the out-of-field and the mise-en-scène in Novais' movies, we adopt the concept of “fold”, which, updated by Deleuze, establishes itself in the coexistence between inside and outside, while problematizing an indiscernible space. Thereon, we address the thesis of the unframing, brought forward by Deleuze in his book The Movement-Image (2009), and its reverberations around the relative and the absolute aspects of the out-of-field. It was therefore imperative to approach such aspects in relation to certain formal conceptions attached to the movies we study. That is where we employ figures of speech such as the metonymy and the intertextual/paratextual dimmensions, so that we were able to attest to the presence of a relative out-of-field, which brings us many concrete examples and direct applications in relation to the filmic space. Furthermore, we also considered denaturalizations and undecidabilities to conceive an absolute dimmension of the out-of-field, associated with the free indirect discourse and with a duration which is immanent to the whole universe. We should point out that the case study about André Novais’ filmography inserts itself in a specific cinematographic context: the Newest Brazilian Cinema. It was thus fundamental that we stablished a debate about the peculiarities of its mise-en-scène and its aesthetic conceptions. Approaching this movement, we reach an understanding about the documentary aspect which overruns such cinematographic context and which is examined as through the displacement of a represented “Real” up to a realization in the symbolic realm. Aimed with theories laid by authors such as Bazin, Metz, Badiou and Zizek, we end up conceiving the Real as ghost, instead of referent. Achieving the kernel of a language applied to certain filmic forms, we discover the expression of a de-dramatized staging, characterized by minimalist and hiper-realist aspects and by the production of “refusal characters”, unable to conform themselves to predefined identities and models. Such variables help us reflect not only upon mise-en-scène peculiarities, but also upon disruptive and deconstructive cinema movements.
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Desenquadramentos no novíssimo cinema brasileiro : o Fora de Campo como Dobra da Mise-en-Scène nos filmes de André NovaisDiniz, Felipe Maciel Xavier January 2018 (has links)
Esta tese se mostra como um estudo sobre a natureza da relação entre o fora de campo e a mise-en-scène no contexto do Novíssimo Cinema Brasileiro. Tendo como base para um estudo de caso a experiência cinematográfica do diretor mineiro André Novais, nosso intuito foi o de compreender, nos termos de um plano de imanência, os movimentos que amparam as discussões sobre as encenações e seu fora de campo. Para aprofundarmos o pensamento sobre uma dada indissociabilidade entre as instâncias do fora de campo e da mise-en-scène nos filmes de Novais, aplicamos a ideia da dobra, que, atualizada por Deleuze, opera na coexistência entre o dentro e o fora ao problematizar um espaço que se configura indiscernível. A partir daí, investimos na tese dos desenquadramentos, trazida por Deleuze no livro A Imagem Movimento (2009), e suas reverberações em relação às dimensões relativa e absoluta do fora de campo. Torna-se, portanto, necessário aproximar tais aspectos a determinadas concepções formais atreladas aos filmes que estudamos. É então que apostamos em figuras de linguagem, como as metonímias e as dimensões intertextuais e paratextuais, para atestar a presença de um fora de campo relativo, que nos traz exemplos mais concretos e aplicações mais diretas em relação ao espaço fílmico, e refletimos sobre as desnaturalizações e as indecidibilidades para pensar a porção de uma dimensão absoluta do fora de campo, esta mais ligada a uma duração do todo do universo e a um discurso indireto livre. Cabe assinalar que o estudo de caso aplicado à filmografia de André Novais é inserido em um contexto cinematográfico específico: o Novíssimo Cinema Brasileiro. Torna-se, assim, fundamental estabelecermos uma discussão sobre as particularidades de suas concepções estéticas e de mise-en-scène. Na esteira desse movimento, chegamos à compreensão do aspecto documental que invade tal contexto cinematográfico e que é problematizado a partir do deslocamento de um real representado para a sua realização no âmbito simbólico. A partir das teorias lançadas por Bazin, Metz, Badiou e Zizek, chegamos a um real entendido como fantasma, e não como referente. Ao alcançarmos o cerne de uma linguagem aplicada a determinadas formas fílmicas, encontramos a expressão de uma encenação desdramatizada, ligada aos aspectos minimalistas e hiper-reais e à produção de personagens da recusa, enfatizados a partir da incapacidade de adequação às identidades e aos modelos. Tais variáveis nos ajudam a refletir não só sobre as particularidades de uma mise-en-scène, mas também sobre os movimentos disruptivos e desconstrutivos do cinema. / This doctoral thesis studies the nature of the relationship between the out-of-field and the mise-en-scène in the context of the Newest Brazilian Cinema (Novíssimo Cinema Brasileiro). Taking the mineiro director André Novais’ cinematographic experience as foundation for a case study, we aimed to understand, in terms of a plane of immanence, the movements supporting the discussion about staging and its respective out-of-field. In order to deepen our thoughts on a certain inseparability between the out-of-field and the mise-en-scène in Novais' movies, we adopt the concept of “fold”, which, updated by Deleuze, establishes itself in the coexistence between inside and outside, while problematizing an indiscernible space. Thereon, we address the thesis of the unframing, brought forward by Deleuze in his book The Movement-Image (2009), and its reverberations around the relative and the absolute aspects of the out-of-field. It was therefore imperative to approach such aspects in relation to certain formal conceptions attached to the movies we study. That is where we employ figures of speech such as the metonymy and the intertextual/paratextual dimmensions, so that we were able to attest to the presence of a relative out-of-field, which brings us many concrete examples and direct applications in relation to the filmic space. Furthermore, we also considered denaturalizations and undecidabilities to conceive an absolute dimmension of the out-of-field, associated with the free indirect discourse and with a duration which is immanent to the whole universe. We should point out that the case study about André Novais’ filmography inserts itself in a specific cinematographic context: the Newest Brazilian Cinema. It was thus fundamental that we stablished a debate about the peculiarities of its mise-en-scène and its aesthetic conceptions. Approaching this movement, we reach an understanding about the documentary aspect which overruns such cinematographic context and which is examined as through the displacement of a represented “Real” up to a realization in the symbolic realm. Aimed with theories laid by authors such as Bazin, Metz, Badiou and Zizek, we end up conceiving the Real as ghost, instead of referent. Achieving the kernel of a language applied to certain filmic forms, we discover the expression of a de-dramatized staging, characterized by minimalist and hiper-realist aspects and by the production of “refusal characters”, unable to conform themselves to predefined identities and models. Such variables help us reflect not only upon mise-en-scène peculiarities, but also upon disruptive and deconstructive cinema movements.
