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Morfologia do sistema eferente odorífero metatorácico e filogenia de Pachycorinae (Hemiptera, Heteroptera, Scutelleridae)Weiler, Luciana Maria January 2016 (has links)
Pachycorinae é o maior da subfamília na região Neotropical, incluindo também sete gêneros com distribuição em todo o continente americano e um gênero com distribuição exclusivamente Neártica. Seus representantes caracterizam-se, historicamente, por apresentar áreas estriadas estridulatórias nos esternitos IV a VII, plectrum nas metatíbias e veia pós-cubital nas asas posteriores. Os pachycoríneos variam em comprimento de 5 a 20 milímetros e são bastante diversificadas na coloração, apresentando cores presumivelmente aposemáticas e criptozóicas. Entretanto, apesar dessas características, Pachycorinae tem recebido pouca atenção e muito pouco se sabe acerca do grupo, sendo que alguns gêneros precisam urgentemente de revisão. Este trabalho traz, pela primeira vez, um estudo detalhado sobre a morfologia externa do sistema odorífero (característica sinapomórfica para Heteroptera), apresentando imagens em microscopia eletrônica de varredura e descrições de 22 dos 24 gêneros atualmente conhecidos da subfamília. As características do sistema odorífero externo de Pachycorinae podem ser utilizadas na distinção entre os gêneros e também em estudos filogenéticos. Também, pela primeira vez, um estudo sobre a filogenia do grupo é realizado com metodologia cladística, baseados em caracteres morfológicos. Testou-se a hipótese de monofilia para Pachycorinae, incluindo 22 dos 24 gêneros (50 espécies), utilizando como grupo externo, 16 espécies representantes das demais subfamílias de Scutelleridae. Pachycorinae foi corroborada parafilética, mas evidenciou-se a existência de um grupo monofilético com 43 espécies das 50 incluídas neste estudo. Todos os gêneros da subfamília que tiveram mais de uma espécie incluída nesse estudo foram recuperados monofiléticos.
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Evolução na forma e tamanho do crânio no gênero Ctenomys (Rodentia: Ctenomydae)Fornel, Rodrigo January 2010 (has links)
Ctenomys é um gênero de roedores subterrâneos endêmico ao sul da região Neotropical, que compreende cerca de 60 espécies conhecidas como “tuco-tucos”. Este gênero é um exemplo de evolução rápida, que tem uma alta diversidade cariotípica com número diplóide variando de 2n = 10 até 2n = 70. Com exceção de algumas espécies, a variação morfológica quantitativa entre os tuco-tucos é pouco conhecida. Recentemente, estudos usando citocromo b propuseram relações filogenéticas para Ctenomys e apoiam oito grandes grupos. O objetivo deste estudo é investigar neste gênero, os padrões de evolução morfológica na forma e no tamanho do crânio, assim como diferenças entre sexos, em nível macro e microevolutivo, usando uma abordagem de morfometria geométrica. Em nível macroevolutivo, analisamos padrões de variação em 47 espécies do gênero Ctenomys e a variação dentro e entre os grupos mendocinus e torquatus. Em nível microevolutivo, analisamos mais detalhadamente as espécies C. minutus e C. lami. Ambas ocorrem na planície costeira do sul do Brasil. A primeira espécie tem 15 cariótipos (2n = 42, 43, 44, 45, 46a, 46b, 47a, 47b, 48a, 48b, 48c, 49a, 49b, 50a e 50b), o maior polimorfismo cromossômico conhecido para o gênero Ctenomys. C. lami também apresenta uma alta variação cariotípica, com números diplóides de 2n = 54 até 2n = 58. Baseado em diferentes frequências de rearranjos cromossômicos ao longo de sua distribuição geográfica, quatro blocos populacionais foram previamente propostos. Em nível macroevolutivo, a diversificação na forma do crânio parece estar estruturada geograficamente. Encontramos gradientes tanto leste-oeste quanto norte-sul, crânios mais robustos no norte e crânios mais gráceis nas espécies do sul. A mandíbula se mostrou menos variável na forma do que o crânio. Os fenogramas gerados com distâncias de Mahalanobis mostraram um forte sinal filogenético para o grupo torquatus e similaridade morfológica entre os dois grupos Bolivianos e entre os grupos mendocinus e Patagônico. O grupo torquatus é muito congruente na forma e pouco varia em tamanho. Uma relação de ancestralidade comum entre os grupos Patagônico e mendocinus, baseada na forma do crânio, é reforçada pela mesma morfologia de espermatozóide assimétrico encontrada nos dois grupos. Em nível microevolutivo, a forma do crânio não parece obedecer ao mesmo padrão. Em C. minutus a variação morfológica é estruturada espacialmente por um modelo de isolamento pela distância, por barreiras geográficas antigas (paleo-canais) e provavelmente por uma inversão cromossômica. Os rearranjos cromossômicos envolvendo fusões e fissões robertsonianas parecem não ser um fator primário que promova a estruturação na variação do crânio. A diferença de habitats também foi um dos fatores detectados como estruturante. Além disso, nós encontramos deriva, seleção diversificadora e seleção estabilizadora atuando na variação da forma do crânio nos quatro blocos populacionais cromossômicos de C. lami. O padrão de seleção diversificadora envolve estruturas relacionadas à escavação, que são compatíveis com modelos biomecânicos propostos para Ctenomys. O padrão de seleção estabilizadora envolve um ajuste das proporções da bula timpânica, entre a capacidade auditiva e a abertura mandibular. De forma geral, nossos achados sugerem que a evolução do crânio de Ctenomys é resultado principalmente de processos históricos regidos pela biologia da espécie em níveis macroevolutivos. Porém, em níveis microevolutivos, a combinação de diversas forças evolutivas e processo históricos produzem padrões mais variáveis do que o esperado e pouco relacionados com a distribuição geográfica. / Ctenomys is a genus of subterranean rodents endemic to the southern Neotropical region, which comprise about 60 living species known as “tuco-tucos”. This genus is an example of rapid evolution, which have high karyotypic diversity with diploid numbers varying from 2n = 10 to 2n = 70. To the exception of a few species, quantitative morphological variation among tuco-tucos is poorly known. Recently, studies using cytochrome b proposed phylogentic relationships for Ctenomys and support eight great groups. The goal of this study is to investigate in this genus, the morphological evolution patterns in skull shape and size variation between sexes, in macro and microevolutionary levels, using a geometric morphometrics approach. In macroevolutionay level, we analyze the variation pattern in 47 species of the genus Ctenomys and the variation within and between mendocinus and torquatus groups. In microevolutionary level we analyze in more details C. lami and C. minutus. Both occurs in coastal plain of southern Brazil. The first species has 15 karyotypes (2n = 42, 43, 44, 45, 46a, 46b, 47a, 47b, 48a, 48b, 48c, 49a, 49b, 50a and 50b), the highest intraspecific chromosomal polymorphism known for the genus Ctenomys. C. lami also shows high karyotypic variation, with diploid numbers ranging from 2n = 54 to 2n = 58. Based on different chromosome rearrangement frequencies along its geographical distribution, four population blocks were previously proposed. In macroevolutionary level we found that skull evolution appear geographically structured. We found west-east and north-south gradients, skulls more robust in north and skulls more gracile in south species. The mandible is less variable in shape than skull. The phenograms of Mahalanobis distances show strong phylogenetic signal only for torquatus-group and morphological similarity between two Bolivian groups, and between mendocinus and Patagonico groups. The torquatus-group is very congruent in shape and have low variation in size. Common ancestral relationship between Patagonico and mendocinus groups based in skull shape is reinforced by the same asymmetry in sperm morphology found in both groups. In microevolutionary level, the skull shape does not follow the same pattern. For C. minutus the morphological variation is spatial structured by the isolation-by-distance model by ancient barriers (paleochannels) and probably by a chromosomal inversion. Chromosomal rearrangements involving robertsonians fusions and fissions appear not be a primary factor that promote the structure in skull shape. The habitats difference also a factor in structure shape change. Moreover, we found drift, diversifying selection and stabilizing selection acting on variation in skull shape in four chromosomal population blocks of C. lami. Diversifying patterns involve structures related to digging, that are compatible with biomechanical models proposed for Ctenomys. Stabilizing patterns involve a compromise in the proportions of the auditory bulla, between hearing ability and the mandibular opening. In general, our findings suggested that Ctenomys skull evolution is a result of historical factors conducted by species biology in macroevolutionary level. However, in microevolutionary level the combination of many forces and historical process producing more variable patterns than expected and weak related to geographical distribution.
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Variação morfológica e na estrutura do canto em Scinax granulatus (PETERS, 1871) (ANURA, HYLIDAE)Fonte, Luis Fernando Marin da January 2010 (has links)
Scinax granulatus (Peters, 1871) é um anfíbio anuro, pertencente à família Hylidae, e relativamente comum na maior parte de sua área de ocorrência, que abrange o sul do Brasil, o Uruguai e algumas regiões da Argentina. Nesses locais, a espécie ocorre parcialmente em simpatria com Scinax fuscovarius (Lutz, 1925), Scinax nasicus (Cope, 1862) e Scinax perereca Pombal Jr., Haddad & Kasahara, 1995, espécies similares morfologicamente e com estruturas do canto bastante parecidas. A existência de grande variabilidade e sobreposição dos caracteres apontados como diagnósticos dessas espécies muitas vezes torna difícil a realização de uma eficiente diferenciação entre tais táxons, sendo comum a ocorrência de erros de identificação. Ainda, Scinax granulatus apresenta alta variabilidade morfológica ao longo de sua área de distribuição, fato que levou alguns autores a sugerirem que o táxon na verdade diz respeito a um complexo de espécies. Assim, os objetivos deste trabalho foram realizar análises morfológicas e na estrutura do canto de indivíduos de Scinax granulatus ao longo de sua área de ocorrência, para constatar se as diferenças existentes são relativas a variações populacionais ou se mais de um táxon vem sendo confundido sob este mesmo nome, e realizar comparações de estruturas morfológicas e do canto de Scinax granulatus com as das outras espécies similares que ocorrem em simpatria, para estabelecer diagnoses mais robustas. Para tanto, foram realizados testes estatísticos como Análises de Variância Multivariada, Análise de Componentes Principais e Análise de Variáveis Canônicas, entre outras. A partir da análise dos resultados de variação morfológica e da estrutura do canto obtidos neste trabalho, pôde-se concluir que Scinax granulatus é uma espécie que apresenta alta variabilidade morfológica, mas que as diferenças observadas não foram consideradas grandes o bastante para permitir o estabelecimento de uma diagnose segura entre grupos de indivíduos provenientes de diferentes localidades, de modo que as diferenças encontradas foram consideradas variações populacionais. Ainda, a análise das comparações entre espécies mostrou a existência de diferenças diagnósticas que permitem uma correta identificação dos indivíduos na maior parte dos casos, além de a análise dos cantos de anúncio ter mostrado separação total entre os táxons, indicando que os mesmos são distintos e que possivelmente atuam como mecanismos pré-zigóticos de isolamento reprodutivo.
