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EFEITOS BENÉFICOS DO EXTRATO DAS CASCAS DE NOZ PECÃ (Carya illinoensis) SOBRE PARÂMETROS BIOQUÍMICOS E COMPORTAMENTAIS DE CAMUNDONGOS EXPOSTOS AO FUMO PASSIVO / BENEFICIAL EFFECTS OF PECAN NUT SHELLS (Carya illinoensis) AGAINST BIOCHEMICAL AND BEHAVIORAL PARAMETERS OF MICE EXPOSED TO PASSIVE SMOKE

Reckziegel, Patrícia 28 January 2011 (has links)
Fundação de Amparo a Pesquisa no Estado do Rio Grande do Sul / Smoking is the second major reason of death worldwide, amounting 5 millions of deaths annually. The adverse effects of cigarette smoking are not limited to active smokers, but also to passive smokers, which comprise one third of worldwide adult population. Cigarette smoking contain nicotine and other addiction related compounds, as well as components that can generate oxidative stress (OS), an unbalance between oxidants and antioxidants of the body, probably responsible for the pathogenesis of smoke-related disorders. The shells of pecan nut (Carya illinoensis) are an industrial byproduct of low cost and high antioxidant potential, whose tea is popularly used as treatment for drug and smoking intoxications, however without scientific validation. Therefore, the present study investigated the possible protection of pecan nut shells aqueous extract (AE) against abstinence behavioral parameters and OS biochemical parameters in animals exposed to passive cigarette smoke. Swiss mice received drinking water or AE (25g/L), ad libitum, in the place of water during one week before and during 3 weeks of cigarette smoke exposure (6, 10 and 14 cigarettes/day each week, respectively), which occurred in a modified incubator. The environmental concentration of carbon monoxide and total suspended particulate matter in the incubator were 130ppm and 188mg/m3, respectively. Fifteen hours after the last cigarette smoke exposure, the animals were evaluated in the open-field test and in the marble burning test. Twenty hours after the last cigarette smoke exposure, the animals were anesthetized and euthanized by exsanguination (cardiac puncture), with collection of blood and removal of brain for biochemical analysis. Data were analyzed by one or two-way ANOVA, followed by Duncan s test when necessary. The protocol of cigarette smoke exposure increased total concentration of carbon dioxide in blood and the hematocrit, which are indirect biochemical markers of cigarette smoke exposure, and reduced the body weight gain of animals without altering fluid intake. In the open-field test, animals exposed to passive smoke showed increase in locomotor and exploratory activities, self-cleaning time and fecal pellets number, as well as in the number of beads hidden in the marble burning test, than the controls. The animals that received AE did not develop these behavioral changes, which indicate anxiety, characteristic related to smoking abstinence. In this study, the involvement of smoking with oxidative damages described in the literature was confirmed by increasing cerebral and erythrocyte lipid peroxidation, increasing in erythrocyte catalase (CAT) activity and decreasing in plasma ascorbic acid. The pecan shells AE was able to protect the mice exposed to cigarette smoke of the lipid peroxidation and decrease of plasma ascorbic acid levels. CAT activity remained high in erythrocytes and increased in brain of animals exposed to cigarette smoke and that received AE, possible as a compensatory mechanism to eliminate excess of reactive oxygen species (ROS) induced by cigarette smoke. It is hypothesized that these biochemical results are in large part due the high antioxidant potential of AE, confirmed by in vitro assays of ABTS (2,2'-azino-bis(3-ethylbenzthiazoline-6-sulphonic acid)) and DPPH (2,2- diphenyl-1-picrylhydrazyl) and by measuring of total phenolic compounds and condensed tannins levels. By Pearson correlation, were observed positive correlations between behavioral parameters evaluated and erythrocyte lipid peroxidation, confirming the involvement of anxiety and OS. The results presented here show the protective effect of pecan nut shells AE on anxiety-like sings of cigarette withdrawal and on oxidative damages and altered antioxidant defenses induced by passive cigarette smoke in mice. Moreover, the popular use of pecan nut shell extract against cigarette smoke was confirmed. It is believed that this industrial byproduct can be considered in the treatment of smoking, increasing the poor therapeutic armamentarium currently employed for this end. Further studies elucidating the components present in this extract, as well as neural mechanisms related to these results are needed. / O