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Etnoecologia do Peixe-Boi da Amazônia (Trichechus inunguis) na província petrolífera de Urucu, Amazonas, Brasil

Franzini, André Machado 10 October 2008 (has links)
Submitted by Elaine Lucia (lucia.elaine@live.com) on 2015-07-01T19:03:27Z No. of bitstreams: 1 Dissertação - André Machado Franzini.pdf: 2296657 bytes, checksum: 9bea110d8bf19d4a093aeefb9bc70d3a (MD5) / Approved for entry into archive by Divisão de Documentação/BC Biblioteca Central (ddbc@ufam.edu.br) on 2015-07-10T14:33:58Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Dissertação - André Machado Franzini.pdf: 2296657 bytes, checksum: 9bea110d8bf19d4a093aeefb9bc70d3a (MD5) / Approved for entry into archive by Divisão de Documentação/BC Biblioteca Central (ddbc@ufam.edu.br) on 2015-07-10T14:38:19Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Dissertação - André Machado Franzini.pdf: 2296657 bytes, checksum: 9bea110d8bf19d4a093aeefb9bc70d3a (MD5) / Made available in DSpace on 2015-07-10T14:38:19Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Dissertação - André Machado Franzini.pdf: 2296657 bytes, checksum: 9bea110d8bf19d4a093aeefb9bc70d3a (MD5) Previous issue date: 2008-10-10 / CNPQ - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / The Amazonian manatee (Trichechus inunguis) is an aquatic mammal, pertaining to Sirenia Order and Trichechidae family. It resides at the biggest tributaries of the Amazonian basin, it’s the only order’s specie that lives exclusively in fresh water. In the past the specie suffered an intense commercial exploration, mainly between 1930 to 1950 decades. In this period is esteemed around 200 thousand animals had been killed. Nowadays the specie has been listed as an animal “vulnerable to the extinction” by IUCN. In the region of Urucu River (Coari city-AM), characteristic area of occurrence and utilization by the specie, a scientific research, was developed between the years of 2006 and 2007, targeting to characterize limnology and to study the habitants traditional knowledge in the areas of Urucu River and in the lakes of Urucu, Aruã, Coari and Coari Grande. To the limnologic characterization the collect of the physical-chemicals parameters was realized: water temperature, depth, transparency, watercourse speed, pH, electric conductive and dissolved oxygen, with three copies to each area, to each hydrologic cycle time (low water, dryness, high water and over flowing). The results are compatible with the others Solimões River dark waters affluent. The Urucu river, even been characterized as a dark water river, shows low transparency and an inclination to white water coloration. The offer of aquatic plants as supplies to the Amazonian Manatee alternates a lot because of the differences between the water levels in the hydrologic time of over flowing and dryness. The dryness and the low water periods are with lower supplies available. Although the productions beginner at large areas of pasture in the region lakes that would serve as supplies to the Amazonian Manatee during all the high water and over flowing periods is watched. The ships traffic in the study area showed a higher intensity around Coari city and around the gas-tube buildings. To obtain the information about the traditional knowledge from the regions habitants about the Amazonian Manatee was realized interviews semistructured that made 74 inhabitants pertaining to 33 communities. To a better quality of data, these interviews were directed to the eldest inhabitants, to the Amazonian Manatee fishermen and to the communities leaders. Between those asked, 14 inhabitants assumed to have already fished at least one Amazonian Manatee at the studied zone. Between the years of 2004 to 2007 were registered a total of 17 abated animals. The harpoon is the equipment used to fish the Amazonian Manatee, but the “malhadeiras” (a kind of Amazonian fishing net) shows risk to accidental captures, mainly for species nestling. Half of the local inhabitants believe that the density of Amazonian Manatee has suffered reduction in the studied zone, mainly because of the fact that is still happening Amazonian