Equipamentos urbanos como aeroportos constituem-se como espaÃos de fluxos, transiÃÃo e circulaÃÃo de pessoas e mercadorias. A operaÃÃo diÃria de vazÃo desses fluxos à bastante complexa sob vÃrios aspectos, dando a esses espaÃos a conotaÃÃo de âsistemas peritosâ, ou seja, sua organizaÃÃo passa pela competÃncia e excelÃncia de suas instituiÃÃes e tem como principal objetivo a garantia da seguranÃa. O objetivo desta pesquisa foi analisar como as relaÃÃes sociais se estabelecem e se mantÃm no contexto dessa dinÃmica e como os indivÃduos ali presentes realizam âprÃticas de tempo e de espaÃoâ. Essas prÃticas resultam em processos de âterritorializaÃÃoâ que em alguns casos assumem feiÃÃes de ârituaisâ, principalmente em suas funÃÃes âplÃsticasâ e de simbolizaÃÃo da experiÃncia compartilhada. Tais processos de âterritorializaÃÃoâ no Ãmbito do aeroporto resultam em relaÃÃes marcadas pela pressa e pela espera, sem, contudo, inviabilizar sentimentos de pertenÃa. O aeroporto internacional de Fortaleza foi o campo desta pesquisa e os passageiros, acompanhantes, funcionÃrios e comerciÃrios foram seus principais interlocutores. Metodologicamente, a pesquisa questiona o formato clÃssico de observaÃÃo participante, na medida em que hà uma suposta inversÃo entre pesquisador e pesquisados no tocante Ãs suas localizaÃÃes no tempo e no espaÃo: o pesquisado nÃo se encontra estÃtico espÃciotemporalmente, ao contrÃrio, circula e o pesquisador se encontra tempo-espacialmente restrito. à da fricÃÃo entre as estratÃgias e procedimentos estabelecidos e executados pelas instituiÃÃes de controle e organizaÃÃo desse espaÃo e os processos criativos provenientes das prÃticas de tempo e espaÃo dos demais usuÃrios e frequentadores que se constituem espaÃos de fluxos como aeroportos.