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Estudo morfológico dos ovos e ninfas de triatoma dimidiata (Latreille, 1811) vistos através de microscopia óptica e eletrônica de varredura (hemiptera, reduviidae, triatominae)Mello, Fernanda de January 2008 (has links)
Os estudos morfológicos das formas imaturas de insetos são escassos. Vários autores reconhecem a importância destes estudos como suporte para classificação desse grupo de organismos. A subfamília Triatominae (Hemiptera, Reduviidae) é composta atualmente por 141 espécies em 18 gêneros. Os triatomíneos, hematófagos obrigatórios, são bem conhecidos pela capacidade de transmitir a doença de Chagas. Todas as espécies, adultos e ninfas, são potenciais transmissores de Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas, que é amplamente distribuído no Novo Mundo. Triatoma dimidiata foi descrito por Latreille em 1811; é uma espécie vetora da doença de Chagas em vários países desde o México no extremo norte de distribuição, em todos os países da América Central, como também na Colômbia, Venezuela, Equador e Peru. Este trabalho descreve a morfologia do ovo e das ninfas de T. dimidiata com o uso de microscopia óptica e microscopia eletrônica de varredura. Os ovos são elipsóides com coloração branco brilhante. Comprimento total médio 2,15 ± 0,05 mm. Largura máxima do ovo 1,28 ± 0,02 mm. Corpo e opérculo apresentam exocório com células poligonais irregulares, justapostas, sendo em sua maioria hexagonais; células sem ornamentações. Os cinco instares de T. dimidiata podem ser distinguidos entre si principalmente, pelo aspecto dorsal dos segmentos torácicos. No 1º instar as setas são eretas e nos demais curvas. A superfície do corpo é revestida por cerdas curtas implantadas em tubérculos, estes sendo mais freqüentes com o desenvolvimento. No 1º instar os olhos apresentam omatídeos globosos afastados entre si conferindo um aspecto de amora; nos demais instares aumenta o número de omatídeos e diminui o espaço entre eles. O sulco estridulatório no 1º instar apresenta-se amorfo com estrias centrais paralelas. Nos demais instares o sulco torna-se, progressivamente, alongado, profundo e afilado posteriormente, com estrias paralelas mais próximas entre si. Todos os instares apresentam tricobótrio dorsal no terço apical do segmento II da antena e abertura da glândula de Brindley na mesopleura. As pernas anteriores das ninfas de 5º instar apresentam ctenídio no ápice da face ventral da tíbia. As áreas glabras dorsais, nos terços laterais do abdome, se dispõem da seguinte maneira: 1º instar nos segmentos II a VII, sendo 1+1 no II e 2+2 do III ao VII; nos demais instares, 3+3 do II ao VII. As áreas brilhantes ovais estão localizadas na região mediana ventral dos segmentos IV a VI; ninfas de 1º instar não possuem áreas brilhantes. As placas quitinosas estão presentes em todos os instares sendo que no 1º a placa é retangular, presente apenas no segmento IX; nos demais instares está presente do VII ao IX segmento, sendo, no VII em forma de sino, no VIII oblonga e no IX ocupa toda extensão basal do urosternito. Este estudo visa contribuir para o reconhecimento da espécie a partir das formas imaturas, bem como, auxiliar no esclarecimento da taxonomia e filogenia do grupo. / Studies about the morphology of immatures of the insects are scarce. Several authors recognized the importance of these studies to propose classifications. The subfamily Triatominae (Hemiptera, Reduviidae) includes 141 species in 18 genera. The triatomines are obligatory hematophagous, and well known as vectors of Chagas disease. Adults and nymphs of all species are potential vectors of Trypanosoma cruzi, the protozoan parasite that causes the disease, which is widely distributed in the New World. Triatoma dimidiata Latreille, 1811 has a wide distribution and is a vector of the Chagas disease in several countries, from north of Mexico, all countries of Central America, Colombia, Venezuela, Equador and Peru. This work described the morphology of eggs and nymphs of T. dimidiata using optic and scanning eletronic microscopy. Eggs are elliptic with white coloration; medium total length of 2,15 ± 0,05 mm, maximum width of 1,28 ± 0,02 mm. Egg body and operculum with exochorion formed by irregular polygonal cells, juxtaposed; cells without sculptures, the majority of them hexagonal in shape. Five instars of T. dimidiata can be distinguished from each other by characteristics of the pre-, meso- and metanotum. Number of setiferous tubercles increases progressively among instars. First instar has erected setae, second to fifth instars have curved setae. Body surface of nymphs covered by short setae inserted in tubercles, more numerous in late instars. First instar nymphs with globular ommatidea, separated to each other, giving a mullberry-like shape to the eye; from second instar on, the number of ommatidea increases, and distance among them decreases. Sulcus stridulatorium of first instar nymphs amorphous, showing median parallel grooves; from second instar on, the sulcus is, progressively, elongate, deep and posteriorly pointed, with the paralell grooves stretched. All instars have a trichobothrium, placed on apical 1/3 of segment II of the antenna; opening of Brindley’s gland placed on mesopleura. Ventral surface of anterior tibia of fifth instar nymphs with apical ctenidium. Dorsal glabrous patches placed on the lateral 1/3 of abdomen as follow: first instar with 1+1 in segment II and 2+2 from segment III to VII; second to fifth instar with 3+3 patches from segment II to VII. Oval bright patches, placed on ventral median line of abdomen, from segment IV to VI; first instar nymphs lack this patches. Abdominal chitinous plates present from first to fifth instar; first instar with a rectangular plate, in segment IX. From second instar on, plates are present from VII to IX segment, variable in shape: bell-like in segment VII, oblong in segment VIII, and rectangular in segment IX, extended toward lateral margins of urosternite. The results here aim to contribute to the identification of T. dimidiata from the immatures stages, as well as provide information for future studies in taxonomy and phylogeny of the group.
