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Nidificação de abelhas e vespas solitárias e biologia reprodutiva de Megachile dentipes Vachal (Hymenoptera, Megachilidae) em ninhos-armadilhaSantos, Adauto Alex dos 25 February 2011 (has links)
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Previous issue date: 2011-02-25 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / Terrestrial ecosystems, solitary bees and wasps play important roles as pollinators,
predators and parasites. Most part of the life of these Hymenoptera is designed to
aspects related to nesting, including the search of the nest site, nest construction and
food collection to rear the larvae. However, in natural environments the nests of these
insects are difficult to find. A solution to this problem, at least for some species, is the
use of artificial burrows in the field (trap nests). Using trap nests it is possible to collect
standardized samples and to study the biology of some species. Thus, the community of
solitary bees and wasps, nesting in trap nests was evaluated using parameters such as
richness, diversity and nest abundance in two different agroecosystems of the state of
Pernambuco, northeastern Brazil: sugarcane monoculture and polyculture. Moreover,
the natural history and nesting biology of a bee species (Megachile dentipes) collected
in the trap nests was studied. In this study, the main aspects of life history (seasonality,
diameter of the nests, sex ratio, parasitism, development time) and nesting biology (nest
architecture, nesting behavior, larval diet) was studied. Insects were sampled using the
technique of trap nests, which consisted of 1) cardboard tubes inserted into blocks of
wood of different diameters (4, 6, 8 and 10 mm), and 2) wooden planks, drilled
lengthwise (5, 6, 8, 10 and 12 mm in diameter) and covered with a transparent plastic
sheet (observation-nests). In each agroecosystem 3.360 cardboard tubes were available
for nesting during one year (June/2009 to May/2010) and 1000 holes of observationnests
during five months (October/2009 to February/2010). In the monoculture a total of
259 nests, 86 (33.2%) build by bees and 173 (66.8%) by wasps were sampled. Five
species of bees were sampled, and Megachile dentipes was the most abundant bee
species in the sugarcane (n = 76; 85%). In the polyculture area, 411 nests were
collected, being 254 (61.8%) of bees and 157 (38.2%) of wasps. In this environment, 14
spp. nesting bee species were recorded. The leaf-cutter bee Megachile dentipes was also
the most abundant (n = 117 nests, 46%). The abundance of bee nests, species richness
and diversity of bees and wasps was significantly higher in the polyculture area
compared to monoculture area. It is suggested that plant richness is a determining factor
in the occurrence of the species. However, other factors such as distance from forest
fragments and the use of herbicides and burning, might have influence in the low
richness and diversity of bees and wasps in the area with sugarcane monoculture.
Regarding Megachile dentipes it was shown that it is an polilectic species, collecting
pollen from a wide spectrum pollen from mainly five botanical families: Asteraceae,
Rubiaceae, Euphorbiaceae, Mimosaceae and Scrophulariaceae. This species showed a
clear preference for nesting in the dry periods of the year in both studied areas, with
peaks in October and December. Furthermore, this species had several generations
throughout the year (multivoltine). It was demonstrated experimentally that recognition
of the cavities by females is determined by the nest position in the blocks. Probably,
chemical signals (marking the cavity) are not used, at least in the initial recognition of
the nests. Nest structure of M. dentipes differs from most species because the lining of
the brood cell is made from chewed leaves unlike the other species that involve the
brood cells with whole leaves not chewed.. Biological and ecological characteristics of
M. dentipes, as e.g. abundance and poliletia, makes this species a good candidate for
management programs aimed at pollination, but further studies are necessary for that
purpose. / Nos ecossistemas terrestres, abelhas e vespas solitárias desempenham essenciais papéis
