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Paulo Duarte (1899-1984) : um intelectual nas trincheiras da memória /Zioli, Miguel. January 2010 (has links)
Orientador: Tânia Regina de Luca / Banca: Antonio Celso Ferreira / Banca: Sílvia Maria Azevedo / Banca: Noé Freire Sandes / Banca: Marli Guimarães Hayashi / Resumo: Em tempos de guinada subjetiva no território das ciências humanas, Beatriz Sarlo lembra que vozes marginais em modos de narração antes ignorados, como os diários e as memórias, demandam novas exigências de métodos. Consideradas durante muito tempo pelos historiadores mais tradicionais como documentos pouco objetivos, as chamadas "narrativas do eu", como memórias, autobiografias, diários, cartas, relatos de viagens, entre outros, têm atraído a atenção dos historiadores como fonte da história. Paul Ricoeur, em A memória, a história e o esquecimento, sugere um novo olhar para esse material. Segundo o pensador francês, é fato que toda memória individual ganha forma na memória coletiva. A novidade de sua reflexão, entretanto, está na introdução de um terceiro conceito que ele denomina "os próximos": uma espécie de filtro entre a memória pessoal e a coletiva. Esses "próximos" seriam representados pela família, pela escola, pela geração, pelo grupo de sociabilidade, pelos amigos ou pelas leituras que contribuem para que "o próximo" seja uma réplica da amizade, a philia, a meio caminho entre o indivíduo e o cidadão. Inspirado por essas questões, o presente trabalho propõe uma leitura das Memórias do jornalista Paulo Duarte (1899-1984) publicadas em dez tomos entre 1974 e 1980, tomadas como fonte da história. Advogado, editor, tradutor, professor universitário, enólogo, ao transfigurar-se em memorialista Paulo Duarte narrou sua formação intelectual, as atividades políticas e culturais das décadas de 1920 e 1930, em especial os bastidores da criação do Departamento de Cultura de São Paulo, sua atuação na Assembléia Legislativa paulista, os dois períodos de exílio e a intransigente oposição ao governo Vargas. Esses escritos memorialísticos travam com as memórias produzidas por seus contemporâneos uma batalha simbólica pelo passado... (Resumo completo, clicar acesso eletrônico abaixo) / Abstract: In times of a subjective turn in Human Sciences, Beatriz Sarlo states that „secondary‟ voices and the way they are put, such as diaries and memoirs, demand new approaches and method. Considered for a long time as a less objective document by traditional historicians, „first person-based‟ narrative texts like memoirs, autobiography, diaries, letters, as many others, have attracted attention as a source of History. Paul Ricoeur, in A memória, a história e o esquecimento, suggests a new point of view to this material. According to him, it is a fact that all individual memory gets new shape in collective memoirs. Otherwise what is new about his reflection is a third concept called for him „the next‟: a sort of filter between personal and collective memoirs. This „next‟ would be the family, education, generation, social group, friends or the interpretation that together contribute to make this character a reproduction of friendship, the philia, half-path between the individual and the citizen. Based on this, the present work purposes a special lecture of Memórias from Brazilian journalist Paulo Duarte (1899-1984), published in ten volumes between 1974 and 1980, as a source of History. Being a lawyer, editor, translator, university teacher, enologist and turning into a writer of memoirs, Paulo Duarte recorded his intellectual path, cultural and political activities in the 1920s-1930s, specially the background of the Culture Department of São Paulo foundation, his participation in the legislative assembly of São Paulo and his two periods of exile due to the opposition to Getúlio Vargas intransigent rule. His writings dialogue with other contemporary personalities... (Complete abstract click electronic access below) / Doutor
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