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Morfologia do sistema eferente odorífero metatorácico e filogenia de Pachycorinae (Hemiptera, Heteroptera, Scutelleridae)Weiler, Luciana Maria January 2016 (has links)
Pachycorinae é o maior da subfamília na região Neotropical, incluindo também sete gêneros com distribuição em todo o continente americano e um gênero com distribuição exclusivamente Neártica. Seus representantes caracterizam-se, historicamente, por apresentar áreas estriadas estridulatórias nos esternitos IV a VII, plectrum nas metatíbias e veia pós-cubital nas asas posteriores. Os pachycoríneos variam em comprimento de 5 a 20 milímetros e são bastante diversificadas na coloração, apresentando cores presumivelmente aposemáticas e criptozóicas. Entretanto, apesar dessas características, Pachycorinae tem recebido pouca atenção e muito pouco se sabe acerca do grupo, sendo que alguns gêneros precisam urgentemente de revisão. Este trabalho traz, pela primeira vez, um estudo detalhado sobre a morfologia externa do sistema odorífero (característica sinapomórfica para Heteroptera), apresentando imagens em microscopia eletrônica de varredura e descrições de 22 dos 24 gêneros atualmente conhecidos da subfamília. As características do sistema odorífero externo de Pachycorinae podem ser utilizadas na distinção entre os gêneros e também em estudos filogenéticos. Também, pela primeira vez, um estudo sobre a filogenia do grupo é realizado com metodologia cladística, baseados em caracteres morfológicos. Testou-se a hipótese de monofilia para Pachycorinae, incluindo 22 dos 24 gêneros (50 espécies), utilizando como grupo externo, 16 espécies representantes das demais subfamílias de Scutelleridae. Pachycorinae foi corroborada parafilética, mas evidenciou-se a existência de um grupo monofilético com 43 espécies das 50 incluídas neste estudo. Todos os gêneros da subfamília que tiveram mais de uma espécie incluída nesse estudo foram recuperados monofiléticos.
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Evolução na forma e tamanho do crânio no gênero Ctenomys (Rodentia: Ctenomydae)Fornel, Rodrigo January 2010 (has links)
Ctenomys é um gênero de roedores subterrâneos endêmico ao sul da região Neotropical, que compreende cerca de 60 espécies conhecidas como “tuco-tucos”. Este gênero é um exemplo de evolução rápida, que tem uma alta diversidade cariotípica com número diplóide variando de 2n = 10 até 2n = 70. Com exceção de algumas espécies, a variação morfológica quantitativa entre os tuco-tucos é pouco conhecida. Recentemente, estudos usando citocromo b propuseram relações filogenéticas para Ctenomys e apoiam oito grandes grupos. O objetivo deste estudo é investigar neste gênero, os padrões de evolução morfológica na forma e no tamanho do crânio, assim como diferenças entre sexos, em nível macro e microevolutivo, usando uma abordagem de morfometria geométrica. Em nível macroevolutivo, analisamos padrões de variação em 47 espécies do gênero Ctenomys e a variação dentro e entre os grupos mendocinus e torquatus. Em nível microevolutivo, analisamos mais detalhadamente as espécies C. minutus e C. lami. Ambas ocorrem na planície costeira do sul do Brasil. A primeira espécie tem 15 cariótipos (2n = 42, 43, 44, 45, 46a, 46b, 47a, 47b, 48a, 48b, 48c, 49a, 49b, 50a e 50b), o maior polimorfismo cromossômico conhecido para o gênero Ctenomys. C. lami também apresenta uma alta variação cariotípica, com números diplóides de 2n = 54 até 2n = 58. Baseado em diferentes frequências de rearranjos cromossômicos ao longo de sua distribuição geográfica, quatro blocos populacionais foram previamente propostos. Em nível macroevolutivo, a diversificação na forma do crânio parece estar estruturada geograficamente. Encontramos gradientes tanto leste-oeste quanto norte-sul, crânios mais robustos no norte e crânios mais gráceis nas espécies do sul. A mandíbula se mostrou menos variável na forma do que o crânio. Os fenogramas gerados com distâncias de Mahalanobis mostraram um forte sinal filogenético para o grupo torquatus e similaridade morfológica entre os dois grupos Bolivianos e entre os grupos mendocinus e Patagônico. O grupo torquatus é muito congruente na forma e pouco varia em tamanho. Uma relação de ancestralidade comum entre os grupos Patagônico e mendocinus, baseada na forma do crânio, é reforçada pela mesma morfologia de espermatozóide assimétrico encontrada nos dois grupos. Em nível microevolutivo, a forma do crânio não parece obedecer ao mesmo padrão. Em C. minutus a variação morfológica é estruturada espacialmente por um modelo de isolamento