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Brindai enquanto podeis! O simpósio nos epigramas fúnebres do Livro VII da Antologia Grega / Toast while you can! The symposium in the funerary epigrams of The Greek Anthology book VII.Amaral, Flavia Vasconcellos 04 October 2018 (has links)
Por se tratar de um gênero flexível, o epigrama pode ser analisado em conjunto ou sozinho, propiciando diferentes recortes e abordagens metodológicas. Estudos acerca do epigrama fúnebre geralmente analisam os poemas de acordo com temas afins focando nos mortos: guerreiros mortos, mulheres mortas no parto, mortos no mar dentre outros. No entanto, uma abordagem dos epigramas fúnebres com visão descentralizada do morto permite investigação mais ampla de outros temas. Desse modo, a presente tese partiu dos estudos de Giuseppe Giangrande, Francis Cairns e Alexander Sens sobre epigramas fúnebres que lançam mão de elementos simposiais no intuito de analisar a função de tais elemento e verificar de que maneira os simposiais presentes nos epigramas fúnebres se perpetuam ou se modificam. Para tanto, foram selecionados epigramas do livro VII da Antologia Grega que possuem léxico simposial e fúnebre e, a partir dos identificados, foram configurados três grupos: 1) os dedicados ao poeta Anacreonte, 2) os dedicados às mulheres bêbadas e 3) os dedicados aos homens bêbados. Nos epigramas dedicados a Anacreonte, pode-se constatar que os elementos simposiais resgatam sua poesia e a filiam aos epigramatistas por meio da transformação do espaço funerário e das relações entre o transeunte-leitor e o poeta. Nos poemas dedicados às mulheres bêbadas, o consumo do vinho e o enterramento próximo aos locais de produção dele ressaltam a mobilidade das anciãs, o distanciamento de seus familiares e o caráter cômico das mortas por conta da caracterização da bebedeira. Por fim, nos epigramas fúnebres dedicados aos homens bêbados, evidenciam-se a moderação e a imoderação diante do consumo de vinho. Em alguns, a moderação está alinhada ao conceito poético de composição. Em outros, o excesso de vinho causa acidentes retratados com tom cômico e que advertem o transeunte-leitor a não cometer os mesmos erros. Outro grupo de epigramas se vale das referências simposiais para criar enigmas ao transeunte-leitor. O último, por sua vez, é composto por epitáfios para filósofos mortos por bebedeira. Evidencia-se aqui a tensão entre a moderação e os ensinamentos filosóficos, permeados pelos tons anedótico e cômico. Sugere-se, portanto, que a presença de elementos simposiais adquire função distinta de acordo com o grupo de mortos. Isto posto, observa-se que os epigramas do corpus de diferentes séculos lançam mão de simposiais que passam a ganhar nuances distintas. Isso permite afirmar que os epigramas fúnebres com elementos simposiais perpetuam a tensão criativa entre a tradição e a inovação, conceitos debatidos por Marco Fantuzzi e Richard Hunter, para além do período helenístico. / Because it is a flexible genre, the epigram can be analyzed in groups or alone. It provides researchers with different possibilities of epigram grouping and methodological approaches. Studies on funerary epigram frequently analyze the poems according to related themes focusing on the dead: dead warriors, women dead in childbirth, dead in the sea among others. However, an approach to funerary epigrams which does not focus on the dead allows a broader investigation of other themes. Thus, the present thesis was based on the studies of Giuseppe Giangrande, Francis Cairns and Alexander Sens on funerary epigrams that use sympotic elements in order to analyze the function of such elements and to verify how the sympotic found in funerary epigrams continue being used of if they suffer modifications. In order to do so, we selected epigrams from Book VII of The Greek Anthology that display sympotic and funerary lexicon and, departing from the , three groups of epigrams were identified: 1) those dedicated to the poet Anacreon, 2) those dedicated to drunk women and 3) those dedicated to drunk men. In epigrams dedicated to Anacreon, sympotic elements recover his poetry and connect it to the epigrammatists by means of the transformation of the funeral space and the relationship between the passerby and the poet. In poems dedicated to drunken women, the consumption of wine and their burial near places of wine production emphasize the mobility of old women, their distancing from their relatives and the comic character of the dead women due to the characterization of their drunkenness. Finally, in the funerary epigrams dedicated to drunken men, moderation and immoderation are evident. In some, moderation is aligned with poetic composition. In others, the excess of wine causes accidents portrayed with comic tone. These epigrams warn the passerby not to make the same mistakes as the dead they commemorate. Another group of epigrams uses sympotic references to create charades to the passerby. The last group, in turn, is composed by epitaphs for philosophers killed by drunkenness. Here we see the tension between moderation and philosophical teachings permeated by the anecdotal and comic tone. It is suggested, therefore, that the presence of sympotic elements acquires a different function according to the group of dead. Thus, it is observed that, although the epigrams were composed in different centuries, the portrayed gain different nuances, which allows us to conclude that funerary epigrams with sympotic elements also reflect the creative tension between tradition and innovation, as debated by Marco Fantuzzi and Richard Hunter.
