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Pensar a liberdade em Slavoj Zizek: uma reflexão sobre ciência, ontologia, subjetividade e política emancipatória / To think freedom in Slavoj Zizek: a reflection on science, ontology, subjectivity and emancipatory politicsFONSECA, Fernando Facó de Assis January 2015 (has links)
FONSECA, Fernando Facó de Assis. Pensar a liberdade em Slavoj Zizek: uma reflexão sobre ciência, ontologia, subjetividade e política emancipatória. 2015. 230f. – Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Educação Brasileira, Fortaleza (CE), 2015. / Submitted by Márcia Araújo (marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2016-01-19T11:23:07Z
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Previous issue date: 2015 / The present work discusses the idea of emancipation and freedom for Zizek, a concept of freedom strictly materialist and post-metaphysical. If the emphasis today on the ideals of the Enlightenment (Aufklärung) supplied by modernity is considered a step backwards before our reality post-modern, Zizek sees the challenge of reintegrating such principles in philosophical scenario today in a very special way. His merit consists basically to approach the kernel of the contemporary question (in terms of science, ontology, subjectivity and politics) from the ideal modern that opens up the prospect of emancipation and human freedom. Our work has, therefore, as task to explore this theme of freedom in current times, in what Kant understood with the principle of Aufklärung, namely, the leaving of man of minority, of which he himself is guilty. In this sense, the theme will be divided into four main thematic areas: (i) science and epistemology, (ii) ontology, (iii) subjectivity and (iv) emancipatory politics. On the first point it is discussed the ideal of Aufklärung for Zizek and how it contrasts directly with the perspective of Habermas and his project of a unfinished modernity. For this, we take as a guide the controversy on the subject of biogenetic, and, from then on, we look for to demonstrate as that the conception of modernity for Zizek is still more radical than that of Habermas. In the second chapter, we are seeking to develop how Zizek justifies the ontological basis of freedom from the passage from Kant to Hegel. The focus is deposited in the parallax shift of epistemological obstacle in Kant, for his positive ontological condition, in Hegel. That is, the way as Hegel radicalizes the Kantian thought from a twist purely formal dialectic. In the third chapter, the prospect of freedom is now shifted to the field of subjectivity, the dialectical relation between the Kantian moral Law and the sadistic enjoyment. In this direction, I look for to show first as that Lacan articulates Kant with Sade, then think about how that the psychoanalyst seeks an outlet for the principle of Kantian freedom from the Law of desire, which allows us to think a Kant without Sade. In the room and last chapter, step for a discussion properly politics, where I question as one truly emancipatory politics is possible, linked to the idea of class struggle and political act. In each treated point, we strive to radicalize the principle of human freedom in its materialistic basis. The interesting approach in the dialectical materialism of Zizek is that, at any time, it is replace our reality by another better, but only - and this is crucial - radicalize what remains in potentia in ours. / O presente trabalho tematiza a ideia de emancipação e liberdade para Zizek, um conceito de liberdade estritamente materialista e pós-metafísico. Se a ênfase, hoje, nos ideais do Esclarecimento (Aufklärung) fornecidos pela modernidade é considerada um retrocesso diante de nossa realidade pós-moderna, Zizek encara o desafio de reintegrar tais princípios no cenário filosófico atual de maneira muito singular. Seu mérito consiste fundamentalmente em abordar o cerne da questão contemporânea (no que tange à ciência, ontologia, subjetividade e política) a partir dos ideais modernos que abrem a perspectiva de emancipação e liberdade humana. Nosso trabalho tem, portanto, como tarefa explorar esse tema da liberdade nos tempos atuais, radicalizando, assim, o que Kant compreendia com o princípio da Aufklärung, a saber, a saída do homem da minoridade, da qual ele mesmo é culpado. Nesse sentido, o tema será dividido em quatro linhas temáticas principais: i) ciência e epistemologia, ii) ontologia, iii) subjetividade e iv) política emancipatória. No primeiro ponto é discutido o ideal de Aufklärung para Zizek e como este se contrapõe diretamente com a perspectiva de Habermas e seu projeto de uma modernidade inacabada. Para isso, tomamos como fio condutor a polêmica sobre o tema da biogenética, e, a partir daí, procuramos demonstrar como que a concepção de modernidade para Zizek é ainda mais radical do que a de Habermas. No segundo capítulo, procuramos desenvolver o modo como Zizek fundamenta a base ontológica da liberdade a partir da passagem de Kant a Hegel. O foco é depositado na mudança paraláctica do obstáculo epistemológico, em Kant, para a sua condição ontológica positiva, em Hegel. Ou seja, o modo como Hegel radicaliza o pensamento kantiano a partir de uma torção dialética puramente formal. No terceiro capítulo, a perspectiva da liberdade é deslocada agora para o campo da subjetividade, na relação dialética entre a Lei moral kantiana e o gozo sádico. Nesse sentido, procuro mostrar primeiramente como que Lacan articula Kant com Sade, para, em seguida, pensar como que o psicanalista procura uma saída para o princípio de liberdade kantiana a partir da Lei do desejo, o que nos permite pensar um Kant sem Sade. No quarto e último capítulo, passo para uma discussão propriamente política, onde questiono como é possível uma política verdadeiramente emancipatória, vinculada à ideia de luta de classe e ato político. Em cada ponto tratado, esforçamo-nos por radicalizar o princípio de liberdade humana em sua base materialista. O interessante na abordagem do materialismo dialético de Zizek é que, em momento algum, cabe substituir nossa realidade por outra melhor, mas apenas – e isso é o fundamental – radicalizar o que permanece in potentia na nossa.
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