pela distância, por barreiras geográficas antigas (paleo-canais) e provavelmente por uma inversão cromossômica. Os rearranjos cromossômicos envolvendo fusões e fissões robertsonianas parecem não ser um fator primário que promova a estruturação na variação do crânio. A diferença de habitats também foi um dos fatores detectados como estruturante. Além disso, nós encontramos deriva, seleção diversificadora e seleção estabilizadora atuando na variação da forma do crânio nos quatro blocos populacionais cromossômicos de C. lami. O padrão de seleção diversificadora envolve estruturas relacionadas à escavação, que são compatíveis com modelos biomecânicos propostos para Ctenomys. O padrão de seleção estabilizadora envolve um ajuste das proporções da bula timpânica, entre a capacidade auditiva e a abertura mandibular. De forma geral, nossos achados sugerem que a evolução do crânio de Ctenomys é resultado principalmente de processos históricos regidos pela biologia da espécie em níveis macroevolutivos. Porém, em níveis microevolutivos, a combinação de diversas forças evolutivas e processo históricos produzem padrões mais variáveis do que o esperado e pouco relacionados com a distribuição geográfica. / Ctenomys is a genus of subterranean rodents endemic to the southern Neotropical region, which comprise about 60 living species known as “tuco-tucos”. This genus is an example of rapid evolution, which have high karyotypic diversity with diploid numbers varying from 2n = 10 to 2n = 70. To the exception of a few species, quantitative morphological variation among tuco-tucos is poorly known. Recently, studies using cytochrome b proposed phylogentic relationships for Ctenomys and support eight great groups. The goal of this study is to investigate in this genus, the morphological evolution patterns in skull shape and size variation between sexes, in macro and microevolutionary levels, using a geometric morphometrics approach. In macroevolutionay level, we analyze the variation pattern in 47 species of the genus Ctenomys and the variation within and between mendocinus and torquatus groups. In microevolutionary level we analyze in more details C. lami and C. minutus. Both occurs in coastal plain of southern Brazil. The first species has 15 karyotypes (2n = 42, 43, 44, 45, 46a, 46b, 47a, 47b, 48a, 48b, 48c, 49a, 49b, 50a and 50b), the highest intraspecific chromosomal polymorphism known for the genus Ctenomys. C. lami also shows high karyotypic variation, with diploid numbers ranging from 2n = 54 to 2n = 58. Based on different chromosome rearrangement frequencies along its geographical distribution, four population blocks were previously proposed. In macroevolutionary level we found that skull evolution appear geographically structured. We found west-east and north-south gradients, skulls more robust in north and skulls more gracile in south species. The mandible is less variable in shape than skull. The phenograms of Mahalanobis distances show strong phylogenetic signal only for torquatus-group and morphological similarity between two Bolivian groups, and between mendocinus and Patagonico groups. The torquatus-group is very congruent in shape and have low variation in size. Common ancestral relationship between Patagonico and mendocinus groups based in skull shape is reinforced by the same asymmetry in sperm morphology found in both groups. In microevolutionary level, the skull shape does not follow the same pattern. For C. minutus the morphological variation is spatial structured by the isolation-by-distance model by ancient barriers (paleochannels) and probably by a chromosomal inversion. Chromosomal rearrangements involving robertsonians fusions and fissions appear not be a primary factor that promote the structure in skull shape. The habitats difference also a factor in structure shape change. Moreover, we found drift, diversifying selection and stabilizing selection acting on variation in skull shape in four chromosomal population blocks of C. lami. Diversifying patterns involve structures related to digging, that are compatible with biomechanical models proposed for Ctenomys. Stabilizing patterns involve a compromise in the proportions of the auditory bulla, between hearing ability and the mandibular opening. In general, our findings suggested that Ctenomys skull evolution is a result of historical factors conducted by species biology in macroevolutionary level. However, in microevolutionary level the combination of many forces and historical process producing more variable patterns than expected and weak related to geographical distribution.
