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O Great Game tecnológico das multinacionais chinesas de TELECOM e seus impactos sobre o BrasilMacedo, Bruno Vieira de 26 February 2014 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Relações Internacionais, 2014. / Submitted by Albânia Cézar de Melo (albania@bce.unb.br) on 2014-06-02T15:17:13Z
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2014_BrunoVieiraMacedo.pdf: 4206687 bytes, checksum: 7ba5386f70cad08d680aec04db8e58df (MD5) / Em 2008, o economista argentino Sérgio Marcelo Cesarin, escrevendo a respeito dos
vetores de construção de poder que têm permitido à China se tornar potência, ressaltou o papel das multinacionais chinesas nesse processo. Cesarin identificou estratégia de atuação segundo a qual essas empresas estariam incorporando às suas estruturas produtivas o máximo em termos de tecnologia de ponta, com o objetivo de construir poder econômico e estabelecer padrões tecnológicos diferentes daqueles vigentes em âmbito internacional, especialmente no setor de telecomunicações, com vistas a criar novas relações de dependência, agora para com a China, que rebaixassem a posição de países mais desenvolvidos, como Estados Unidos, Europa e Japão. Tendo o argumento de Cesarin como pano de fundo, o objetivo da pesquisa foi analisar a relação entre a presença de multinacionais chinesas de Telecom (Huawei e ZTE) no Brasil e os crescentes déficits que o país registra com a China na balança comercial de
equipamentos desse setor. Buscou-se averiguar como a atuação dessas multinacionais
no Brasil contribuiu para a formação de uma relação de interdependência assimétrica
entre os dois países, em favor da China, e testar a hipótese de que tais empresas estariam agindo para promover padrões tecnológicos novos no Brasil capazes de gerar
dependência tecnológica com impactos na balança comercial bilateral. A pesquisa,
realizada, essencialmente, com base em livros, textos, artigos e entrevistas obtidos na internet, encontrou indícios de que o padrão TD-LTE, promovido por multinacionais
chinesas, está, de fato, redistribuindo poder e rebaixando a posição relativa de
tradicionais potências econômicas frente à China no cenário mundial. Quanto à atuação
no Brasil, apenas a Huawei articulou-se para promover novo padrão tecnológico: o LTE
450 MHz. Entretanto, ainda não é possível, ao final de 2013, calcular o impacto causado
por esse padrão na economia e na indústria brasileiras. Até o momento, o impacto
comercial gerado pelas multinacionais chinesas no Brasil segue o perfil de outras
multinacionais que atuam no país, e é provocado, principalmente, pela importação de
dois tipos de produtos: partes e peças para a montagem de aparelhos comercializados no
mercado doméstico; e equipamentos que operam segundo padrões tradicionais e que
visam a atender às demandas de investimentos em infraestrutura realizados por
operadoras de Telecom. ______________________________________________________________________________ ABSTRACT / In 2008, the Argentine economist Sergio Marcelo Cesarin wrote about power-building
vectors that have allowed China to become a super-power and highlighted the role of
Chinese multinationals in this process. Cesarin identified a strategy of action whereby these companies would be integrating to their productive structures as much of cutting edge technology as possible, with the goal of building economic power and establishing technological standards different from those prevailing in the international scene, especially in the telecommunications sector. Such standards should establish new dependent relationships among other countries towards China, aiming at demoting developed countries like the United States, Europe and Japan in international affairs. With the Cesarin’s argument as a backdrop, the objective of the research was to analyze the relationship between the presence of Chinese Telecom multinationals (Huawei and ZTE) in Brazil and the increasing deficits recorded by the later in its trade balance of Telecom equipment with China. The research sought to determine how the performance of these multinationals in Brazil contributed to the constitution of an asymmetrical interdependence relationship between the two countries that favors China. In addition, the research sought to test the hypothesis that such companies would be acting to promote new technological standards in Brazil capable of rendering this country
technologically dependent on China and subject to trade imbalances. The survey,
conducted essentially based on books, texts, articles and interviews obtained on the
internet, found evidence that the TD-LTE standard, promoted by Chinese multinationals, is in fact redistributing power and lowering the relative position of traditional economic powers in comparison to China in the world scene. With regards to the behavior of these companies in Brazil, only Huawei has established conexions in order to promote a new technological standard: the LTE 450 MHz. Notwithstanding, it is not yet possible, at the end of the year 2013, to calculate the impact of this standard on the Brazilian economy and the industry. So far, the trade impact caused by Chinese multinationals in Brazil follows the same profile of other multinationals operating in the country and is generated mainly by imports of two kinds of products: parts and components for the assembly of appliances to be sold in the domestic market; and equipment that operate according to traditional standards to fulfill investment demands on infrastructure made by telecom operators.
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