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Consciência de classe e transformação social: uma reflexão sobre os limites dos estudos empíricos em Psicologia / Class consciousness and social change: thoughts on the limitatons of empirical studies in Psychology

Camilo-de Fernandes, Jo 19 April 2018 (has links)
Nesta dissertação, fazemos uma discussão teórica e metodológica sobre o que determina fundamentalmente as lutas de emancipação. Em primeiro lugar, identificamos como a consciência é tomada no senso comum como sendo esse fator determinante. Passamos então a analisar alguns trabalhos acadêmicos da Psicologia e das Ciências Humanas que tomam como pressuposto que a consciência de fato ocupa esse lugar. Eles têm em comum algumas características metodológicas: por meio de entrevistas, recolhem dados empíricos sobre o que os trabalhadores pensam e classificam suas consciências em diversos níveis, alguns mais próximos outros mais distantes da possibilidade de emancipação. Nestes trabalhos, criticamos uma concepção de Humano dualista, que cinde corpo e espírito, e identificamos em tal concepção uma impossibilidade de se propor ações efetivas. Em seguida, por meio do recurso ao pensamento dialético, construímos uma concepção monista de sujeito, que foge à cisão e que seria capaz de apontar para uma prática de fato emancipatória. Para compreender de forma mais concreta as possibilidades de emergência desse sujeito na luta de classes, estabelecemos um diálogo com Lukács e suas formulações sobre consciência de classe. Esse autor faz uma tentativa de construir uma teoria materialista e dialética sobre o tema. A consciência de classe dos trabalhadores é, para ele, aquela consciência psicológica necessária para que eles cumpram a meta revolucionária de sua classe, e não a consciência psicológica empiricamente observada. Apesar de Lukács superar os trabalhos empíricos anteriormente citados, também criticamos sua formulação por cair no idealismo e em uma perspectiva política fatalista, que igualmente não é capaz de informar a ação de emancipação. Por fim, a partir de uma crítica materialista aos elementos idealistas que identificamos em Lukács, propomos uma hipótese sobre a determinação fundamental das lutas emancipatórias: tal determinação teria mais relação com a organização dos trabalhadores do que com sua consciência ou com qualquer outro aspecto ideal. Nossa hipótese ainda não é suficientemente aprofundada nesta dissertação, mas apontamos caminhos para delimitá-la e testá-la melhor, a partir de critérios teóricos e históricos / In this dissertaton, we present a theoretcal and methodological discussion about what fundamentally determines the struggles for emancipaton. At frst, we identfy that consciousness is popularly taken as if it were the determinant factor in this regard. Then, we analyze a few academic studies from the feld of Psychology and the Human Sciences, which assume that consciousness indeed occupies this determining role in class struggle. They have some methodological features in common: through interviews, they harvest empirical data about what workers think, and, aferwards, rank their consciousnesses in diferent levels, some closer to and some further from the possibility of emancipaton. We critcize, within these researches, a dualist concepton of Human, that splits body and spirit, identfying in such a concepton the impossibility of proposing efectve agency to workers. Furthermore, we call upon the dialectcal reasoning and build a monist concepton of subject, denying the split and trying to enlighten a path to emancipatory practces. To concretely comprehend the possibilites of this kind of subjects emergence in class struggle, we establish a dialogue with Lukács and his formulatons on class consciousness. This author intends to theorize materialistcally and dialectcally about this issue. Class consciousness of workers, for him, is not the empirically observed consciousness, but the psychological consciousness necessary for them to accomplish the revolutonary goal of their class. Despite Lukács surpassing the empirical studies previously mentoned, we also critcize his formulatons because he backslides on idealism and a politcal fatalism, equally unable to guide the acton towards emancipaton. At last, out of materialistc critcism we bring onto idealistc elements in Lukács, we propose a hypothesis on the fundamental determinant of emancipatory struggles: such determinant is more closely related to the organizaton of workers than to their consciousness or any other ideal aspect. Our hypothesis is not yet sufciently explored as of this dissertaton, but here we point towards paths to beter bound it with theoretcal and historical criteria

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