Manatee captures. According the inhabitants, the Amazonian Manatee can be almost totally used to consume, taking off just the bones and the hardest leathers parts. The meat trade of Amazonian manatee, even forbidden by law, it is still occurring in the area. About the alimentary habits, the asked mentioned 29 species of aquatic and semi-aquatics plants consumed by Amazonian Manatee. The asked inhabitants showed extensive knowledge about biology, reproduction, alimentary habits and Amazonian Manatee distribution. These informations are considered importants instruments for future conservation works of the specie. / O peixe-boi da Amazônia (Trichechus inunguis) é um mamífero aquático, pertencente à Ordem Sirenia e família Trichechidae. Habita os maiores tributários da bacia Amazônica, sendo a única espécie da ordem exclusivamente de águas doce. No passado a espécie sofreu com a intensa exploração comercial, principalmente entre as décadas de 1930 a 1950. Estimase que neste período tenha sido exterminado cerca de 200 mil animais. Atualmente a espécie encontra-se listada como espécie “vulnerável a extinção” pela IUCN. Na região do rio Urucu (município de Coari-AM), área característica de ocorrência e utilização da espécie, desenvolveu-se entre os anos de 2006 e 2007, uma pesquisa científica com os objetivos de caracterizar limnologicamente e estudar o conhecimento tradicional dos moradores nas áreas do rio Urucu e lagos Urucu, Aruã, Coari e Coari Grande. Para a caracterização limnológica realizou-se a coleta dos parâmetros físico-químicos: temperatura da água, profundidade, transparência, velocidade de correnteza, pH, condutividade elétrica e oxigênio dissolvido, com três réplicas para cada área, para cada época do ciclo hidrológico (vazante, seca, enchente e cheia). Os resultados mostraram-se compatíveis com de outros afluentes de água preta do rio Solimões. O rio Urucu, mesmo sendo caracterizado como rio de água preta, apresenta baixa transparência e a coloração que tende a água branca. A oferta de plantas aquáticas como alimento para o peixe-boi varia muito em função das diferenças nos níveis das águas entre as estações hidrológicas de cheia e seca. A seca e a vazante são os períodos com menor disponibilidade alimentar. Contudo observa-se o início da produção de grandes áreas de capinzal nos lagos da região que servirão de alimento para o peixe-boi por todo o período de enchente e cheia. O tráfego de embarcações na área de estudo apresentou maior intensidade nas áreas próximas do município de Coari e de influência das obras do gasoduto. Para obtenção de informações sobre o conhecimento tradicional dos moradores da área em relação ao peixe-boi, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com um total de 74 moradores pertencentes a 33 comunidades. Para uma melhor qualidade dos dados, estas entrevistas foram direcionadas aos moradores mais antigos, aos pescadores de peixe-boi e as lideranças das comunidades. Dos entrevistados, 14 moradores assumiram já ter pescado pelo menos um peixe-boi na área estudada. Entre os anos de 2004 a 2007 foram registrados um total de 17 animais abatidos. O arpão é o apetrecho utilizado para a pesca do peixe-boi, porém as malhadeiras apresentam risco de capturas acidentais, principalmente para os filhotes da espécie. Metade dos moradores locais acredita que a densidade de peixe-boi na área de estudo está sofrendo uma redução, principalmente pelo fato de ainda ocorrer casos de captura do peixe-boi. Segundo os moradores, o peixe-boi pode ser quase que totalmente aproveitado para o consumo, descartando-se somente os ossos e a parte mais dura do couro. O comércio da carne do peixe-boi, mesmo que proibido por lei, ainda ocorre na área. A respeito dos hábitos alimentares, os entrevistados mencionaram 29 espécies de plantas aquáticas e semi-aquáticas que são consumidas pelo peixe-boi. Os moradores entrevistados apresentaram amplo conhecimento a respeito da biologia, reprodução, hábitos alimentares e distribuição do peixeboi, Essas informações são consideradas importante ferramenta para trabalhos futuros de conservação da espécie.

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