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A interincompreensÃo mostrada: uma proposta de sistematizaÃÃo / The shown interincomprehension: a proposal for sistematization

OtÃvia Marques de Farias 31 March 2014 (has links)
Conselho Nacional de Desenvolvimento CientÃfico e TecnolÃgico / CoordenaÃÃo de AperfeiÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior / O presente trabalho, situando-se na perspectiva da AnÃlise do Discurso francesa e alinhando-se à concepÃÃo de heterogeneidade predominante na disciplina, toma como referencial teÃrico principal a proposta de Maingueneau (1983, 1984), que desenvolveu a noÃÃo de polÃmica discursiva como interincompreensÃo generalizada. Segundo o autor, a interincompreensÃo corresponde à impossibilidade de os discursos produzirem e compreenderem os enunciados de outra prÃtica discursiva a partir das regras desta. Diferentemente do teÃrico, acreditamos que a interincompreensÃo, alÃm de ter uma dimensÃo constitutiva, apresenta tambÃm uma dimensÃo que se mostra na materialidade discursiva, ou seja, compreendemos que a traduÃÃo operada por uma prÃtica discursiva sobre o discurso outro serà frequentemente, de algum modo, mostrada no texto, atravÃs de estratÃgias linguÃstico-discursivas que sistematizamos. Para tanto, utilizamos enunciados variados do campo discursivo humorÃstico, campo que consideramos especialmente polÃmico, a partir dos quais realizamos nossa anÃlise e compusemos nossa proposta de sistematizaÃÃo. A partir da anÃlise, observamos a existÃncia de estratÃgias em que o componente linguÃstico e o discursivo encontram-se imbricados, ambos em equilÃbrio, no que concerne à relevÃncia. à o caso da refutaÃÃo, da ironia e do uso polÃmico do verbo âserâ. Outras estratÃgias, porÃm, sÃo mais marcadamente discursivas. Nesse caso, referimo-nos aos sete mecanismos identificados no Ãltimo capÃtulo: uso da 1 pessoa do discurso enunciando conforme simulacro do Outro; uso de aspas; recurso ao debate entre personagens (Mesmo X Outro); associaÃÃo do Outro a discursos que retiram sua credibilidade / legitimidade; recurso ao debate Mesmo X Outro a partir de sema polÃmico; uso da 1 pessoa e evidenciaÃÃo do simulacro do Outro a partir do exagero; atribuiÃÃo de voz ao simulacro do Outro de modo a âflagrÃ-loâ em suas contradiÃÃes. / The present work, standing in the perspective of the French Discourse Analysis and aligned to the prevailing conception of heterogeneity in the discipline, takes as the main theoretical framework the contributions of Maingueneau (1983, 1984) , who developed the notion of discursive controversy as generalized interincomprehension. According to the author, interincomprehension corresponds to the impossibility of discourses produce and understand utterances of another discursive practice from the rules of this one. Unlike the author, we believe interincomprehension, besides having a constitutive dimension, also has a dimension that shows in the discursive materiality, ie, we understand that the translation operated by a discursive practice on the other discourse is often somehow shown in the text through linguistic and discursive strategies that we systematize. Therefore, we use a variety of utterances from the humorous discursive field, that we consider especially controversial, from which we perform our analysis and we wrote our proposal of systematization. From the analysis, we observe the existence of strategies in which the linguistic and discursive components are interwoven, both in equilibrium with regard to relevance. This is the case of refutation, irony and the polemical use of the verb "to be". Other strategies, however, are markedly more discursive. In this case, we refer to the seven mechanisms identified in the last chapter: use of the 1st person of the speech to enunciate as simulacrum of the Other; use of quotation marks; feature of a discussion between characters (Same X Other); association of the Other to discourses that derive their credibility / legitimacy; debate Same X Other from controversial sema; use of 1st person and emphasis to the simulacrum of the Other from exaggeration; assigning voice to the simulacrum of the Other in order to "catch him" in its contradictions.

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