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Variação morfológica e na estrutura do canto em Scinax granulatus (PETERS, 1871) (ANURA, HYLIDAE)Fonte, Luis Fernando Marin da January 2010 (has links)
Scinax granulatus (Peters, 1871) é um anfíbio anuro, pertencente à família Hylidae, e relativamente comum na maior parte de sua área de ocorrência, que abrange o sul do Brasil, o Uruguai e algumas regiões da Argentina. Nesses locais, a espécie ocorre parcialmente em simpatria com Scinax fuscovarius (Lutz, 1925), Scinax nasicus (Cope, 1862) e Scinax perereca Pombal Jr., Haddad & Kasahara, 1995, espécies similares morfologicamente e com estruturas do canto bastante parecidas. A existência de grande variabilidade e sobreposição dos caracteres apontados como diagnósticos dessas espécies muitas vezes torna difícil a realização de uma eficiente diferenciação entre tais táxons, sendo comum a ocorrência de erros de identificação. Ainda, Scinax granulatus apresenta alta variabilidade morfológica ao longo de sua área de distribuição, fato que levou alguns autores a sugerirem que o táxon na verdade diz respeito a um complexo de espécies. Assim, os objetivos deste trabalho foram realizar análises morfológicas e na estrutura do canto de indivíduos de Scinax granulatus ao longo de sua área de ocorrência, para constatar se as diferenças existentes são relativas a variações populacionais ou se mais de um táxon vem sendo confundido sob este mesmo nome, e realizar comparações de estruturas morfológicas e do canto de Scinax granulatus com as das outras espécies similares que ocorrem em simpatria, para estabelecer diagnoses mais robustas. Para tanto, foram realizados testes estatísticos como Análises de Variância Multivariada, Análise de Componentes Principais e Análise de Variáveis Canônicas, entre outras. A partir da análise dos resultados de variação morfológica e da estrutura do canto obtidos neste trabalho, pôde-se concluir que Scinax granulatus é uma espécie que apresenta alta variabilidade morfológica, mas que as diferenças observadas não foram consideradas grandes o bastante para permitir o estabelecimento de uma diagnose segura entre grupos de indivíduos provenientes de diferentes localidades, de modo que as diferenças encontradas foram consideradas variações populacionais. Ainda, a análise das comparações entre espécies mostrou a existência de diferenças diagnósticas que permitem uma correta identificação dos indivíduos na maior parte dos casos, além de a análise dos cantos de anúncio ter mostrado separação total entre os táxons, indicando que os mesmos são distintos e que possivelmente atuam como mecanismos pré-zigóticos de isolamento reprodutivo.
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Estudo morfológico dos ovos e ninfas de triatoma dimidiata (Latreille, 1811) vistos através de microscopia óptica e eletrônica de varredura (hemiptera, reduviidae, triatominae)Mello, Fernanda de January 2008 (has links)
Os estudos morfológicos das formas imaturas de insetos são escassos. Vários autores reconhecem a importância destes estudos como suporte para classificação desse grupo de organismos. A subfamília Triatominae (Hemiptera, Reduviidae) é composta atualmente por 141 espécies em 18 gêneros. Os triatomíneos, hematófagos obrigatórios, são bem conhecidos pela capacidade de transmitir a doença de Chagas. Todas as espécies, adultos e ninfas, são potenciais transmissores de Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas, que é amplamente distribuído no Novo Mundo. Triatoma dimidiata foi descrito por Latreille em 1811; é uma espécie vetora da doença de Chagas em vários países desde o México no extremo norte de distribuição, em todos os países da América Central, como também na Colômbia, Venezuela, Equador e Peru. Este trabalho descreve a morfologia do ovo e das ninfas de T. dimidiata com o uso de microscopia óptica e microscopia eletrônica de varredura. Os ovos são elipsóides com coloração branco brilhante. Comprimento total médio 2,15 ± 0,05 mm. Largura máxima do ovo 1,28 ± 0,02 mm. Corpo e opérculo apresentam exocório com células poligonais irregulares, justapostas, sendo em sua maioria hexagonais; células sem ornamentações. Os cinco instares de T. dimidiata podem ser distinguidos entre si principalmente, pelo aspecto dorsal dos segmentos torácicos. No 1º instar as setas são eretas e nos demais curvas. A superfície do corpo é revestida por cerdas curtas implantadas em tubérculos, estes sendo mais freqüentes com o desenvolvimento. No 1º instar os olhos apresentam omatídeos globosos afastados entre si conferindo um aspecto de amora; nos demais instares aumenta o número de omatídeos e diminui o espaço entre eles. O sulco estridulatório no 1º instar apresenta-se amorfo com estrias centrais paralelas. Nos demais instares o sulco torna-se, progressivamente, alongado, profundo e afilado posteriormente, com estrias paralelas mais próximas entre si. Todos os instares apresentam tricobótrio dorsal no terço apical do segmento II da antena e abertura da glândula de Brindley na mesopleura. As pernas anteriores das ninfas de 5º instar apresentam ctenídio no ápice da face ventral da tíbia. As áreas glabras dorsais, nos terços laterais do abdome, se dispõem da seguinte maneira: 1º instar nos segmentos II a VII, sendo 1+1 no II e 2+2 do III ao VII; nos demais instares, 3+3 do II ao VII. As áreas brilhantes ovais estão localizadas na região mediana ventral dos segmentos