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Análise tectono-estratigráfica da Faixa de dobramento Paraguai meridional na Serra da Bodoquena e depressão do Rio Miranda, MS / Tectonostratigraphic analysis of the southern Paraguay fold belt in Serra da Bodoquena and Rio Miranda depression, MS

Sa, Fernanda Rostirola de 30 October 2009 (has links)
No presente trabalho buscou-se compor um quadro geológico-estrutural da Faixa Paraguai meridional e compreender as relações estratigráficas entre os litotipos da Formação Puga e grupos Cuiabá e Corumbá. Foram realizados trabalhos de reconhecimento geológico e perfis geológico-estruturais de detalhe, com análise estrutural e petrográfica, em conjunto com a integração de dados e mapas existentes, análise de imagens de satélite, fotos aéreas e modelos digitais de terreno. A Faixa Paraguai meridional evoluiu como um típico fold-andthrust belt. A evolução geológica do cinturão principia por processos de rifteamento, provavelmente no final do Criogeniano, evoluindo para mar restrito e margem passiva até o final do Ediacarano. A fase rifte é caracterizada pelas formações Puga e Cerradinho. A fase margem passiva está representada pelas formações Bocaina, Tamengo e Guaicurus. Propõe-se que o Grupo Cuiabá na área estudada seja constituído por depósitos marinhos profundos, turbidíticos distais depositados comitantemente aos sedimentos do Grupo Corumbá. O processo colisional responsável pela inversão da bacia com a deformação e metamorfismo associados ocorreu durante o Cambriano, com magmatismo pós-colisional no Cambriano Superior. O estilo estrutural torna-se progressivamente mais complexo de oeste para leste. São observadas até três fases de dobramento coaxiais sobrepostas com eixos subhorizontais de direção N-S. Associam-se a sistemas de falhas de empurrão com deslocamento da capa para oeste. As lineações de estiramento e indicadores cinemáticos observados sugerem que a convergência colisional em direção ao bloco Rio Apa que deu origem à faixa móvel não foi completamente frontal, existindo algum grau de obliquidade, com vetores de convergência em torno de WNWENE. Os micaxistos do Grupo Cuiabá mostram o estilo estrutural mais complexo, com três fases de dobramentos coaxiais e foliações tectônicas mais intensas. Haveria correlação temporal entre S3 gerada nos micaxistos, comumente referidos como Grupo Cuiabá, a leste com a foliação S2 gerada na porção central e a clivagem S1 gerada no limite da área cratônica a oeste, padrão que pode ser explicado pela migração do front deformacional de leste para oeste. É sugestivo que as principais falhas de empurrão coincidam com limites bacinais importantes, onde ocorrem variações de espessura e representatividades das formações basais. No processo de inversão da bacia provavelmente os empurrões reativaram as antigas falhas lístricas principais do estágio rifte. / This work aims to characterize the geological and structural context of the Southern Paraguay Folded Belt, and to understand the stratigraphic relationships between the Puga Formation, Corumbá and Cuiabá groups. Regional geological reconnaissance work and detailed geological-structural field sections were carried out, with petrographic and structural analysis, together with integration of existing data and maps and analysis of satellite images, aerial photos and digital terrain models. The southern Paraguay Belt is a typical fold-andthrust belt. Its geological evolution began with rifting (Puga and Cerradinho formations), probably at the end of Criogenian, and evolved to restricted sea and passive margin (Bocaina, Tamengo and Guaicurus formations) in the late Ediacaran. It is proposed that the Cuiabá Group in the study area consists of distal marine deposits coeval with the Corumbá Group. The collisional process responsible for basin inversion and associated deformation and metamorphism occurred in the Cambrian, with post-collisional magmatism in the Upper Cambrian. The structural style becomes increasingly complex from west to east. Up to three overprinted coaxial folding phases are observed with north / south upright axial planes dipping to east and axes plunging gently to North or South. A system of thrust faults is associated with displacement of the hangwall to the west. Down-dip to oblique and strike-slip stretching lineations are also observed, with kinematic indicators showing movement varying from inverse to sinistral. This suggests that the collisional convergence toward the Rio Apa block which generated the mobile belt was not strictly frontal, but had some degree of obliquity, with convergence vectors around SSW - ENE. The Cuiabá Group mica-schists show the most complex structural style with three superimposed coaxial fold phases and more intense tectonic foliations. It is proposed that there would be time correlation between the S3 foliation in the mica-schists in the easternmost area, with the S2 foliation in the central area and the S1 cleavage at the limit of the cratonic area to the west. This pattern can be explained by the westward migration of the deformational front. It is suggestive that the main thrusts coincide with major basin boundaries, where greater variations in thickness and expression of the basal formations occur. During the basin inversion the thrusts probably reactivated the former main listric faults of the rift stage.
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Análise tectono-estratigráfica da Faixa de dobramento Paraguai meridional na Serra da Bodoquena e depressão do Rio Miranda, MS / Tectonostratigraphic analysis of the southern Paraguay fold belt in Serra da Bodoquena and Rio Miranda depression, MS

