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A Cidade sob Quatro Rodas. O automóvel particular como elemento constitutivo e constituidor da cidade de São Paulo: o espaço geográfico como componente social / The city under four wheels. The private automobile as a constituent and constitutive element of the city of São Paulo: the geographical space as the social componentOliva, Jaime Tadeu 29 November 2004 (has links)
Tendo como referência uma concepção de Geografia que assume que o espaço geográfico é componente constituinte da sociedade, uma instância da sociedade (Milton Santos) ou uma dimensão transversal da sociedade (Jacques Lévy), o trabalho procura qualificar a reestruturação da cidade de São Paulo (que se inicia nos anos 1980) a partir da imensa disseminação do uso do automóvel particular. O trabalho investe na caracterização da natureza dos novos espaços produzidos como resultado da relação cidade automóvel, do mesmo modo que avalia como a cidade é inflexionada pelos espaços do automóvel. A referência específica para essa caracterização é a definição de cidade como espaço principal de convivialidade humana, processo esse apreendido pelo conceito de urbanidade e como a forma mais eficiente de administração da distância espacial (Jacques Lévy), cujos espaços se estruturam de dois modos principais: a forma territorial (predomínio da contigüidade) e a forma reticular (redes, predomínio lacunar). A difusão do automóvel favorece, em São Paulo, a formação de redes geográficas que fragmentam a cidade e criam um horizonte de separações e segregações. Nessa reconfiguração da cidade a estrutura espacial mais característica é o que denominamos de núcleos de baixa territorialização associados ao uso do automóvel. São núcleos de rede que negam a cidade, assim como os subúrbios americanos negavam os centros das cidades americanas. Funcionam como se fossem subúrbios encravados no interior do núcleo denso da cidade. Por essa razão esses núcleos de baixa territorialização (mantém um baixo nível de relações com os espaços contíguos) também são denominados por nós como subúrbios internos. Essa reestruturação rebaixa a urbanidade da cidade, deteriorando os espaços públicos e abrindo caminho para o domínio das soluções privadas frente às dificuldades das cidades. / Taking as reference a concept of Geography that views geographical space as a building block of society, as an instance of society (Milton Santos) or a transversal dimension of society (Jacques Lévy), this paper seeks to qualify the restructuring of the city of São Paulo, begun in the 1980s, which resulted from the vast dissemination of private automobile usage. This paper addresses itself to characterize the nature of the new spaces arising from the city automobile relationship, and to assess how the city is modulated by the spaces of the automobile. Our specific reference will be the definition of city as the key space for human sociability, a process apprehended by the concept of urbanity and seen as the most efficient form of managing spatial distance (Jacques Lévy), wherein spaces are structured in two main modes: the territorial form (predominance of contiguity) and the reticular form (networks, predominance of lacunae). In São Paulo, the dissemination of the automobile contributes to establish geographical networks that fragment the city and create an urban horizon of separations and segregations. In such a framework, the most typical spatial structure comprises what we call nuclei of low territorialization, which are associated with the use of the automobile. These network nuclei deny the city, much as the U.S. suburbs negated the city centers of American towns, and function as if they were suburbs grafted into the dense nucleus of the city. For this reason, they can also be called internal suburbs, inasmuch as they maintain minimal relationships with contiguous spaces. This type of restructuring degrades the urbanity of a city, deteriorates public spaces and opens the way for the predominance of private solutions to the predicaments of cities.
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A Cidade sob Quatro Rodas. O automóvel particular como elemento constitutivo e constituidor da cidade de São Paulo: o espaço geográfico como componente social / The city under four wheels. The private automobile as a constituent and constitutive element of the city of São Paulo: the geographical space as the social componentJaime Tadeu Oliva 29 November 2004 (has links)
Tendo como referência uma concepção de Geografia que assume que o espaço geográfico é componente constituinte da sociedade, uma instância da sociedade (Milton Santos) ou uma dimensão transversal da sociedade (Jacques Lévy), o trabalho procura qualificar a reestruturação da cidade de São Paulo (que se inicia nos anos 1980) a partir da imensa disseminação do uso do automóvel particular. O trabalho investe na caracterização da natureza dos novos espaços produzidos como resultado da relação cidade automóvel, do mesmo modo que avalia como a cidade é inflexionada pelos espaços do automóvel. A referência específica para essa caracterização é a definição de cidade como espaço principal de convivialidade humana, processo esse apreendido pelo conceito de urbanidade e como a forma mais eficiente de administração da distância espacial (Jacques Lévy), cujos espaços se estruturam de dois modos principais: a forma territorial (predomínio da contigüidade) e a forma reticular (redes, predomínio lacunar). A difusão do automóvel favorece, em São Paulo, a formação de redes geográficas que fragmentam a cidade e criam um horizonte de separações e segregações. Nessa reconfiguração da cidade a estrutura espacial mais característica é o que denominamos de núcleos de baixa territorialização associados ao uso do automóvel. São núcleos de rede que negam a cidade, assim como os subúrbios americanos negavam os centros das cidades americanas. Funcionam como se fossem subúrbios encravados no interior do núcleo denso da cidade. Por essa razão esses núcleos de baixa territorialização (mantém um baixo nível de relações com os espaços contíguos) também são denominados por nós como subúrbios internos. Essa reestruturação rebaixa a urbanidade da cidade, deteriorando os espaços públicos e abrindo caminho para o domínio das soluções privadas frente às dificuldades das cidades. / Taking as reference a concept of Geography that views geographical space as a building block of society, as an instance of society (Milton Santos) or a transversal dimension of society (Jacques Lévy), this paper seeks to qualify the restructuring of the city of São Paulo, begun in the 1980s, which resulted from the vast dissemination of private automobile usage. This paper addresses itself to characterize the nature of the new spaces arising from the city automobile relationship, and to assess how the city is modulated by the spaces of the automobile. Our specific reference will be the definition of city as the key space for human sociability, a process apprehended by the concept of urbanity and seen as the most efficient form of managing spatial distance (Jacques Lévy), wherein spaces are structured in two main modes: the territorial form (predominance of contiguity) and the reticular form (networks, predominance of lacunae). In São Paulo, the dissemination of the automobile contributes to establish geographical networks that fragment the city and create an urban horizon of separations and segregations. In such a framework, the most typical spatial structure comprises what we call nuclei of low territorialization, which are associated with the use of the automobile. These network nuclei deny the city, much as the U.S. suburbs negated the city centers of American towns, and function as if they were suburbs grafted into the dense nucleus of the city. For this reason, they can also be called internal suburbs, inasmuch as they maintain minimal relationships with contiguous spaces. This type of restructuring degrades the urbanity of a city, deteriorates public spaces and opens the way for the predominance of private solutions to the predicaments of cities.
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