IV a VI; ninfas de 1º instar não possuem áreas brilhantes. As placas quitinosas estão presentes em todos os instares sendo que no 1º a placa é retangular, presente apenas no segmento IX; nos demais instares está presente do VII ao IX segmento, sendo, no VII em forma de sino, no VIII oblonga e no IX ocupa toda extensão basal do urosternito. Este estudo visa contribuir para o reconhecimento da espécie a partir das formas imaturas, bem como, auxiliar no esclarecimento da taxonomia e filogenia do grupo. / Studies about the morphology of immatures of the insects are scarce. Several authors recognized the importance of these studies to propose classifications. The subfamily Triatominae (Hemiptera, Reduviidae) includes 141 species in 18 genera. The triatomines are obligatory hematophagous, and well known as vectors of Chagas disease. Adults and nymphs of all species are potential vectors of Trypanosoma cruzi, the protozoan parasite that causes the disease, which is widely distributed in the New World. Triatoma dimidiata Latreille, 1811 has a wide distribution and is a vector of the Chagas disease in several countries, from north of Mexico, all countries of Central America, Colombia, Venezuela, Equador and Peru. This work described the morphology of eggs and nymphs of T. dimidiata using optic and scanning eletronic microscopy. Eggs are elliptic with white coloration; medium total length of 2,15 ± 0,05 mm, maximum width of 1,28 ± 0,02 mm. Egg body and operculum with exochorion formed by irregular polygonal cells, juxtaposed; cells without sculptures, the majority of them hexagonal in shape. Five instars of T. dimidiata can be distinguished from each other by characteristics of the pre-, meso- and metanotum. Number of setiferous tubercles increases progressively among instars. First instar has erected setae, second to fifth instars have curved setae. Body surface of nymphs covered by short setae inserted in tubercles, more numerous in late instars. First instar nymphs with globular ommatidea, separated to each other, giving a mullberry-like shape to the eye; from second instar on, the number of ommatidea increases, and distance among them decreases. Sulcus stridulatorium of first instar nymphs amorphous, showing median parallel grooves; from second instar on, the sulcus is, progressively, elongate, deep and posteriorly pointed, with the paralell grooves stretched. All instars have a trichobothrium, placed on apical 1/3 of segment II of the antenna; opening of Brindley’s gland placed on mesopleura. Ventral surface of anterior tibia of fifth instar nymphs with apical ctenidium. Dorsal glabrous patches placed on the lateral 1/3 of abdomen as follow: first instar with 1+1 in segment II and 2+2 from segment III to VII; second to fifth instar with 3+3 patches from segment II to VII. Oval bright patches, placed on ventral median line of abdomen, from segment IV to VI; first instar nymphs lack this patches. Abdominal chitinous plates present from first to fifth instar; first instar with a rectangular plate, in segment IX. From second instar on, plates are present from VII to IX segment, variable in shape: bell-like in segment VII, oblong in segment VIII, and rectangular in segment IX, extended toward lateral margins of urosternite. The results here aim to contribute to the identification of T. dimidiata from the immatures stages, as well as provide information for future studies in taxonomy and phylogeny of the group.
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Morfologia do sistema eferente odorífero metatorácico e filogenia de Pachycorinae (Hemiptera, Heteroptera, Scutelleridae)Weiler, Luciana Maria January 2016 (has links)
Pachycorinae é o maior da subfamília na região Neotropical, incluindo também sete gêneros com distribuição em todo o continente americano e um gênero com distribuição exclusivamente Neártica. Seus representantes caracterizam-se, historicamente, por apresentar áreas estriadas estridulatórias nos esternitos IV a VII, plectrum nas metatíbias e veia pós-cubital nas asas posteriores. Os pachycoríneos variam em comprimento de 5 a 20 milímetros e são bastante diversificadas na coloração, apresentando cores presumivelmente aposemáticas e criptozóicas. Entretanto, apesar dessas características, Pachycorinae tem recebido pouca atenção e muito pouco se sabe acerca do grupo, sendo que alguns gêneros precisam urgentemente de revisão. Este trabalho traz, pela primeira vez, um estudo detalhado sobre a morfologia externa do sistema odorífero (característica sinapomórfica para Heteroptera), apresentando imagens em microscopia eletrônica de varredura e descrições de 22 dos 24 gêneros atualmente conhecidos da subfamília. As características do sistema odorífero externo de Pachycorinae podem ser utilizadas na distinção entre os gêneros e também em estudos filogenéticos. Também, pela primeira vez, um estudo sobre a filogenia do grupo é realizado com metodologia cladística, baseados em caracteres morfológicos. Testou-se a hipótese de monofilia para Pachycorinae, incluindo 22 dos 24 gêneros (50 espécies), utilizando como grupo externo, 16 espécies representantes das demais subfamílias de Scutelleridae. Pachycorinae foi corroborada parafilética, mas evidenciou-se a existência de um grupo monofilético com 43 espécies das 50 incluídas neste estudo. Todos os gêneros da subfamília que tiveram mais de uma espécie incluída nesse estudo foram recuperados monofiléticos.
