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HPV e câncer do colo do útero: um olhar sobre a etiologia infecciosa das doenças crônicas / HPV and cervical cancer: a look at the infectious etiology of chronic diseasesRodrigues, Henrique de Castro January 2010 (has links)
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Previous issue date: 2010 / O estudo teve por objetivo analisar as questões levantadas na literatura sobre a associação entre o HPV e o câncer do colo uterino e suas implicações para a política de controle da doença. Buscou-se correlacionar esta discussão com antigas polêmicas entre modelos teóricos divergentes sobre etiologia e as medidas de controle por eles prescritas. Trata-se de uma revisão de artigos científicos com abordagem histórica/conceitual acerca das mudanças recentes no conhecimento científico relacionado à etiologia do câncer do colo do útero. A análise do estudo se deu mediante um diálogo entre o discurso produzido pela epidemiologia e pela biologia molecular sobre a gênese do câncer do colo uterino e a reflexão que vem sendo realizada pela Saúde Pública, tendo como eixo temático a crítica ao modelo ainda hegemônico a respeito da etiologia das doenças, focada na especificidade causal e, de acordo com esta, na generalização de intervenções para prevenção e controle. O caso da relação etiológica entre o HPV e o câncer do colo uterino ilustra bem as características e os limites deste modelo, hegemônico desde o final do século XIX. Apesar dos avanços obtidos na compreensão sobre a etiologia das doenças, a lógica das estratégias de controle não tem acompanhado tais avanços. Ainda que as pesquisas sobre a etiologia deste câncer assinalem haver uma complexa rede de interações entre o agente viral e a célula do colo uterino, o modelo hegemônico insiste em privilegiar uma medida específica de intervenção para o controle do câncer, a vacina contra os tipos de HPV de alto-risco. A comprovação do papel de um agente infeccioso na carcinogênese do colo uterino reforça a fragilidade dos limites teóricos que diferenciam os conceitos de doenças transmissíveis e não transmissíveis. Neste contexto, o desenvolvimento da biologia molecular abre novos caminhos e possibilidades de interpretação do fenômeno patológico, aproximando-se da perspectiva daqueles que há muito tempo já buscaram compreendê-lo em uma referência de maior complexidade. A Saúde Pública e a Epidemiologia estiveram na vanguarda de uma postura racional mais ampla sobre a etiologia das doenças, quando aliaram o conhecimento biológico disponível a aspectos sociais e culturais. Os desafios atuais demandam o esforço de integrar a biologia molecular a outros níveis de determinação das doenças, como forma de aprofundar a compreensão dos vínculos complexos entre eles e de buscar alternativas apropriadas de intervenção. / The study aimed to examine the issues raised in the literature on the association between HPV and cervical cancer and its implications for the politics of disease control. We attempted to correlate this discussion with old controversies between different theoretical models about etiology and control measures prescribed by them. This is a review of scientific articles with historical/conceptual approach about recent changes in scientific knowledge related to the etiology of cervical cancer. The study analysis was made by a dialogue between the discourse of the epidemiology and molecular biology about genesis of cervical cancer and the reflection that is being conducted by Public Health, with its central theme the critique of hegemonic still model on the etiology disease, focusing on causal specificity and, according to this, on the generalization of interventions for prevention and control. The case of the etiologic relationship between HPV and cervical cancer illustrates the characteristics and limits of this model, hegemonic since the late nineteenth century. Despite advances in understanding the etiology of diseases, the logic of control strategies has not accompanied these advances. Although research on the etiology of this cancer points that there is a complex network of interactions between the viral agent and the cell of the cervix, the hegemonic model insists on emphasizing a specific measure of intervention for the control of cancer, the vaccine against HPV types high-risk. The evidence of role of an infectious agent in carcinogenesis of the cervix increases the fragility of the theoretical limits that differentiate the concepts of communicable and non-communicable diseases. In this context, the development of molecular biology opens new avenues and possibilities for interpretation of pathological phenomenon, approaching from the perspective of those who long have sought to understand it on a reference of greater complexity. The Public Health and Epidemiology were in the vanguard of rational stance broader on the etiology of disease, when they allied the biological knowledge available with to social and cultural aspects. The current challenges require the effort for integrate the molecular biology with others levels of determine of diseases as a way to deepen understanding of the complex links between them and to seek suitable alternatives for intervention.
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