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Desenquadramentos no novíssimo cinema brasileiro : o Fora de Campo como Dobra da Mise-en-Scène nos filmes de André NovaisDiniz, Felipe Maciel Xavier January 2018 (has links)
Esta tese se mostra como um estudo sobre a natureza da relação entre o fora de campo e a mise-en-scène no contexto do Novíssimo Cinema Brasileiro. Tendo como base para um estudo de caso a experiência cinematográfica do diretor mineiro André Novais, nosso intuito foi o de compreender, nos termos de um plano de imanência, os movimentos que amparam as discussões sobre as encenações e seu fora de campo. Para aprofundarmos o pensamento sobre uma dada indissociabilidade entre as instâncias do fora de campo e da mise-en-scène nos filmes de Novais, aplicamos a ideia da dobra, que, atualizada por Deleuze, opera na coexistência entre o dentro e o fora ao problematizar um espaço que se configura indiscernível. A partir daí, investimos na tese dos desenquadramentos, trazida por Deleuze no livro A Imagem Movimento (2009), e suas reverberações em relação às dimensões relativa e absoluta do fora de campo. Torna-se, portanto, necessário aproximar tais aspectos a determinadas concepções formais atreladas aos filmes que estudamos. É então que apostamos em figuras de linguagem, como as metonímias e as dimensões intertextuais e paratextuais, para atestar a presença de um fora de campo relativo, que nos traz exemplos mais concretos e aplicações mais diretas em relação ao espaço fílmico, e refletimos sobre as desnaturalizações e as indecidibilidades para pensar a porção de uma dimensão absoluta do fora de campo, esta mais ligada a uma duração do todo do universo e a um discurso indireto livre. Cabe assinalar que o estudo de caso aplicado à filmografia de André Novais é inserido em um contexto cinematográfico específico: o Novíssimo Cinema Brasileiro. Torna-se, assim, fundamental estabelecermos uma discussão sobre as particularidades de suas concepções estéticas e de mise-en-scène. Na esteira desse movimento, chegamos à compreensão do aspecto documental que invade tal contexto cinematográfico e que é problematizado a partir do deslocamento de um real representado para a sua realização no âmbito simbólico. A partir das teorias lançadas por Bazin, Metz, Badiou e Zizek, chegamos a um real entendido como fantasma, e não como referente. Ao alcançarmos o cerne de uma linguagem aplicada a determinadas formas fílmicas, encontramos a expressão de uma encenação desdramatizada, ligada aos aspectos minimalistas e hiper-reais e à produção de personagens da recusa, enfatizados a partir da incapacidade de adequação às identidades e aos modelos. Tais variáveis nos ajudam a refletir não só sobre as particularidades de uma mise-en-scène, mas também sobre os movimentos disruptivos e desconstrutivos do cinema. / This doctoral thesis studies the nature of the relationship between the out-of-field and the mise-en-scène in the context of the Newest Brazilian Cinema (Novíssimo Cinema Brasileiro). Taking the mineiro director André Novais’ cinematographic experience as foundation for a case study, we aimed to understand, in terms of a plane of immanence, the movements supporting the discussion about staging and its respective out-of-field. In order to deepen our thoughts on a certain inseparability between the out-of-field and the mise-en-scène in Novais' movies, we adopt the concept of “fold”, which, updated by Deleuze, establishes itself in the coexistence between inside and outside, while problematizing an indiscernible space. Thereon, we address the thesis of the unframing, brought forward by Deleuze in his book The Movement-Image (2009), and its reverberations around the relative and the absolute aspects of the out-of-field. It was therefore imperative to approach such aspects in relation to certain formal conceptions attached to the movies we study. That is where we employ figures of speech such as the metonymy and the intertextual/paratextual dimmensions, so that we were able to attest to the presence of a relative out-of-field, which brings us many concrete examples and direct applications in relation to the filmic space. Furthermore, we also considered denaturalizations and undecidabilities to conceive an absolute dimmension of the out-of-field, associated with the free indirect discourse and with a duration which is immanent to the whole universe. We should point out that the case study about André Novais’ filmography inserts itself in a specific cinematographic context: the Newest Brazilian Cinema. It was thus fundamental that we stablished a debate about the peculiarities of its mise-en-scène and its aesthetic conceptions. Approaching this movement, we reach an understanding about the documentary aspect which overruns such cinematographic context and which is examined as through the displacement of a represented “Real” up to a realization in the symbolic realm. Aimed with theories laid by authors such as Bazin, Metz, Badiou and Zizek, we end up conceiving the Real as ghost, instead of referent. Achieving the kernel of a language applied to certain filmic forms, we discover the expression of a de-dramatized staging, characterized by minimalist and hiper-realist aspects and by the production of “refusal characters”, unable to conform themselves to predefined identities and models. Such variables help us reflect not only upon mise-en-scène peculiarities, but also upon disruptive and deconstructive cinema movements.
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