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Evolução na forma e tamanho do crânio no gênero Ctenomys (Rodentia: Ctenomydae)Fornel, Rodrigo January 2010 (has links)
Ctenomys é um gênero de roedores subterrâneos endêmico ao sul da região Neotropical, que compreende cerca de 60 espécies conhecidas como “tuco-tucos”. Este gênero é um exemplo de evolução rápida, que tem uma alta diversidade cariotípica com número diplóide variando de 2n = 10 até 2n = 70. Com exceção de algumas espécies, a variação morfológica quantitativa entre os tuco-tucos é pouco conhecida. Recentemente, estudos usando citocromo b propuseram relações filogenéticas para Ctenomys e apoiam oito grandes grupos. O objetivo deste estudo é investigar neste gênero, os padrões de evolução morfológica na forma e no tamanho do crânio, assim como diferenças entre sexos, em nível macro e microevolutivo, usando uma abordagem de morfometria geométrica. Em nível macroevolutivo, analisamos padrões de variação em 47 espécies do gênero Ctenomys e a variação dentro e entre os grupos mendocinus e torquatus. Em nível microevolutivo, analisamos mais detalhadamente as espécies C. minutus e C. lami. Ambas ocorrem na planície costeira do sul do Brasil. A primeira espécie tem 15 cariótipos (2n = 42, 43, 44, 45, 46a, 46b, 47a, 47b, 48a, 48b, 48c, 49a, 49b, 50a e 50b), o maior polimorfismo cromossômico conhecido para o gênero Ctenomys. C. lami também apresenta uma alta variação cariotípica, com números diplóides de 2n = 54 até 2n = 58. Baseado em diferentes frequências de rearranjos cromossômicos ao longo de sua distribuição geográfica, quatro blocos populacionais foram previamente propostos. Em nível macroevolutivo, a diversificação na forma do crânio parece estar estruturada geograficamente. Encontramos gradientes tanto leste-oeste quanto norte-sul, crânios mais robustos no norte e crânios mais gráceis nas espécies do sul. A mandíbula se mostrou menos variável na forma do que o crânio. Os fenogramas gerados com distâncias de Mahalanobis mostraram um forte sinal filogenético para o grupo torquatus e similaridade morfológica entre os dois grupos Bolivianos e entre os grupos mendocinus e Patagônico. O grupo torquatus é muito congruente na forma e pouco varia em tamanho. Uma relação de ancestralidade comum entre os grupos Patagônico e mendocinus, baseada na forma do crânio, é reforçada pela mesma morfologia de espermatozóide assimétrico encontrada nos dois grupos. Em nível microevolutivo, a forma do crânio não parece obedecer ao mesmo padrão. Em C. minutus a variação morfológica é estruturada espacialmente por um modelo de isolamento pela distância, por barreiras geográficas antigas (paleo-canais) e provavelmente por uma inversão cromossômica. Os rearranjos cromossômicos envolvendo fusões e fissões robertsonianas parecem não ser um fator primário que promova a estruturação na variação do crânio. A diferença de habitats também foi um dos fatores detectados como estruturante. Além disso, nós encontramos deriva, seleção diversificadora e seleção estabilizadora atuando na variação da forma do crânio nos quatro blocos populacionais cromossômicos de C. lami. O padrão de seleção diversificadora envolve estruturas relacionadas à escavação, que são compatíveis com modelos biomecânicos propostos para Ctenomys. O padrão de seleção estabilizadora envolve um ajuste das proporções da bula timpânica, entre a capacidade auditiva e a abertura mandibular. De forma geral, nossos achados sugerem que a evolução do crânio de Ctenomys é resultado principalmente de processos históricos regidos pela biologia da espécie em níveis macroevolutivos. Porém, em níveis microevolutivos, a combinação de diversas forças evolutivas e processo históricos produzem padrões mais variáveis do que o esperado e pouco relacionados com a distribuição geográfica. / Ctenomys is a genus of subterranean rodents endemic to the southern Neotropical region, which comprise about 60 living species known as “tuco-tucos”. This genus is an example of rapid evolution, which have high karyotypic diversity with diploid numbers varying from 2n = 10 to 2n = 70. To the exception of a few species, quantitative morphological variation among tuco-tucos is poorly known. Recently, studies using cytochrome b proposed phylogentic relationships for Ctenomys and support eight great groups. The goal of this study is to investigate in this genus, the morphological evolution patterns in skull shape and size variation between sexes, in macro and microevolutionary levels, using a geometric morphometrics approach. In macroevolutionay level, we analyze the variation pattern in 47 species of the genus Ctenomys and the variation within and between mendocinus and torquatus groups. In microevolutionary level we analyze in more details C. lami and C. minutus. Both occurs in coastal plain of southern Brazil. The first species has 15 karyotypes (2n = 42, 43, 44, 45, 46a, 46b, 47a, 47b, 48a, 48b, 48c, 49a, 49b, 50a and 50b), the highest intraspecific chromosomal polymorphism known for the genus Ctenomys. C. lami also shows high karyotypic variation, with diploid numbers ranging from 2n = 54 to 2n = 58. Based on different chromosome rearrangement frequencies along its geographical distribution, four population blocks were previously proposed. In macroevolutionary level we found that skull evolution appear geographically structured. We found west-east and north-south gradients, skulls more robust in north and skulls more gracile in south species. The mandible is less variable in shape than skull. The phenograms of Mahalanobis distances show strong phylogenetic signal only for torquatus-group and morphological similarity between two Bolivian groups, and between mendocinus and Patagonico groups. The torquatus-group is very congruent in shape and have low variation in size. Common ancestral relationship between Patagonico and mendocinus groups based in skull shape is reinforced by the same asymmetry in sperm morphology found in both groups. In microevolutionary level, the skull shape does not follow the same pattern. For C. minutus the morphological variation is spatial structured by the isolation-by-distance model by ancient barriers (paleochannels) and probably by a chromosomal inversion. Chromosomal rearrangements involving robertsonians fusions and fissions appear not be a primary factor that promote the structure in skull shape. The habitats difference also a factor in structure shape change. Moreover, we found drift, diversifying selection and stabilizing selection acting on variation in skull shape in four chromosomal population blocks of C. lami. Diversifying patterns involve structures related to digging, that are compatible with biomechanical models proposed for Ctenomys. Stabilizing patterns involve a compromise in the proportions of the auditory bulla, between hearing ability and the mandibular opening. In general, our findings suggested that Ctenomys skull evolution is a result of historical factors conducted by species biology in macroevolutionary level. However, in microevolutionary level the combination of many forces and historical process producing more variable patterns than expected and weak related to geographical distribution.
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