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A potência de ser em cena : a recriação pela repetição na personagem contínua.

Sallas, Paula Renata da Rocha e 13 September 2016 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Artes, Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas, 2016. / Submitted by Marianna Gomes (mariannasouza@bce.unb.br) on 2016-12-19T17:27:57Z No. of bitstreams: 1 2016_PaulaRenatadaRochaeSallas.pdf: 2472977 bytes, checksum: f7b21e6279f8f4b271d3100dc50e63e6 (MD5) / Approved for entry into archive by Ruthléa Nascimento(ruthleanascimento@bce.unb.br) on 2017-03-13T16:54:15Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2016_PaulaRenatadaRochaeSallas.pdf: 2472977 bytes, checksum: f7b21e6279f8f4b271d3100dc50e63e6 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-03-13T16:54:15Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2016_PaulaRenatadaRochaeSallas.pdf: 2472977 bytes, checksum: f7b21e6279f8f4b271d3100dc50e63e6 (MD5) / Neste trabalho reflito sobre o conceito de personagem contínua, que seria um caminho que o ator/ atriz desenvolve ao longo de sua trajetória artística sem perspectiva de este sair de seu repertório pessoal. Para tanto, a trilha principal por onde caminho é a recriação pela repetição em performance, com o propósito do ator trazer o frescor a cada atuação como se fosse a primeira vez apresentada. Em virtude disso, a cada sessão que o ator realiza com a mesma personagem e se encontra com outros corpos, ideias e afetos, o mesmo se torna potência de ser em cena por meio dessa vivência de trocas. Assim, o primeiro diálogo com quem estabeleço é com o filósofo Baruch Spinoza, recorrendo a sua obra Ética. Ele afirmou que o corpo e a mente são produtores de conhecimento, conceituou ética como forma do indivíduo agir em liberdade prezando o “aqui e agora”, e a servidão humana como a impotência de agir por si mesmo quando submetido a afetos com os quais o próprio ser humano não consegue controlar. Desse modo, caminho pelos conceitos-chaves de Spinoza como corpo, ética, servidão, afetos, afecções, perfeição, conatus, causa adequada e inadequada, paixões e ações, e os relaciono diretamente à liberdade de agir em cena como elemento fomentador de presença para o ator que possui uma personagem contínua. Em meio a isso, dialogo com concepções, que são desdobramentos dos conceitos de Spinoza, corpo ético e corpo servo. Estas concepções têm como base o fluxo da impermanência dentro de um trabalho constante, em que o ator que tem uma personagem contínua compreende estados que esse ser ficcional o propicia. Quando se insere em diferentes universos, percebe a necessidade de lidar com o instante, que ora permite que aja com liberdade, por já conhecer as circunstâncias em que se encontra, e ora aja com servidão, por nunca ter lidado com uma determinada situação e atender a ela de maneira confusa. Visto que tudo está em constante mudança – o ator, o público e a própria personagem –, acredito na importância de se aprofundar na pesquisa da recriação pela repetição em uma tentativa de entender essas metamorfoses e identificar alguns pontos de intersecção pelos quais os atores passam ao realizá-la. / In this work, I reflect about the concept of continuous character, which would be a way that actor/actress develops throughout his artistic career with no prospect of this out of his personal repertoire. Therefore, the main trail through which I walk is the recreation by repetition in performance, with the actor's purpose to bring freshness to each performance as if it were the first time presented. As a result, every session that the actor performs with the same character and meets with other bodies, ideas and affections, it becomes power to be on the scene through this experience of exchanges. Thus, the first dialogue that I establish is with the philosopher Baruch Spinoza through his work Ethics. He said that the body and mind are producers of knowledge, conceptualized ethics as a way of the individual to act in freedom valuing the “here and now”, and human servitude as impotence of acting for itself when subjected to affection with which the same human being cannot control. Thus, I walk through the key concepts of Spinoza as body, ethics, servitude, feelings, affections, perfection, conatus, adequate and inadequate cause, passions and actions, and relate them directly to the freedom to act on the scene as developer element of presence to the actor who has a continuous character. Through it, I dialogue with concepts that are offshoots of the concepts by Spinoza, ethical body and servant body. These concepts are based on the flow of impermanence within a constant work, in which the actor/actress who has a continuous character comprises states that this fictional being provides. When inserting in different universes, he/she realizes the need to deal with the moment that now allows to act freely, by already knowing the circumstances he/she is in, and now act with servitude, never having handled a certain situation and meet it confusingly. Since everything is constantly changing – the actor, the audience and the character itself –, I believe in the importance of strengthening in the research of the re-creation by repetition in an attempt to understand these metamorphoses and identify some points of intersection through which the actors run to do it.

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