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Crônicas urbanas: Consultório na Rua, população em situação de rua, clínica menor e outras histórias

Abib, Leonardo Trápaga January 2014 (has links)
Submitted by Josiane ribeiro (josiane.caic@gmail.com) on 2015-04-24T13:31:21Z No. of bitstreams: 1 Leonardo_dissertacao_versão_final - Lista de Ilustrações.pdf: 2240391 bytes, checksum: 13f24967fe5b94c8dfc491e4d905802b (MD5) / Approved for entry into archive by Vitor de Carvalho (vitor_carvalho_im@hotmail.com) on 2015-05-19T17:00:28Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Leonardo_dissertacao_versão_final - Lista de Ilustrações.pdf: 2240391 bytes, checksum: 13f24967fe5b94c8dfc491e4d905802b (MD5) / Made available in DSpace on 2015-05-19T17:00:28Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Leonardo_dissertacao_versão_final - Lista de Ilustrações.pdf: 2240391 bytes, checksum: 13f24967fe5b94c8dfc491e4d905802b (MD5) Previous issue date: 2014 / A presente dissertação tem como questão central investigar como um Consultório na Rua (CnR) tem se relacionado com os moradores de rua frente às atuais discussões sobre as políticas públicas para população em situação de rua no Brasil. Dessa questão principal desdobram-se mais três perguntas de pesquisa:quais clínicas são praticadas pela equipe do CnR?Como tem ocorrido a participação e a in/exclusão dos moradores de rua nos serviços de saúde?De quais formas a sociedade vem lidando com a população em situação de rua na cidade? Para dar conta de responder e problematizar tais questões, realizei uma cartografia inspirada na perspectiva da psicologia social e institucional. Com relação às minhasferramentas teóricas, faço uso de noções tanto do campo da filosofia, a partir de Michel Foucault, Gilles Deleuze e Félix Guattari, quanto do campo da saúde coletiva, com Émerson Merhy, Túlio Franco e Antônio Lancetti. Acompanhei uma equipe de CnR da cidade de Porto Alegre durante cinco meses, participando das abordagens de rua junto a pessoas em situação de rua no município. Sistematizei a minha investigação em quatro partes: na primeira, apresento as Crônicas Urbanas, textos inspirados em uma estética literária, a fim de expor alguns conflitos, tensões, afetos e agenciamentos que vivenciei durante a pesquisa de campo. As crônicas também servem como disparadoras de problematizações da pesquisa. Na segunda parte, trago as opções e os detalhamentos metodológicos (o making of da pesquisa e das crônicas). Na terceira parte, contextualizo de maneira mais detalhada os cenários que permeiam as políticas públicas para usuários de drogas e para pessoas em situação de rua. Por fim, na quarta parte, trago as inquietações e problematizações da pesquisa de campo. Parte dos enunciados e discursividades acerca dos usuários de drogas e dos moradores de rua tem ido na direção de construir a imagem do anormal contemporâneo. Alguns dos efeitos de tal construção são novas formas de manifestação de racismo e a criminalização dos sujeitos que usam drogas e que vivem em situação de rua. Ao analisar as práticas de in/exclusão sob a perspectiva foucaultiana, percebo que tanto as políticas de recolhimento e internação compulsória quanto a política dos Consultórios na Rua fazem parte das estratégias biopolíticas atuais, sendo as primeiras pelo viés da exclusão e a segunda pelo viés da inclusão. No âmbitomicropolítico, do encontro entre trabalhador do CnR e usuário, são possíveis diferentes linhas de fuga, fissuras e resistências à perspectiva biopolítica que deseja instituir-se. A partir das práticas dos trabalhadores do CnR que acompanhei, pude notar diversas tensões e afetos, que culminam, entre outras coisas, em uma clínica pautada pela estratégia de redução de danos e em algo que chamei de uma clínica menor. A clínica menor constitui-se nas práticas de subversão a uma clínica maior, de afirmação de outros modos de existência e dedesterritorialização e possibilidade de produção de novos desenhos e arranjos coletivos, como práticas de resistência e enfrentamento às ações fascistas do campo da saúde. / The current dissertation has as a central issue to investigate how a Clinic in Street – CiS has been related to the homeless, given the current discussions on public policy for the homeless population in Brazil. From this main question, unfolds three more research questions: Which clinics are practiced by the CiS staff? How has occurred the participation and in/exclusion of the homeless in health services? In what ways society has been dealing with the homeless population in the cities? In order to be able to answer these questions and discuss such issues, I created a map inspired on the perspective of social and institucional psychology. With respect to my theoretical affiliation, I use the notions both of the philosophy field, from Michel Foucault, Gilles Deleuze and FélizGuattari, and the field of collective health, with ÉmersonMerhy, Túlio Franco and AntônioLancetti. I accompanied a CiS team from the city of Porto Alegre during five months, taking part in street approaches with homeless people in the city. I systematized my research into four parts: in the first I present the Urban Chronicles, texts inspired by a literary aesthetic, in order to expose some conflits, tensions, affections and assemblages that I have been through during my field research. The Chronicles also serve as triggers of problematizations for the research. In the second part I bring the options and methodologicdetailments (the making of, of the Chronicles and the research). In the third part I contextualize in a more detailed way, the scenarios that permeate the public policies for drug users and for people in street situation. Finally, in the fourth part, I bring the concerns and problems found in field research. Part of the statements and discourses about the drug users and homeless people has been gone towards the direction of building an image of the contemporary abnormal. Some of the effects of such construction are the new ways of racism manifestation and the criminalization of drug using and street living subjects. By analyzing the practices of in/exclusion under the foucauldian perspective, I realize that both, the policies of gathering and compulsory hospitalization, and the policies of Clinics in Street, are part of the current biopolitical strategies, being the first through the point of view of exclusion and the second through the point of view of inclusion. In a micropolitical level, the encounter between the workers and users of the CiS, are possible different lines of flight, fissures and resistance to the biopolitical perspective that has been wanted to be established. From the practices of CiS workers that I have followed, I could notest several tensions and affections, that culminate, among other things, in a clinic based by the strategy of damage reduction and by something that I called minor clinic. The minor clinic constitutes itself on the practices of subversion to a major clinic, of affirmation of other ways of existence and of deterritorialization and the possibility of production of new designs and collective arrangements, as practices of resistance and confrontation of the fascist actions in the field of health.

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