Orientadora: Profa. Dra. Ana Keila Mosca Pinezi / Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do ABC, Programa de Pós-Graduação em Ciências Humanas e Sociais, 2014. / Esta pesquisa pretende demonstrar como a cultura profissional dos policiais civis lotados no Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (DENARC) de São Paulo, responsáveis pela investigação dos delitos relacionados a entorpecentes na capital, opera no modo de atuação desses agentes em suas atividades de serviço, levando à reprodução de preconceitos sociais. Ela foi desenvolvida por meio de trabalho de campo com a realização de entrevistas semi-estruturadas, abertas, realizadas com 04 (quatro) policiais desse órgão. O texto usa como substrato teórico o conceito de estigma, proposto por Goffman (1963), a fim de entender o processo de filtragem e rotulação de acusados feito pelos policiais. O trabalho apontou que o discurso dos policiais do DENARC tende a supor que a pobreza e a marginalização são fortes fatores que levam pessoas ao envolvimento com o tráfico de entorpecentes. Dessa maneira, foi possível perceber que a investigação realizada por policiais desse departamento é fundamentada em elementos culturais que pressupõe conceitos pré-estabelecidos sobre o perfil do criminoso. Isso tem, por sua vez, um forte impacto no trato da criminalidade, neste caso, ligada ao tráfico de entorpecentes, e leva à possível redução do respeito aos direitos humanos e civis de uma parcela já marginalizada da sociedade. / This research aims to demonstrate how the professional culture of police officers crowded in the State Department of Prevention and Suppression of Drug Trafficking (DENARC) of São Paulo, responsible for the investigation of crimes related to drugs in the capital, operates in the mode of action of these agents in their activities service, leading to the reproduction of social prejudices. It was developed through fieldwork with the implementation of semistructured, open interviews with 04 (four) police that body. The text uses as theoretical basis the concept of stigma, proposed by Goffman (1963), in order to understand the process of filtering and labeling accused made by the police. This work indicates that the discourse of DENARC the police tend to assume that poverty and marginalization are strong factors that lead people to involvement in drug trafficking. Thus, it is noted that the investigation carried out by police officers of this department is founded on cultural elements that requires preestablished concepts of the criminal profile. This has, in turn, a strong impact on crime tract in this case related to trafficking in narcotics, and leads to the possible reduction of respect for human and civil rights of an already marginalized section of society.