tabagismo representa a segunda maior causa de mortes no mundo, sendo responsável por 5 milhões de mortes anuais. Não apenas os fumantes ativos estão sujeitos aos efeitos danosos do cigarro, mas também os fumantes passivos, que compreendem um terço da população adulta mundial. A fumaça do cigarro contém nicotina e outros compostos relacionados à adição, bem como constituintes capazes de gerar estresse oxidativo (EO), um desequilíbrio entre os oxidantes e as defesas antioxidantes do organismo, possivelmente responsável pelos efeitos danosos do cigarro sobre o organismo. A casca da noz pecã (Carya illinoensis) é um subproduto industrial de baixo custo e elevado poder antioxidante, cujo chá é utilizado popularmente para tratar intoxicações medicamentosas e resultantes do tabagismo. Porém, até o momento, esse emprego não apresenta validação científica. Em vista disso, o presente estudo investigou a possível atividade protetora do extrato aquoso bruto (EAB) da casca da noz pecã sobre parâmetros comportamentais de abstinência e parâmetros bioquímicos de EO em animais expostos ao fumo passivo. Camundongos Swiss receberam água potável ou EAB (25g/L), ad libitum, no lugar da água de beber, uma semana antes e durante toda exposição à fumaça do cigarro, a qual teve duração de 3 semanas (6, 10 e 14 cigarros/dia em cada semana, respectivamente) e ocorreu em incubadora modificada. A concentração ambiental de monóxido de carbono e material particulado total na incubadora foram 130ppm e 188mg/m3, respectivamente. Quinze horas após a última exposição ao fumo passivo os animais foram avaliados no teste do campo aberto e no teste de esconder esferas. Vinte horas após a última exposição ao fumo passivo os animais foram anestesiados e eutanasiados por exsanguinação (punção cardíaca), com coleta de sangue e retirada do cérebro para as análises bioquímicas. Os dados foram analisados por ANOVA de uma ou duas vias, seguido pelo teste de Duncan quando necessário. O protocolo de exposição ao fumo passivo elevou a concentração total de dióxido de carbono sanguíneo e o hematócrito, os quais são marcadores indiretos de exposição à fumaça do cigarro, bem como reduziu o ganho de peso dos animais sem alterar o consumo de líquidos. No campo aberto, animais expostos ao fumo passivo apresentaram aumento da atividade locomotora e exploratória, do tempo de auto-limpeza e do número de bolos fecais, bem como mostraram aumento do número de esferas escondidas no teste de esconder esferas em relação aos controles. Os animais que receberam EAB não desenvolveram essas modificações comportamentais, as quais indicam ansiedade, característica essa relacionada à abstinência ao cigarro. Neste estudo, o envolvimento do tabagismo com os danos oxidativos já descritos na literatura foi confirmado através do aumento da peroxidação lipídica cerebral e eritrocitária, aumento da atividade da catalase (CAT) eritrocitária e redução das concentrações plasmáticas de ácido ascórbico. O EAB da casca de noz pecã protegeu os animais expostos ao fumo passivo da peroxidação lipídica e da redução dos níveis plasmáticos de ácido ascórbico. A atividade da CAT permaneceu aumentada nos eritrócitos e elevou-se no cérebro dos animais expostos ao fumo passivo e tratados com EAB em relação aos controles, possivelmente pela indução de mecanismos compensatórios que visam eliminar o excesso de espécies reativas de oxigênio (EROs) induzido pelo cigarro. Hipotetizou-se que esses resultados bioquímicos devem-se, em grande parte, ao elevado potencial antioxidante do EAB, confirmado através dos testes in vitro do ABTS (2,2´- azinobis(3-etilbenzotiazolina-6-ácido sulfônico) e do DPPH (2,2-difenil-1-picrilhidrazil) e pela dosagem de compostos fenólicos totais e taninos condensados. Através de correlação de Pearson, foram observadas correlações positivas entre os parâmetros comportamentais e a peroxidação lipídica eritrocitária, confirmando o envolvimento da ansiedade com o EO. Os resultados apresentados aqui evidenciam os efeitos protetores do EAB das cascas da noz pecã sobre os sinais de ansiedade durante abstinência e sobre danos oxidativos e defesas antioxidantes alterados pelo fumo passivo em camundongos. Ademais, confirma-se o uso popular do extrato das cascas de noz pecã frente danos induzidos pelo cigarro e entende-se que esse subproduto da indústria pode ser considerado no tratamento do tabagismo, o que aumentaria o carente arsenal terapêutico empregado atualmente no tratamento do tabagismo. Maiores estudos elucidando os componentes presentes nesse extrato, bem como os mecanismos neurais relacionados aos resultados encontrados são necessários.

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