Fernanda Rostirola de Sa 30 October 2009 (has links)
No presente trabalho buscou-se compor um quadro geológico-estrutural da Faixa Paraguai meridional e compreender as relações estratigráficas entre os litotipos da Formação Puga e grupos Cuiabá e Corumbá. Foram realizados trabalhos de reconhecimento geológico e perfis geológico-estruturais de detalhe, com análise estrutural e petrográfica, em conjunto com a integração de dados e mapas existentes, análise de imagens de satélite, fotos aéreas e modelos digitais de terreno. A Faixa Paraguai meridional evoluiu como um típico fold-andthrust belt. A evolução geológica do cinturão principia por processos de rifteamento, provavelmente no final do Criogeniano, evoluindo para mar restrito e margem passiva até o final do Ediacarano. A fase rifte é caracterizada pelas formações Puga e Cerradinho. A fase margem passiva está representada pelas formações Bocaina, Tamengo e Guaicurus. Propõe-se que o Grupo Cuiabá na área estudada seja constituído por depósitos marinhos profundos, turbidíticos distais depositados comitantemente aos sedimentos do Grupo Corumbá. O processo colisional responsável pela inversão da bacia com a deformação e metamorfismo associados ocorreu durante o Cambriano, com magmatismo pós-colisional no Cambriano Superior. O estilo estrutural torna-se progressivamente mais complexo de oeste para leste. São observadas até três fases de dobramento coaxiais sobrepostas com eixos subhorizontais de direção N-S. Associam-se a sistemas de falhas de empurrão com deslocamento da capa para oeste. As lineações de estiramento e indicadores cinemáticos observados sugerem que a convergência colisional em direção ao bloco Rio Apa que deu origem à faixa móvel não foi completamente frontal, existindo algum grau de obliquidade, com vetores de convergência em torno de WNWENE. Os micaxistos do Grupo Cuiabá mostram o estilo estrutural mais complexo, com três fases de dobramentos coaxiais e foliações tectônicas mais intensas. Haveria correlação temporal entre S3 gerada nos micaxistos, comumente referidos como Grupo Cuiabá, a leste com a foliação S2 gerada na porção central e a clivagem S1 gerada no limite da área cratônica a oeste, padrão que pode ser explicado pela migração do front deformacional de leste para oeste. É sugestivo que as principais falhas de empurrão coincidam com limites bacinais importantes, onde ocorrem variações de espessura e representatividades das formações basais. No processo de inversão da bacia provavelmente os empurrões reativaram as antigas falhas lístricas principais do estágio rifte. / This work aims to characterize the geological and structural context of the Southern Paraguay Folded Belt, and to understand the stratigraphic relationships between the Puga Formation, Corumbá and Cuiabá groups. Regional geological reconnaissance work and detailed geological-structural field sections were carried out, with petrographic and structural analysis, together with integration of existing data and maps and analysis of satellite images, aerial photos and digital terrain models. The southern Paraguay Belt is a typical fold-andthrust belt. Its geological evolution began with rifting (Puga and Cerradinho formations), probably at the end of Criogenian, and evolved to restricted sea and passive margin (Bocaina, Tamengo and Guaicurus formations) in the late Ediacaran. It is proposed that the Cuiabá Group in the study area consists of distal marine deposits coeval with the Corumbá Group. The collisional process responsible for basin inversion and associated deformation and metamorphism occurred in the Cambrian, with post-collisional magmatism in the Upper Cambrian. The structural style becomes increasingly complex from west to east. Up to three overprinted coaxial folding phases are observed with north / south upright axial planes dipping to east and axes plunging gently to North or South. A system of thrust faults is associated with displacement of the hangwall to the west. Down-dip to oblique and strike-slip stretching lineations are also observed, with kinematic indicators showing movement varying from inverse to sinistral. This suggests that the collisional convergence toward the Rio Apa block which generated the mobile belt was not strictly frontal, but had some degree of obliquity, with convergence vectors around SSW - ENE. The Cuiabá Group mica-schists show the most complex structural style with three superimposed coaxial fold phases and more intense tectonic foliations. It is proposed that there would be time correlation between the S3 foliation in the mica-schists in the easternmost area, with the S2 foliation in the central area and the S1 cleavage at the limit of the cratonic area to the west. This pattern can be explained by the westward migration of the deformational front. It is suggestive that the main thrusts coincide with major basin boundaries, where greater variations in thickness and expression of the basal formations occur. During the basin inversion the thrusts probably reactivated the former main listric faults of the rift stage.

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