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Brindai enquanto podeis! O simpósio nos epigramas fúnebres do Livro VII da Antologia Grega / Toast while you can! The symposium in the funerary epigrams of The Greek Anthology book VII.Flavia Vasconcellos Amaral 04 October 2018 (has links)
Por se tratar de um gênero flexível, o epigrama pode ser analisado em conjunto ou sozinho, propiciando diferentes recortes e abordagens metodológicas. Estudos acerca do epigrama fúnebre geralmente analisam os poemas de acordo com temas afins focando nos mortos: guerreiros mortos, mulheres mortas no parto, mortos no mar dentre outros. No entanto, uma abordagem dos epigramas fúnebres com visão descentralizada do morto permite investigação mais ampla de outros temas. Desse modo, a presente tese partiu dos estudos de Giuseppe Giangrande, Francis Cairns e Alexander Sens sobre epigramas fúnebres que lançam mão de elementos simposiais no intuito de analisar a função de tais elemento e verificar de que maneira os simposiais presentes nos epigramas fúnebres se perpetuam ou se modificam. Para tanto, foram selecionados epigramas do livro VII da Antologia Grega que possuem léxico simposial e fúnebre e, a partir dos identificados, foram configurados três grupos: 1) os dedicados ao poeta Anacreonte, 2) os dedicados às mulheres bêbadas e 3) os dedicados aos homens bêbados. Nos epigramas dedicados a Anacreonte, pode-se constatar que os elementos simposiais resgatam sua poesia e a filiam aos epigramatistas por meio da transformação do espaço funerário e das relações entre o transeunte-leitor e o poeta. Nos poemas dedicados às mulheres bêbadas, o consumo do vinho e o enterramento próximo aos locais de produção dele ressaltam a mobilidade das anciãs, o distanciamento de seus familiares e o caráter cômico das mortas por conta da caracterização da bebedeira. Por fim, nos epigramas fúnebres dedicados aos homens bêbados, evidenciam-se a moderação e a imoderação diante do consumo de vinho. Em alguns, a moderação está alinhada ao conceito poético de composição. Em outros, o excesso de vinho causa acidentes retratados com tom cômico e que advertem o transeunte-leitor a não cometer os mesmos erros. Outro grupo de epigramas se vale das referências simposiais para criar enigmas ao transeunte-leitor. O último, por sua vez, é composto por epitáfios para filósofos mortos por bebedeira. Evidencia-se aqui a tensão entre a moderação e os ensinamentos filosóficos, permeados pelos tons anedótico e cômico. Sugere-se, portanto, que a presença de elementos simposiais adquire função distinta de acordo com o grupo de mortos. Isto posto, observa-se que os epigramas do corpus de diferentes séculos lançam mão de simposiais que passam a ganhar nuances distintas. Isso permite afirmar que os epigramas fúnebres com elementos simposiais perpetuam a tensão criativa entre a tradição e a inovação, conceitos debatidos por Marco Fantuzzi e Richard Hunter, para além do período helenístico. / Because it is a flexible genre, the epigram can be analyzed in groups or alone. It provides researchers with different possibilities of epigram grouping and methodological approaches. Studies on funerary epigram frequently analyze the poems according to related themes focusing on the dead: dead warriors, women dead in childbirth, dead in the sea among others. However, an approach to funerary epigrams which does not focus on the dead allows a broader investigation of other themes. Thus, the present thesis was based on the studies of Giuseppe Giangrande, Francis Cairns and Alexander Sens on funerary epigrams that use sympotic elements in order to analyze the function of such elements and to verify how the sympotic found in funerary epigrams continue being used of if they suffer modifications. In order to do so, we selected epigrams from Book VII of The Greek Anthology that display sympotic and funerary lexicon and, departing from the , three groups of epigrams were identified: 1) those dedicated to the poet Anacreon, 2) those dedicated to drunk women and 3) those dedicated to drunk men. In epigrams dedicated to Anacreon, sympotic elements recover his poetry and connect it to the epigrammatists by means of the transformation of the funeral space and the relationship between the passerby and the poet. In poems dedicated to drunken women, the consumption of wine and their burial near places of wine production emphasize the mobility of old women, their distancing from their relatives and the comic character of the dead women due to the characterization of their drunkenness. Finally, in the funerary epigrams dedicated to drunken men, moderation and immoderation are evident. In some, moderation is aligned with poetic composition. In others, the excess of wine causes accidents portrayed with comic tone. These epigrams warn the passerby not to make the same mistakes as the dead they commemorate. Another group of epigrams uses sympotic references to create charades to the passerby. The last group, in turn, is composed by epitaphs for philosophers killed by drunkenness. Here we see the tension between moderation and philosophical teachings permeated by the anecdotal and comic tone. It is suggested, therefore, that the presence of sympotic elements acquires a different function according to the group of dead. Thus, it is observed that, although the epigrams were composed in different centuries, the portrayed gain different nuances, which allows us to conclude that funerary epigrams with sympotic elements also reflect the creative tension between tradition and innovation, as debated by Marco Fantuzzi and Richard Hunter.
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