como polinizadores, predadores e parasitas. Grande parte da vida das fêmeas desses
himenopteros é destinada à nidificação, como busca pelo local do ninho, construção do
ninho e coleta do alimento larval. Contudo, os ninhos desses insetos em ambientes
naturais são difíceis de serem encontrados. Uma solução para este problema, pelo
menos para algumas espécies, é a utilização de cavidades artificiais no campo (ninhosarmadilha),
uma vez que amostragens dos ninhos podem ser realizadas de forma
padronizada em diferentes ambientes, além de fornecerem dados acerca da biologia das
espécies capturadas. Diante disso, a comunidade de abelhas e vespas solitárias
nidificantes em ninhos armadilha foi avaliada a partir de parâmetros como riqueza,
diversidade e abundância de ninhos em dois agroecossistemas em Pernambuco:
monocultura canavieira e sistema de policultura. Além disso, foi estudada a história
natural e biologia de nidificação da espécie de abelha (Megachile dentipes) mais
abundante nos ninhos-armadilha. Neste estudo foram avaliados os principais aspectos
relacionados à história de vida (sazonalidade, razão sexual, parasitismo, tempo de
desenvolvimento) e biologia de nidificação (arquitetura do ninho, comportamento de
nidificação, dieta larval) de M. dentipes. Os insetos foram amostrados através da técnica
de ninhos-armadilha, que consistiu de 1) tubos de cartolina inseridos em blocos de
madeira de diferentes diâmetros (4, 6, 8 e 10 mm), e 2) pranchas de madeira, perfuradas
longitudinalmente (5, 6, 8, 10 e 12 mm de diâmetro), cobertas com uma lâmina plástica
transparente (ninhos-observação). Em cada agroecossistema estudado, foram
disponibilizados para nidificação 3.360 tubos de cartolina ao longo de um ano
(junho/2009 a maio/2010), e 1.000 cavidades de ninhos-observação durante cinco meses
(outubro/2009 a fevereiro/2010). Um total de 259 ninhos, sendo 86 (33,2%) de abelhas
e 173 (66,8%) de vespas foi coletado nas armadilhas instaladas na monocultura. Foram
amostradas 5 espécies de abelhas, dentre elas, Megachile dentipes, a espécie de abelha
mais abundante no canavial (n=76; 85%). Na área com policultura, foram coletados 411
ninhos, sendo 254 (61,8%) de abelhas e 157 (38,2%) de vespas. Neste ambiente, foram
registradas 14 spp. de abelhas nidificantes ninhos armadilha. Mais uma vez, a espécie de
abelha corta folha Megachile dentipes foi a mais abundante em número de ninhos
(n=117; 46%). A abundância de ninhos de abelhas e a riqueza e diversidade de espécies
de abelhas e vespas nidificantes em ninhos-armadilha foi significativamente maior em área de policultura quando comparada à monocultura canavieira. É sugerido que a
riqueza florística de cada área seja um fator determinante na ocorrência das espécies.
Contudo, fatores como a distância de fragmentos de mata e a utilização de herbicidas e
queimadas, podem ter colaborado para uma baixa riqueza e diversidade de abelhas e
vespas na área com monocultura canavieira. Quanto à espécie Megachile dentipes,
observou-se que trata-se de uma espécie polilética, que coleta pólen de um amplo
espectro polínico envolvendo, principalmente, cinco famílias botânicas: Asteraceae,
Rubiaceae, Euphorbiaceae, Mimosaceae e Scrophulariaceae. Esta espécie mostrou uma
clara preferência em fundar ninhos nos períodos mais secos do ano, em ambas as áreas
estudadas, com picos de nidificação em outubro e dezembro. Além disso, apresentou
várias gerações ao longo do ano (multivoltina). Foi demonstrado experimentalmente
que o reconhecimento das cavidades pelas fêmeas baseia-se na posição em que o
orifício se encontra no bloco de ninhos-armadilha. Provavelmente, não estão envolvidos
sinais químicos (marcação da cavidade) ao menos no reconhecimento inicial dos ninhos.
A estrutura do ninho de M. dentipes difere da maioria das espécies descritas até o
momento, pois o revestimento da célula de cria é feito com folhas trituradas
(manipuladas), diferentemente das demais espécies que envolvem as células de cria com
folhas inteiras não trituradas. Características biológicas e ecológicas de M. dentipes,
como e.g. abundância e polilectia, tornam esta espécie uma boa candidata a programas
de manejo visando a polinização, embora sejam necessários mais estudos direcionados a essa finalidade.
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