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Chuva branca: rastreando a Biblioteca Amazônica em um romance de Paulo JacobSouza, Jamescley Almeida de 24 November 2016 (has links)
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Previous issue date: 2016-11-24 / Chuva branca is the novel of greater repercussion of the Jew Amazonian Paulo Jacob, greeted
with enthusiasm by authors such as Jorge Amado, Antônio Olinto, and Assis Brasil. It was the
work through which Paulo Jacob achieved to overcome some regional barriers and made an
appearance at a national level. Based on documentary regionalism, he represents a typology of
Amazonian man from his disappointments and his fight against poverty, from his beliefs and
culture. This research, when investigating the intertextuality, has as its general objective to
track an Amazonian library which should have exercised power of modeling over the writing
for Chuva branca, as well as trying showing specifically: that the themes about Amazon
reality which appear with expressiveness come from the Amazon riverside, that is, man in
Amazon, poverty, imagery, sacred, and indigenous culture; that, although intertexts cannot
always be of easy detection, it is possible to make inter-textual relations with works belonging
to the Amazon library, probable readings of Paulo Jacob, as in the case of some works linked
to Sociology and Anthropology; that Paulo Jacob’s discursive construction, by trying to
represent the man in Amazon from his dramas and fights, ended up having documentary
nature with the objective of divulgating the culture and showing a significant part of an
isolated and unknown region; that reading Chuva branca nowadays, about 50 years later, it
known that between the novel’s horizon of expectation and our reading there are profound
economic, historic, and social changes that took place not only in Amazon reality but also in
world reality. This fact shows that the Amazon which was represented in Chuva branca is
certainly less isolated and rural, as well as is permeated by technology and by the
urbanization, and the reader’s look about the novel, while going through the timeframe, was
renovated. It has to be said that my research is substantiated on the aesthetic reception theory,
linked to Hans Robert Jauss and Wolfgang Iser, its main exponents. Obviously, the research
do not remain itself within all limits of methodology suggested by this theory, but relates to it
through some key concepts, such as horizon of expectation and fusion of horizons. Finally, I
defend that what some author of the Amazonian library, such as sociologists and
anthropologists, make with their sciences with respect to the documentation of the Amazonian
man and his conditions, Paulo Jacob makes it through the representation, through the
discursive construction, and his characters. He ends up divulgating to Brazil a significant part
of its own face. / Chuva branca é o romance de maior repercussão do escritor judeu-amazonense Paulo Jacob,
saudado por autores como Jorge Amado, Antônio Olinto e Assis Brasil. Foi a obra por meio
da qual ele conseguiu transpor algumas barreiras regionais e chegou a ensaiar uma aparição
em nível nacional. Empregando o regionalismo documentarista, Paulo Jacob representa uma
tipologia de homem amazônico a partir de seus dramas e de sua luta contra a pobreza, a partir
de suas crenças e cultura. Este trabalho, ao investigar a intertextualidade, tem como objetivo
geral tentar rastrear a biblioteca amazônica que teria exercido poder de modelização sobre a
escritura de Chuva branca, mostrando especificamente: que os temas sobre a realidade
amazônica que aparecem com expressividade no romance vêm da Amazônia ribeirinha, a
saber, o homem na Amazônia, a pobreza, o imaginário, o sagrado e a cultura indígena; q ue,
embora o intertexto nem sempre seja de fácil detecção, é possível fazer relações intertextuais
com obras pertencentes à biblioteca amazônica, prováveis leituras de Paulo Jacob, como é o
caso de algumas ligadas à Sociologia e Antropologia; que a construção discursiva de Paulo
Jacob, ao tentar representar o homem na Amazônia a partir de seus dramas e lutas, acabava
tendo cunho documentarista com o fim de divulgar a cultura e de mostrar uma parte
significativa de uma região isolada e desconhecida; e que lendo Chuva branca hoje, cerca de
50 anos depois, sabemos que entre o horizonte de expectativa da obra e a nossa leitura
erguem-se profundas mudanças econômicas, históricas e sociais ocorridas não somente na
realidade amazônica como na realidade mundial. Isso evidencia que a Amazônia que foi
representada em Chuva branca é certamente menos isolada, menos rural e permeada pela
tecnologia e pela urbanização, e o olhar do leitor sobre o romance, ao passar pelos seus
contextos temporais, renovou-se. É oportuno dizer que a minha pesquisa encontra-se
fundamentada na teoria da Estética da Recepção, ligada a Hans Robert Jauss e Wolfgang Iser,
seus principais expoentes. Obviamente que a pesquisa não se mantém dentro de todos os
limites da metodologia sugerida pela teoria, mas relaciona-se com ela por meio de alguns
conceitos fundamentais, como horizonte de expectativas e fusão de horizontes. Por fim,
defendo que o que alguns autores da biblioteca amazônica, tais como sociólogos e
antropólogos, fazem com as suas ciências no tocante à documentação do homem amazônico e
das suas condições, Paulo Jacob o faz por meio da representação, da construção discursiva e
de seus personagens. Ele acaba divulgando, ao Brasil, uma parte significativa de seu próprio
rosto.
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