FundaÃÃo de Amparo à Pesquisa do Estado do Cearà / Este trabalho tem como objetivo central analisar os pontos de contato e distanciamento entre as representaÃÃes do Mito Tradicional da Donzela Guerreira nos romances Papisa Joana, de Donna Woolfolk Cross, e Memorial de Maria Moura, de Rachel de Queiroz. A seleÃÃo dos romances citados como corpus desta pesquisa deveu-se Ãs vÃrias semelhanÃas entre as duas narrativas, mesmo levando em conta o fato de seus enredos estarem inseridos em contextos sÃcio-histÃricos bastante diferentes. Partindo dessas premissas, o presente trabalho verifica como as caracterÃsticas do Mito da Donzela Guerreira Tradicional se apresentam nas obras Papisa Joana e Memorial de Maria Moura, detectando-se atà que ponto elas conseguem contemplar as marcas do referido mito. Para a consecuÃÃo dos resultados desta pesquisa, alguns construtos teÃricos importantes tiveram que ser discutidos e transformados em ferramentas analÃticas que permitissem uma melhor apreciaÃÃo dos romances em foco. AlÃm, logicamente, do Mito da Donzela Guerreira Tradicional, merecem destaque, entre as ideias consideradas como chave para o desenvolvimento desta pesquisa, os conceitos de violÃncia simbÃlica, corpo disciplinado e/ou dÃcil e empoderamento. ApÃs a anÃlise das duas obras, confirmou-se a hipÃtese inicial que norteou o trabalho, ou seja, que as diferenÃas na forma como o Mito da Donzela Guerreira à representado em Papisa Joana e Memorial de Maria Moura estampam, na verdade, apenas etapas distintas de um mesmo processo: a trajetÃria das mulheres com vistas ao seu empoderamento.