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Entre sonhos e desencantos: representações do migrante nordestino no cinema brasileiro da década de 1980.

ABREU, Rafael da Silva. 27 April 2018 (has links)
Submitted by Jesiel Ferreira Gomes (jesielgomes@ufcg.edu.br) on 2018-04-27T18:54:19Z No. of bitstreams: 1 RAFAEL DA SILVA ABREU – DISSERTAÇÃO (PPGH) 2015.pdf: 2809927 bytes, checksum: 5b23787584d7c3dd316dc3f740e66a11 (MD5) / Made available in DSpace on 2018-04-27T18:54:19Z (GMT). No. of bitstreams: 1 RAFAEL DA SILVA ABREU – DISSERTAÇÃO (PPGH) 2015.pdf: 2809927 bytes, checksum: 5b23787584d7c3dd316dc3f740e66a11 (MD5) Previous issue date: 2015-04-24 / Estudar os migrantes nordestinos na região Sudeste do Brasil, a migração interna teve o Século XX como período áureo, é se deparar com uma relação de conflitos de poder. Quando os forasteiros e nativos se encontraram produziram representações para ambos, tais discursos permearam a sociedade de diversas formas, desde discursos governamentais até expressões artísticas como, por exemplo, na pintura, literatura, músicas e cinema. A proposta deste estudo é analisar as representações dos migrantes nordestinos no cinema brasileiro da década de 1980, compreende-se a fonte fílmica como um recurso histórico importante para se perceber como as representações dos migrantes nordestinos entremeavam as formas de entretenimento público e, dessa forma, foram difundidas no Brasil e no exterior, é um esforço para compreender as relações de alteridade que vieram a culminar na formação de preconceitos de lugar e origem geográfica, percebeu-se na temporalidade selecionada a maior concentração de produções audiovisuais que se dedicaram a temática dos migrantes do cinema brasileiro e, por isso, o interesse em seu estudo. Dentre esta especificidade da produção cinematográfica do período, três filmes se destacaram por trazerem a discussão dos migrantes como tema central e, portanto, foram selecionados como objeto de estudo, sendo eles O Homem que Virou Suco (1980), As Aventuras de um Paraíba (1982) e O Baiano Fantasma (1984). Teve-se como referência teórica, no estudo das representações, o historiador francês Roger Chartier (2002; 2009) e para a discursão da relação cinema e história recorreu-se a Lagny (2009), Santiago Júnior (2008; 2009; e 2012) e Barros (2012). A pesquisa foi norteada metodologicamente pela análise das imagens, porém as fontes extrafílmicas não foram descartadas, pelo contrário, caracterizaram o estudo por uma abordagem diversificadas de fontes, dentre elas os cartazes, sinopses, críticas de cinema e reportagens em periódicos da época, buscando balizar as leituras das imagens por vestígios da década de 1980, além disso, as demais produções cinematográficas sobre migrantes nordestinos não foram desconsideradas, já que os filmes fazem parte de um circuito cultural e industrial e, assim, eles possuem ligações, fazem citações e referências uns aos outros. Os migrantes nas películas são, comumente, representados como arcaicos, atrasados, selvagens e analfabetos, sempre em oposição aos nativos do Sudeste, ou seja, são edificados campos representacionais, de um lado o desenvolvimento e a civilidade com o Sudeste e o Nordeste como seu antagonismo. As representações negativas rejeitadas pelos nativos são impingidas nos migrantes, afinal, eles são os deslocados vulneráveis e responsabilizados pelos problemas urbanos das metrópoles do Sudeste. Diante disso, os nativos do Sudeste buscaram, conscientemente ou não, se proteger perante o constante movimento migratório dos nordestinos criando e propagando representações negativas sobre os mesmos. Para defender seus lugares sociais foi necessário desqualificar os migrantes para tirá-los de uma possível disputa, assim, pensar a relação entre nordestinos e sudestinos é pensar forças representacionais que os opõem. / Study the northeastern migrants in Southeastern Brazil is a way to face with a relationship of power struggles. The internal migration had the twentieth century as the golden period. When the visitors and natives have met themselves, they produced representations to both. Such speeches permeated society in many ways, from government speeches to artistic expressions such as, painting, literature, music and cinema. The purpose of this study is to analyze the representations of Northeastern migrants in Brazilian cinema of the 1980s. The film source is understood as an important historical resource to understand how representations of Northeastern migrants intermingled forms of public entertainment and, therefore, were known in Brazil and abroad. It is an effort to understand the relationships of otherness that came to culminate in the formation of place of prejudice and geographical origin. It was noted in the selected temporality the highest concentration of audiovisual works dedicated to the theme of migrants in Brazilian cinema and therefore the interest in their study. Among this specificity of this film production period, three films stood out for bringing the discussion of migrants as a central theme and, therefore, were selected as study object: O Homem que Virou Suco (The man who turned juice) (1980), As aventuras de um paraiba (The Adventures of a paraíba) (1982) and O Baiano Fantasma (The phantom Bahia) (1984). This study had as theoretical reference, in the study of representations, the French historian Roger Chartier (2002; 2009) and for discussion of the relationship cinema and history appealed to Lagny (2009), Santiago Junior (2008; 2009; and 2012) and Barros (2012). The research was guided by the methodological analysis of the images, but the extra-filmic sources were not discarded, however, characterized the study by a diversified approach of sources, among them the posters, synopsis, movie reviews and articles in periodicals of the time, searching delimit the readings of the images remains in the 1980s. Moreover, the other movie productions on northeastern migrants were not disregarded, since the films are part of a cultural and industrial circuit and thus they have links and citations are references to each other. Migrants in films are commonly represented as archaic, backward, illiterate and wild, always in opposition to the natives of the Southeast. In the other words, there are built representational fields, where on the one hand there is the development and civility to the Southeast and on the other one the Northeast as its antagonism. Negative representations rejected by the natives are enforced on migrants, after all, they are vulnerable displaced and accountable for urban problems of Southeastern cities. Therefore, the natives of Southeast sought, consciously or not, to protect themselves against the constant migratory movement of the northeastern creating and propagating negative representations about them. To defend their social places was necessary to disqualify migrants to get them out of a possible dispute, so, think about the relation between northeastern and southeastern is thinking representational forces that oppose each other.

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